Não será do campo que Ricardo Gomes verá o duelo entre sua ex-equipe e seu novo time. Desligado do Botafogo nesta semana e ainda aguardando ser apresentado oficialmente pelo São Paulo, o treinador provavelmente verá o jogo pela televisão.
Deve começar a trabalhar no clube paulista a partir de segunda-feira e reencontrará um cenário parecido com o da primeira passagem no Morumbi. Em 2009, o São Paulo havia sido eliminado nas quartas da Copa Libertadores e precisava se recuperar no Campeonato Brasileiro. Naquele ano a posição era até mais preocupante: 16º. Hoje é 10º.
“Naquele ano, o Muricy Ramalho tinha saído do São Paulo e o nome do Ricardo foi bem aceito por todo mundo. Tinha experiência fora do Brasil. Estávamos numa situação complicada e conseguimos nos classificar para a Libertadores-10. Era uma responsabilidade grande porque o São Paulo vinha disputando o torneio de forma seguida desde 2004”, contou Milton Cruz, auxiliar técnico à época, ao ESPN.com.br.
O clube que havia vencido o tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008) tinha uma comissão técnica permanente e Ricardo Gomes não levou nenhum profissional. Com o treinador, a equipe tricolor chegou aos 65 pontos e terminou na terceira posição, dois pontos atrás do Flamengo, que foi o campeão.
“Foi muito bom trabalhar com ele porque é tranquilo. É um cara do bem, na dele e sossegado. Não cria polêmica. O Ricardo é muito correto e sincero. Não se influencia com qualquer coisa e tem as convicções dele de futebol”, elogiou Cruz.
No ano seguinte, porém, as coisas foram diferentes para o treinador.
Em fevereiro, ele sofreu um pequeno AVC (acidente vascular cerebral) após a derrota para o Palmeiras no Campeonato Paulista e ficou afastado do clube por três semanas (seis partidas), incluindo a estreia na Copa Libertadores contra o Once Caldas-COL.
Depois disso, a equipe não atingiu os objetivos traçados pela diretoria. Foi eliminada pelo Santos na semifinal do Estadual com duas derrotas (3 a 2 e 3 a 0), fazia campanha bem ruim no Brasileiro e acabou caindo para o Internacional na semifinal da Libertadores.
Segundo dados divulgados pelo São Paulo na época, Ricardo Gomes dirigiu o time em 73 jogos: 38 vitórias, 15 empates e 20 derrotas, com 110 gols pró e 74 contra.
O estilo de Ricardo Gomes, contudo, não tem nenhuma proximidade com os últimos técnicos do São Paulo: Edgardo Bauza, Doriva e Juan Carlos Osorio. Ao menos é o que diz o antigo escudeiro do treinador no clube tricolor.
“Ele não é ousado que nem Juan Carlos Osorio, mas também não é que nem o Bauza. É mais equilibrado em relação ao time. Ele gosta de ser mais equilibrado”.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO X BOTAFOGO
Local: Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 14 de agosto de 2016 (Domingo)
Horário: 16h15(de Brasília)
Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Assistentes: Flavio Gomes Barroca (RN) e Vinicius Melo de Lima (RN)
SÃO PAULO: Denis, Julio Buffarini, Maicon, Lyanco e Eugenio Mena; João Schmidt, Hudson (Wesley), Thiago Mendes e Christian Cueva; Kelvin e Andrés Chavez
Técnico: André Jardine
BOTAFOGO: Sidão, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Santos e Diogo Barbosa; Aírton, Bruno Silva, Rodrigo Lindoso e Camilo; Neilton e Gustavo Canales
Técnico: Jair Ventura