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Pedro Cruz, Gustavo Pêna e Ingo Muller
Caso negócio seja concretizado, clube paraense irá solicitar percentual da venda
do meia por se considerar clube formador. Valor pode chegar a R$ 1 milhão
A possível transferência do meia Paulo Henrique Ganso para a Europa tem sido um dos principais assuntos dos últimos dias no São Paulo e, também, no Paysandu. A negociação avançada com o Sevilla, da Espanha, pode render ao Tricolor Paulista € 9,5 milhões (cerca de R$ 35 milhões), sendo que o clube paraense tem direito a parte desse valor por ter ajudado na formação do atleta. O departamento jurídico Alviceleste já se organiza para requisitar a sua fatia do bolo – conhecida como “mecanismo de solidariedade” – caso a venda de Ganso seja mesmo concretizada. O valor pode chegar a R$ 1 milhão.
– A partir do momento que nós tomamos conhecimento da possível transação, nós fomos atrás da documentação necessária. Hoje em dia é simples, existe uma documentação que se chama passaporte. Ela vem com todo o histórico do atleta, desde as divisões de base, dos 12 anos até a fase profissional. Mediante essas informações é feito o cálculo para se chegar ao valor da solidariedade. É difícil falar em valores, mas eu creio que chegue perto de R$ 1 milhão – afirmou o advogado do Paysandu, Alexandre Pires, ao programa GE na Rede (veja a entrevista na íntegra no vídeo abaixo)
O Regulamento de Transferências de Atletas da Fifa diz que 5% do valor de uma transação internacional deve fatiado entre os clubes que participaram da formação de um jogador. Segundo os registros do Papão, Ganso passou de dois a três anos na base do clube. Santos e Tuna Luso também podem receber uma fatia.
– O Paysandu vai provar o tempo que o Ganso jogou no clube. Pelos nossos cálculos, foram de dois a três anos. Em cima desse percentual (dos 5% destinados a todos os formadores), se chega a 1,5% a 0,75%, dependendo da idade que ele passou no clube. É uma questão matemática de acordo com aquilo que está no passaporte. Acreditamos que o Ganso deve dar de 1% a 1,25% (dos 5%) – continuou Pires.
A princípio, a responsabilidade de repassar o valor da solidariedade é do clube que está vendendo o atleta – neste caso, o São Paulo. Se a ação não ocorrer naturalmente o Paysandu pode recorrer à CBF, em primeira instância, ou, em último caso, até a Fifa.
– Como é que funciona: primeiro o São Paulo deve ser notificado para pagar amigavelmente. Caso isso não aconteça, nós fazemos uma representação junto à CBF. A CBF possui uma câmara que discute esses litígios. Caso não se resolva lá, é enviado para a Fifa. De lá a Fifa decide. Mas a gente espera resolver isso tranquilamente – detalhou.
Esta não é a primeira vez que o Paysandu poderá abastecer seus cofres com verba “solidária”. Já aconteceu em 2013, quando Ganso deixou o Santos para o São Paulo, e outro caso está em processo: o atacante Lima, que trocou o Benfica pelo Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos.
– (O caso) Já está na FIFA, e a gente está aguardando até o final do ano que se resolva e o Paysandu receba o que tem direito. Existe um prazo de dois anos a partir da data da transferência, então as anteriores nós não temos mais como recorrer – explicou Alexandre Pires.