Bauza conversará com AFA, mas não é única opção e saída do SP é incerta

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Pedro Lopes e Tales Torraga
Do UOL, em São Paulo

Edgardo Bauza, técnico do São Paulo, em clássico contra o Corinthians no Campeonato Brasileiro

Nas horas finais desta quinta-feira, o São Paulo confirmou que Edgardo Bauza é um dos candidatos a assumir a seleção argentina e foi convidado pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) para uma conversa. Patón é esperado em Buenos Aires na tarde desta sexta-feira para uma bate-papo com Armando Pérez, da Comissão Normalizadora da entidade; a conversa, entretanto, pode não resultar em proposta, e o técnico tem concorrência pelo cargo.

Bauza quer a vaga, mas há outros nomes na disputa

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Apesar da viagem repentina de Bauza, o encontro com Pérez será uma conversa preliminar. A velocidade atende a dois pedidos, um do próprio Bauza, e outro da AFA. O treinador quer desenvolver suas funções no São Paulo no final de semana, com tranquilidade; a entidade, por outro lado, quer dedicar o final de semana às conversas com outros candidatos – o principal deles é Miguel Ángel Russo, vencedor da Libertadores de 2007 pelo Boca Juniors e atualmente desempregado.

Segundo a apuração do UOL Esporte, Bauza é o preferido de Pérez, que funciona como presidente da AFA. Russo, por sua vez, é o nome de preferência de Mauricio Macri, presidente da Argentina e ex-presidente do Boca em 2007, quando Russo venceu a Libertadores. Macri ajudou a alçar Armando Pérez ao cargo na AFA, é seu aliado e pode ter influência na decisão.

Pessoas próximas a Bauza garantem que, caso a conversa resulte em proposta, a resposta será sim. O treinador não se preocupa em nada com a questão financeira, e está disposto a comandar a seleção. Seu contrato com o São Paulo não prevê multa rescisória além da prevista em lei, calculada com base nos salários que ele ainda teria a receber até o final do ano – o valor é baixo para os padrões do futebol.

No Morumbi, clima de incerteza

Ao longo desta quinta-feira, o São Paulo viveu clima de incerteza. Pela manhã, Bauza conversou com o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, mas o assunto de um possível convite para treinar a seleção não foi abordado. Mesmo à tarde, com a confirmação do contato da AFA, Patón não comunicou nada ao clube.

Na medida em que detalhes do interesse da federação argentina em Bauza foram surgindo, cresceu a incerteza no Morumbi. Pessoas que conviveram com Bauza durante a temporada no São Paulo consideravam impossível o cenário que se desenhava, com o técnico viajando ou abrindo conversas com a seleção sem comunicar o clube com o qual mantém contrato.

O comandante só comunicou o convite à direção são paulina no começo da noite da quinta – o clube, na sequência, emitiu um comunicado oficial.

Saída ocorreria em momento de reconstrução com reforços de Bauza

A saída de Bauza, nesse momento, viria em um momento de reconstrução do elenco após perder peças importantes, como Ganso e Jonathan Calleri. Na reposição, o São Paulo ouviu Bauza, e foi buscar dois atletas argentinos.

Na última semana, foi contratado o atacante Andrés Chávez, ex-Boca Juniors, por empréstimo. O São Paulo também foi buscar o lateral Julio Buffarini, um desejo de Bauza desde que chegou ao Brasil. A negociação por Buffarini foi exaustiva e custou altos valores aos cofres são-paulinos – ainda depende de aval da Fifa, já que foi registrada no sistema da entidade segundos após o fechamento da janela de transferências.

Se Patón deixar o clube, caberá a um novo treinador encontrar um novo time titular, tendo como parte do elenco estrangeiros, alguns pedidos específicos do argentino.