Ele fez gol de calcanhar no Corinthians pelo São Paulo há 13 anos e até hoje curte a fama

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ESPN.com.br

Luís Araújo e Vladimir Bianchini,

Gazeta Press

Fábio Simplício fez um gol de calcanhar no Corinthians pelo Brasileiro
Fábio Simplício fez um gol de calcanhar no Corinthians pelo Brasileiro

A atuação de Fábio Simplício foi decisiva para a vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre o Corinthians naquele 12 de outubro de 2003 no Morumbi. Primeiro, ele sofreu a falta que originou o gol de rebote de Diego Tardelli. Depois, cruzou na cabeça de Carlos Alberto e o viu ampliar. Mas o melhor ainda estava por vir: um toque de calcanhar para fechar o placar e cair de vez nas graças dos são-paulinos.

 

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“Mesmo quase 13 anos depois, sempre tem um torcedor que me encontra, mostra admiração e comenta esse gol”, conta Simplício ao ESPN.com.br. “Foi algo que mudou bastante a minha relação com a torcida, sou marcado positivamente por esse episódio. É muito bacana ter esse carinho e reconhecimento.”

O lance aconteceu nos acréscimos da partida. Tudo começou quando o volante Fabinho tentou afastar a bola da área de defesa do Corinthians, mas a viu bater em Ricardinho, que já havia se transferido para o São Paulo. Ele ficou reclamando de um toque de mão, mas a árbitra Silvia Regina de Oliveira não marcou. O meia, então, deu sequência à jogada, aproveitou a saída errada do goleiro Rubinho e tocou para Simplício.

“Até poderia ter dominado a bola, mas veio de impulso naquela fração de segundo, pensei em tocar de calcanhar e deu certo”, lembra. “O mais interessante é que tive participação nos três gols naquela partida. Fui tão bem que atingi a nota máxima nos jornais e até na Placar.”

Gazeta Press

Fábio Simplício foi revelado no São Paulo
Fábio Simplício foi revelado no São Paulo e se transferiu para a Europa em 2004

O desempenho decisivo e, principalmente, o gol no fim fizeram com que Simplício fosse bastante festejado pelos companheiros de equipe no vestiário após o confronto. No meio das comemorações todas, o volante Alexandre passou perto de se dar mal.

“Ele era muito parceiro meu, concentrava junto comigo e estava até mais feliz do que eu pelo gol porque torcia demais. Ele dançava e fazia festa, mas na euforia acabou escorregando. Foi um susto muito grande naquela hora. Imagina a manchete: ‘Por causa de festa em clássico, volante se machuca’? Ainda bem que foi só um susto”, diz Simplício.

Aquela partida aconteceu pelo segundo turno do Brasileiro de 2003. No encontro anterior, o São Paulo também levou a melhor. Venceu de virada por 2 a 1, vingou-se em parte da derrota na decisão do Paulista e iniciou uma série invicta contra o rival que só terminou em 2007.

Neste domingo, os dois clubes estarão novamente frente a frente. Desta vez, o duelo será em Itaquera, na casa do Corinthians. Simplício aponta que o mandante é favorito, mas nem tanto.

“Mesmo com o São Paulo não tendo boas lembranças lá, pode ser uma partida para levantar o moral. Uma vitória é importante para resgatar a auto-estima dos jogadores e da torcida. O São Paulo perdeu alguns jogadores, que são desfalques muito importantes. Mas é clássico e não da pra dizer quem irá ganhar”, opina.

Simplício não ficou muito tempo no São Paulo depois daquele gol. Logo no ano seguinte, foi vendido ao Parma. Jogou ainda no Palermo e na Roma antes de se mandar para o futebol japonês, onde defendeu o Cerezo Osaka e o Vissel Kobe. A carreira teve uma passagem rápida pelo Batatais no início do ano antes de terminar.

Hoje em dia ele trabalha gerenciando jogadores. “Tenho um menino no Grêmio, outro no Guarani chamado Deivid. Tenho um goleiro, o Douglas, no Desportivo Brasil. Aos poucos estou entrando nisso, tive mestres e gente importante que ajudou na minha vida. Quero seguir esses passos”, afirma.