“Foram 22 anos dedicados ao São Paulo e eu fui tratado como se estivesse no clube há uma semana. Chegou um cara e me tirou. Eu tinha acabado de dar um treino no lugar do Bauza, aí o cara me chamou de lado, me agradeceu. Disse que eu fiz muito pelo São Paulo. Me encheu a bola e depois falou: ‘Estamos fazendo uma reciclagem, vamos fazer uma mudança e infelizmente você não está nos planos.”
Já se passaram quatro meses e 11 dias, mas para Milton Cruz, 59, o dia da demissão do São Paulo ainda está fresco na memória. Funcionário do clube por duas décadas e com um currículo díficil de ser igualado – três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial -, ele foi dispensado em 24 de março pelo então diretor de futebol Luiz Cunha.
Ali, onde muitos profissionais do futebol ficariam intimidados com o número de feitos gloriosos, ele admite que no início ficou uma mágoa pela forma como ocorreu a saída do São Paulo, sem qualquer reconhecimento pelos serviços prestados. Milton recebeu a repórtagem do ESPN.com.br em sua casa, a menos de cinco minutos a pé do estádio do Morumbi, local de tantas conquistas. Prova da trajetória vencedora é o espaço nos fundos da residência, destinado às medalhas, faixas, placas e camisas de diversos amigos jogadores, como Rogério Ceni, Kaká, Luis Fabiano, Cicinho e até Miroslav Klose.
“Reconhecimento é isso aqui”, afirma orgulhoso ao mostrar uma revista antiga com uma foto ainda novo defendendo a camisa tricolor nas categorias de base.
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, nem sequer conversou com Milton Cruz, que voltou ao centro de treinamento da Barra Funda somente dez dias depois da saída para se despedir dos amigos. Sair de casa, olhar para o estádio e saber que aquele não é mais o local de trabalho foi difícil.
“Com os jogadores e os funcionários eu formei uma família. Passei mais tempo com eles do que com meus filhos, minha mulher. Chorei pra caramba na despedida”, admitiu.
Hoje, graças aos familiares e amigos, afirma que o episódio já está superado. A rotina agora se divide entre treinar, ver os amigos, ter os domingos livres para a família e estudar para continuar a vida profissional. Pensando no futuro, Milton saiu em uma viagem internacional para conhecer os métodos de trabalho de grandes treinadores europeus, como Zinedine Zidane, Diego Simeone e Laurent Blanc. Passou quase um mês na Europa e retornou para aperfeiçoar o inglês e investir em um media training.
Aconselhado por amigos como Muricy Ramalho, Emerson Leão e Juan Carlos Osorio, todos com quem trabalhou no Morumbi, ele está decidido a aceitar o convite para ser técnico – desde que o projeto respeite suas regras.
“Eu quero um lugar legal para trabalhar, com tempo de contrato, planejamento. Se tiver isso, tudo bem, eu topo. Caso contrário, não”, disse Milton, que também admitiu que não recusaria trabalhar como diretor ou coordenador de futebol. Tudo isso, claro, sem fechar as portas para um retorno ao clube do coração.
Confira a seguir a íntegra da entrevista:
ESPN – Como é a sua rotina atualmente?
Milton Cruz – Depois que eu saí do São Paulo, eu fiz uma viagem. Durante esses 22 anos de São Paulo, eu não tive tempo para mim. Eu saia de férias, mas todo mundo me ligava. O Juvenal ligava, empresário ligava. Às vezes eu estava na fila da Disney com a minha família e tocava o telefone e tinha que sair da fila porque era o seu Juvenal ligando. Ao sair do clube, eu tive convites do Casemiro e do Lucas para ver os jogos na Europa. Eles foram solidários. O Roberto Carlos me deu uma força para falar com o Zidane. Eu fiquei lá no Real Madrid dez dias, vendo treinos e jogos. Depois, o Luis Pereira e o Paulo Assunção abriram as portas para eu para falar com o Simeone. Depois eu fui para Barcelona ficar dez dias com o Luis Enrique. Acompanhei a base deles, como eles jogam igual ao profissional. Depois eu fui para a França, com o Lucas, o Marquinhos, o Thiago Silva. Eles são tudo gente boa. Fiquei com o Blanc também, com a família dele. Para mim foi legal ver os treinos, trocar informações. Em um jantar, o Roberto Carlos falou para o Zidane que eu tinha ficado 22 anos no São Paulo. Ele perguntou como eu consegui. Depois, eu voltei e fui para a Copa América. Assisti aos jogos do Brasil, estive com o Jurgen Klinsmann. Vi os treinos com ele, depois com o Osorio.
Hoje, minha rotina é ir ao Pinheiros (clube da capital paulista) de manhã me exercitar, se não a barriga cresce e o coração não aguenta [risos]. Almoço, leio o livro do Guardiola, do Mourinho e do Ferguson. Fico vendo jogos de todos os tipos e divisões. Acompanhei as finais da Libertadores.
Também saio com os amigos, com o Muricy, o Cuca. Eu estive no Palmeiras porque ele me convidou. Pretendo também ir ver treinos do Santos e do Atlético-MG para trocar informações com o pessoal que trabalhou comigo. Muricy, Cuca, Osorio está todo mundo me incentivando a ser treinador. Estou pensando. Tive alguns convites enquanto estava na Europa, mas já tinha planejado a viagem e não iria voltar. Recebi convites interessantes. Teve um interesse no time do Kaká, mas preferiram um americano. Tem algo nos Emirados Árabes, no Japão. Mas meu plano não é forçar nada, nunca forcei nada na carreira.
ESPN – Você quer ser técnico?
Milton Cruz – Eu quero um lugar legal para trabalhar, com tempo de contrato, planejamento. Se tiver isso, tudo bem, eu topo. Caso contrário, não. Se for nos Estados Unidos, Japão, vale mais a pena. Eu não queria sair do Brasil. Já tive convites para ser coordenador, mas não rolou. No Coritiba me chamaram para ser diretor. Eles queriam treinadores que eu queria trabalhar, mas o Cristóvão acabou contrato pelo Corinthians. Não foi como eu queria porque os treinadores estavam empregados. Trazer um cara que não tem afinidade não vale. Agradeci a eles, foram ótimos, mas vou esperar um pouco mais.
ESPN – O que você viu de diferente no futebol europeu?
Milton Cruz – Os treinamentos não têm segredo. Acho que o treinador brasileiro não deve nada em termos de treinamento. O que eu vi mesmo foi a prioridade que eles dão aos goleiros. Se não souber jogar com o pé… Até falei com o Rogério, se ele estivesse lá… No Barcelona, os dois goleiros sabem jogar com o pé. No PSG também. No Atlético de Madri, no Málaga. Fui ver o Valencia do Diego Alves. Isso me chamou atenção.
Um dia eu marquei com o Daniel Alves e o Douglas para jantar, mas eles não puderam porque ainda não tinha saído a convocação. Eles tinham treino de manhã, depois iriam almoçar em casa e voltavam para o estádio duas horas antes do jogo.
O treinador é importante, mas o time é forte demais. Eles me perguntaram dos jogadores na América do Sul. Eu falei do Gabigol, Gabriel Jesus, Luan e Marlos Moreno. Eles podem comprar quem quiser, aqui no Brasil não. A primeira opção é cara, a segunda não dá. Aí sobra a terceira.
ESPN – Osorio, com quem você conviveu no ano passado, era mesmo diferenciado?
Milton Cruz – Ele era diferente. Ele se preparou para ser treinador, fez os cursos, gosta de ler. Várias vezes ele veio ver jogo aqui em casa. Eu pedia para ele sentar no sofá e ele não queria. ‘Se eu ficar sentado no sofá, fico acomodado e durmo’. Aí ele ia e sentava na escada. Ele era fascinado. Andava no shopping com as canetas, lembrava algo e já anotada. ‘Milton, amanhã vamos fazer isso’. Os treinos dele são todos diferentes. Ele preparava o time de acordo com o adversário. Todo treino era planejado. Palestra diferente. Ele se preparou. O Rogério vai se preparar inspirado nele. Ele é diferente.
ESPN – Os jogadores estavam preparados para ele no Brasil?
Milton Cruz – No começo estranharam. Ele já fazia tudo isso antes. Pena que ele ficou pouco tempo. Ele sempre gostou de futebol brasileiro e queria o time na frente. Colocou o Carlinhos na ponta. Ele não queria que o Pato voltasse para marcar. Muito treinador quer o atacante acompanhando o lateral. Ele posicionava o Ganso no meio e dizia que quem ia entregar a bola eram os zagueiros e volantes. Tudo era treinado. Começamos a tomar gol de bola parada e ele queria colocar apenas quatro jogadores na marcação e deixar seis na frente. Não tomamos mais gols. Tem que ter coragem. Ele gostava de mim pra caramba. Ele sabia que iria sair. Falava que veio para ser campeão, mas desmontaram o time. Ele queria ser campeão no São Paulo e ir para a seleção colombiana. Quando ele chegou, estávamos ganhando e eu era o treinador. Quando ganhamos do Santos por 3 a 2, ele chegou no vestiário me reverenciando. No outro dia fomos almoçar no CT com o Aidar e Ataíde e ele disse: ‘Não sei por que vocês trouxeram um treinador se já tem um aqui’. Ele é humilde, não é qualquer um que faz isso.
ESPN – Você ainda conversa com as pessoas do São Paulo?
Milton Cruz – Sim, falo sempre. Com os jogadores, os funcionários do centro de treinamento. Falo com o Ganso, o Michel, o Hudson… eu tenho muitos amigos lá. Mesmo os que saíram deixaram a amizade, ela permanece até hoje.
ESPN – Ficou uma mágoa com o São Paulo?
Milton Cruz – No começo eu fiquei sim pelo jeito como ocorreu. Foram 22 anos dedicados ao São Paulo e eu fui tratado como se fosse um cara que estivesse no clube há uma semana. Chegou um cara e me tirou. Eu tinha acabado de dar treino no lugar do Bauza, aí o cara me chamou de lado, me agradeceu e só falou bem de mim. Disse que eu fiz muito pelo São Paulo. Só me encheu a bola e depois falou: “Poxa, Milton estamos fazendo uma reciclagem, vamos fazer uma mudança e infelizmente você não está nos planos”. Só que eu tenho uma história no clube. Eu fui criado embaixo das arquibancadas do Morumbi. Vim para o São Paulo com 14 anos. Joguei na base e no profissional. Fui vendido aos Estados Unidos e dei retorno financeiro ao clube. Voltei e dei títulos. Lógico que o São Paulo também me lançou para o mundo. Sou grato para caramba, mas eu também dei retorno financeiro ao São Paulo. Teve jogadores que revelei, time que montei e foi para a Libertadores. Trouxe os caras do Goiás. Trouxe Rodrigo, Mineiro…
ESPN – Fora as inúmeras vezes em que assumiu o time…
Milton Cruz – Sim, foram muitas e sempre nas roubadas. Sempre quando saia um técnico, eu era chamado. Nunca me colocaram na semifinal ou na final para ser campeão. Era sempre para pegar o time quando o técnico era demitido e sem auxiliar, sozinho. Eu e os jogadores…
ESPN – Lembro que em 2003 você e o Rojas ajudaram a classificar para a Copa Libertadores, que o clube não disputava desde 1994…
Milton Cruz – Sim, outra enrascada. Ali fui eu e o Rojas, mas eu tive o reconhecimento. O doutor Marcelo [Portugal Gouveia, então presidente do São Paulo] e o seu Juvenal [Juvêncio, então diretor de futebol] me deram passagens para eu ir com a minha família para o exterior. Eu tive o reconhecimento. Agora eu classifiquei [em 2015] e não teve nada. Eu ajudei a revelar o Kaká. Ele era reserva na base e eu falei para o Vadão [na época treinador são-paulino] que valia a pena observar o garoto. O Lucas foi assim. Ele estava treinando na base e o Ricardo Gomes [outro técnico do São Paulo] pediu para eu levar o time profissional para Cotia e fazer um treino. O Lucas arrebentou. Disse para o Ricardo que era hora de trazer o menino para o time de cima porque ele tava arrebentando. Hernanes, Tardelli, Breno… eu dei muito retorno. O São Paulo foi legal comigo, mas eu também justifiquei e dei muito retorno. Outra coisa: fui quatro vezes campeão brasileiro pelo clube. Como jogador em 1977 e três vezes como coordenador com o Muricy Ramalho. Fui campeão da Copa Libertadores, do Mundial de Clubes. Não é para qualquer um, não. Vai passar muita gente pelo São Paulo e vai demorar para fazer o que eu fiz. Então eu fiquei chateado com a demissão pela forma como ela ocorreu.
ESPN – Como foi aquele dia?
Milton Cruz – Aquele dia foi assim: Eu dei o treino pela manhã. O Leco estava sentando no banco de reservas. O cara [Luiz Cunha, que acabara de assumir como diretor de futebol] me chamou no canto e conversou comigo. Aí eu fui para o vestiário. Eu mais ou menos já estava esperando isso. Quando eles começaram a querer criar um cargo para mim, dizendo que eu seria o chefe do departamento para avaliar jogadores… meus olhos não mentem. Rodrigo Caio fui eu que vi, eu que subi ele para os profissionais. Eu não preciso estar numa sala para saber como é jogador. Eu preciso estar no campo. Por isso, quando eu pegava o time, o time ia bem. Eu sabia onde cada um gostava de jogar, o que gostava de fazer. Passava isso aos técnicos e a decisão final era deles. Mas quando falaram de criar esse cargo, me tiraram das viagens eu já imaginei que isso iria acontecer.
ESPN – Não ia nem aos jogos em São Paulo, não é?
Milton Cruz – Eu ia por conta própria. O Bauza até me via e pedia para ficar junto, mas eu não ficava no banco. Passava informações dos times para ele e ficava nisso.
ESPN – Voltando ao dia da sua saída. Você foi para o vestiário e…
Milton Cruz – Fui para o vestiário. O Bauza entrou e me disse: ‘Amanhã me lembra de montar um treino assim…’. Eu disse a ele: ‘Acabei de ser demitido’. E ele não acreditou. Eu falei: ‘Você não viu que o cara me chamou lá, então!’ Ele colocou a roupa, passou a mão na pia [na água] e depois no cabelo e foi embora. Eu peguei minhas coisas, tudo que estava no armário, sai e coloquei no meu carro. Fui embora. Não me despedi de ninguém nesse dia. Voltei para casa como se não tivesse acontecido nada. É duro você trabalhar 22 anos em um clube e sair assim. Você pega todo o dia o mesmo trajeto, vê os caras que você gosta. Porra, é uma família. Esse tempo que fiquei lá passava mais com eles do que com a minha família de verdade. Virou uma família também. A gente se gosta. Somos do clube. Muitos são funcionários de longa data. Mas peguei minhas coisas e vim para casa. Minha família me deu muito apoio, meus filhos, minha mulher, minha nora, minha mãe, minha sogra. Todo mundo me deu suporte. Amigos me ligaram: Leão, Muricy, Rogério, Paulo Autuori, Ricardo Gomes, Osorio… todos os caras. Jogadores me ligaram. Eles não entendiam. Eles souberam pela imprensa. Queriam saber se era verdade. Eu confirmei e disse para terem calma que eu ainda voltaria para me despedir. Aí passou um tempo, uns dez dias e eu fui ao CT. Eles tinham empatado um jogo fora e fiquei esperando. Aí me despedi de todo mundo. Só tava jogadores e funcionários, não tinha diretor, nada. Aí chorei para caramba. Me despedi das cozinheiras, dos seguranças… Tinha muita amizade com eles. Eu fiquei chateado pela forma como fui mandado embora. Cada um trabalha com quem quer, não é obrigado, mas pela minha história.
ESPN – No dia da demissão você conseguiu dormir ou ficou remoendo aquilo?
Milton Cruz – Sabe que eu já estava meio preparado. Quando eu sai de férias eu já sentia isso.
ESPN – Neste ano, você não pode nem ajudar na adaptação do Bauza como fez com o Osorio ano passado.
Milton Cruz – Sim. Eu já estava fora do campo. Até acharam que ele não me queria, mas não foi. Quando eu sai, foram perguntar para ele e ele disse: ‘Não foi uma decisão minha. Foi uma decisão política’. Eu me dava super bem com ele. Passava coisas para ele e para os auxiliares. Mas acabaram me tirando e veio o Pintando.
ESPN – Como é para você sair de casa, ver o Morumbi [mora na rua de cima do estádio] e saber que ali não é mais seu lugar de trabalho?
Milton Cruz – É muito difícil… quando você se prepara para uma notícia assim ameniza um pouco. Nas férias eu fui viajar para a Itália e quando eu fui eu já percebi que estava diferente. Já não me ligaram mais para falar de contratação de jogador. Todo ano era uma loucura. Seu Juvenal e João Paulo me ligavam direto. Já estavam contratando treinador sem falar comigo. Eu sempre fui consultado. Jogadores foram chegando sem eu saber. Aí cheguei de viagem e na véspera de eu me apresentar me ligou o Ataíde Gil Guerreiro. Pediu para eu me apresentar um dia antes e me falou do departamento que eu iria chefiar. Disse que eu teria de fazer aquela função porque o novo treinador não me queria no campo. O dia que o treinador chegou, a primeira coisa que fiz foi ir até ele. Me apresentei e perguntei se ele não me queria no campo. E ele me disse que não, que ele me queria ao lado dele. Eu fui mandando embora e nem sabia.
ESPN – Não teve nenhuma homenagem, nenhuma placa pelos serviços prestados?
Milton Cruz – Placa? Placa teve aqui… [mostra uma que foi entregue pelos jogadores em 2010]. Teve isso [mostra uma placa entregue por Marcelo Portugal Gouveia em 2003].
ESPN – Te irrita de alguma maneira as relações que fazem entre você e o empresário Abilio Diniz?
Milton Cruz – O Abilio é meu conselheiro e é como um pai para mim. Sabe de futebol para caramba, muito mais do que muita gente pensa. Sempre foi conhecedor. Conheci o Abílio por meio de Marcelo Portugal Gouveia no Mundial de Clubes, no Japão [em 2005]. De lá para cá a gente sempre se falou. Gosta de futebol. Fui jantar várias vezes na casa dele. Fui na casa dele na praia. Ele é meu amigo. Me trata como um filho. Tem confiança em mim. Sabe que sou um cara correto. Ele é são-paulino. Como eu dou atenção para qualquer um que me para na rua para conversar, eu trato ele com a mesma atenção. Ele gosta do São Paulo.
ESPN – Como você viu o São Paulo após a sua saída?
Milton Cruz – Eu acho que o São Paulo tinha time para ser campeão da Libertadores. Tem plantel para isso. Classificou na Libertadores com dificuldade, mas podia ter classificado com mais folga. Se complicou, mas depois foram acontecendo coisas que permitiram o time chegar. No futebol você também tem de ter sorte. Poderia chegar mais longe.
ESPN – Você assiste jogos do São Paulo?
Milton Cruz – Sim. Fui ao Morumbi poucas vezes depois que sai, mas quando fui o contato foi legal. Por onde eu ando só escuto agradecimentos. Não só são-paulinos. Até corintianos e palmeirenses reconhecem que fiz um bom trabalho pelo São Paulo.
ESPN – Gostaria de voltar um dia ao São Paulo?
Milton Cruz – Eu vou seguir minha trajetória e quem sabe um dia. Quando estive no São Paulo eu dediquei minha vida. Quem sabe um dia…