Por Rubens Chiri/saopaulofc.net
Os Jogos Olímpicos de Verão da XXVII Olimpíada foram realizados na cidade australiana de Sydney no ano 2000. O evento, apesar de ter adotado o bordão “Os Jogos do Novo Milênio, foi o último realizado no século XX e ocorreu entre 15 de setembro e 1º de outubro daquele ano.
O quadro de medalhas das 28 modalidades disputadas por 199 países apontou novamente em primeiro lugar os Estados Unidos (com 37 ouros, 24 pratas, 32 bronzes, 93 no total). A Rússia fez jus a tradição e ficou em segundo lugar (com 32 ouros, 28 pratas, 29 bronzes, 89 medalhas no total) e a China conquistou o terceiro posto (com 28 ouros, 16 pratas, 14 bronzes e 58 premiações no total).
O Brasil, com uma delegação formada por 205 atletas (111 homens e 94 mulheres) em 24 esportes, ficou no decepcionante 52º lugar da classificação final dos Jogos, apesar de conquistar 12 medalhas – o problema foi não ter vencido nenhuma competição:
PRATA
- Robert Scheidt (Yacht Club Santo Amaro): Vela/Classe Laser;
- Tiago Camilo (AD São Caetano): Judô/Peso leve;
- Carlos Honorato (AD São Caetano): Judô/Peso leve;
- Adriana Behar e Shelda Bede (ambas do CR Vasco da Gama): Vôlei de Praia;
- Zé Marco Melo e Ricardo Alex Santos (ambos do CR Vasco da Gama): Vôlei de Praia;
- André Domingos, Claudinei Quirino e Édson Luciano (UE Funilense) e Vicente Lenílson (CR Vasco da Gama): Atletismo/Revezamento 4×100 metros.
BRONZE
- Sandra Pires e Adriana Samuel (inscritas avulsamente): Vôlei de Praia;
- Torben Grael e Marcelo Ferreira (CR Vasco da Gama): Vela/Classe Star;
- Rodrigo Pessoa (Escuderia-BEL), Luiz Felipe Azevedo (Fazenda Santa Rita), Doda (Haras du’Nazoy) e André Johannpeter (S Hípica de Porto Alegre): Hipismo/Salto por equipes
- Carlos Jayme, Edvaldo Valério e Gustavo Borges (CR Vasco da Gama) e Fernando Scherer (CR Flamengo): Natação/Revezamento 4 x 100 metros livre;
- Equipe de Basquetebol Feminina;
- Equipe de Voleibol Feminina.
Em 2000, O São Paulo Futebol Clube enviou para os Jogos Olímpicos a maior delegação da história do clube, composta por 13 atletas de futebol masculino e feminino, além do próprio técnico da seleção feminina: o famoso Zé Duarte.
Outro fato a se destacar é que pela primeira vez o Tricolor contou com um atleta em uma comitiva estrangeira: Maldonado, pelo Chile. O jogador, aliás, conquistou a medalha de bronze para a história do São Paulo e para o próprio país.
Assim, além de Maldonado, os são-paulinos e são-paulinas presentes em Sydney foram: Álvaro, Edu, Fabiano e Fábio Aurélio; Formiga, Juliana Cabral, Kátia Cilene, Mônica, Raquel, Rosana, Simone Jatobá e Tânia Maranhão.
ÁLVARO
Álvaro Luiz Maior de Aquino
Nilópolis (RJ), 1º de setembro de 1977
Revelado pelas categorias de base do Tricolor, Álvaro fez carreira pelas seleções brasileiras sub-20 e sub-23. Pelo São Paulo foi campeão paulista de 1998 e 2000, tendo realizado, ao todos, 45 jogos e marcado 2 gols com a camisa do clube. Antes de ser negociado com o Las Palmas, da Espanha, havia sido emprestado ao América-MG e ao Goiás. O clube espanhol o disponibilizou ao Atlético Mineiro, em 2001 por uma temporada. Na Europa passou ainda por Real Zaragoza e Levante.
Regressou ao Brasil em 2008 para defender o Internacional e logo depois o Flamengo. Atualmente joga no Democrata de Governador Valadares, em Minas Gerais, depois que se tornou um andarilho da bola (pois também vestiu as camisas do Vila Nova (duas vezes), Linense (também duas vezes), Bragantino e Mogi Mirim.
EDU
Luís Eduardo Schmidt
Jaú (SP), 10 de janeiro de 1979
Ainda muito jove, Edu chegou no São Paulo, para jogar no time juvenil, vindo do XV de Jaú, clube da terra natal do jogador. Subiu ao time principal em setembro de 1998, poucos meses depois do Tricolor sagrar-se campeão paulista. Assim, o único título do atleta pelo clube foi o Paulistão de 2000, pois, após a participação dele nos Jogos Olímpicos de Sdyney, Edu foi negociado com o Celta de Vigo, da Espanha.
Pelo time do Morumbi fez 57 partidas e marcou 12 gols. Na Europa fez sucesso, principalmente no Bétis, em que formou um trio ofensivo conhecido como “Tridente Mortal” jogando ao lado de Ricardo Oliveira e Joaquín.
Regressou ao Brasil em 2009, para jogar no Internacional. Em 2011, fez uma temporada pelo Vitória da Bahia, na Série B do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, mudou-se para os Estados Unidos onde competiu na MSL pela equipe do Colorado Rapids. Desde 2013, entretanto, está sem clube.
FABIANO
Fabiano Pereira da Costa
Marília (SP), 6 de abril de 1978
No Tricolor desde 1994, quando tinha 16 anos, Fabiano fez parte do famoso time Expressinho do São Paulo, que naquele mesmo ano faturou a Copa Conmebol de 1994 – mesmo não tendo jogado partida alguma naquele torneio, fora inscrito com o nº 25.
Somente veio a estrear no time principal em maio de 1996. O volante permaneceu no Clube do Morumbi até julho de 2001, somando até essa data 142 jogos e 20 gols marcados com a camisa são-paulina. Cpmpletam a lista de títulos de Fabiano pelo Tricolor as conquistas dos Campeonatos Paulistas de 1998 e 2000, além do Torneio Rio-São Paulo de 2001.
Após curta passagem pela Portuguesa, Fabiano jogou por Internacional e Santos, antes de ser negociado ao Albacete, da Espanha. Da Europa, o volante foi para o México, onde atuou por Necaxa, América e Puebla. De volta ao Brasil, em 2009, defendeu o Atlético Mineiro, Sport, Avaí e Audax.
Encerrou a carreira em 2013, com 35 anos, após atuar em poucas partidas com a camisa do XV de Piracicaba, no Campeonato Paulista.
FÁBIO AURÉLIO
Fábio Aurélio Rodrigues
São Carlos (SP), 24 de setembro de 1979
Outro atleta prata-da-casa, Fábio Aurélio era um lateral-esquerdo promissor e que cobrava faltas com categoria. Estreou no time principal do Tricolor em março de 1997 e, até ser negociado com o Valencia, da Espanha, em 2000, havia realizado 135 partidas defendendo o São Paulo, tendo marcado 6 gols.
As principais conquistas de Fábio Aurélio pelo Clube do Morumbi foram os títulos do Campeonato Paulista de 1998 e de 2000. Pela Seleção Brasileira, disputou o Mundial Sub-20 de 1999 e os Jogos Olímpicos de 2000.
Na Europa, fez sucesso no Valencia, chegando a uma final de Liga dos Campeões e conquistando dois campeonatos nacionais. Foi na equipe espanhola que começou a sofrer com contusões (o jogador quebrou a perna e enfrentou, posteriormente, também problemas no joelho). Em 2006, transferiu-se para o Liverpool, onde permaneceu até 2012. Neste ano, regressou ao Brasil e passou a atuar pelo Grêmio até o final de 2013, quando se aposentou aos 34 anos de idade.
Participação de Álvaro, Edu, Fabiano e Fábio Aurélio nos Jogos Olímpicos
Futebol (16 equipes participantes)
14/09/2000 – Primeira rodada do Grupo D
Brasil 3 x 1 Eslováquia
Álvaro: titular nos 90 minutos com a camisa 4;
Edu: titular com a camisa 9 e autor do 2º gol brasileiro. Substituído por Roger;
Fabiano: titular nos 90 minutos com a camisa 8;
Fábio Aurélio: titular nos 90 minutos com a camisa 6 e autor do 3º gol brasileiro.
17/09/2000 – Segunda rodada do Grupo D
Brasil 1 x 3 África do Sul
Álvaro: titular nos 90 minutos com a camisa 4;
Edu: titular nos 90 minutos com a camisa 9 e autor do único gol brasileiro. Também advertido;
Fabiano: titular nos 90 minutos com a camisa 8;
Fábio Aurélio: titular nos 90 minutos com a camisa 6.
20/09/2000 – Terceira rodada do Grupo D
Brasil 1 x 0 Japão
Álvaro: titular nos 90 minutos com a camisa 4;
Edu: titular nos 90 minutos com a camisa 9. Advertido com o cartão amarelo;
Fabiano: titular nos 90 minutos com a camisa 8;
Fábio Aurélio: titular nos 90 minutos com a camisa 6.
Classificação do Grupo D
1º Brasil: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 5 gols marcados, 4 sofridos. Classificado
2º Japão: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 4 gols marcados, 3 sofridos. Classificado
3º África do Sul: 3 pontos, 1 vitória, 2 derrotas, 5 gols marcados, 5 sofridos
4º Eslováquia: 3 pontos, 1 vitória, 2 derrotas, 4 gols marcados, 6 sofridos
23/09/2000 – Quartas de Final.
Brasil 1 x 2 Camarões
Álvaro: titular nos 90 minutos com a camisa 4;
Edu: suspenso por dois cartões amarelos, não jogou – e fez falta;
Fabiano: titular nos 90 minutos com a camisa 8;
Fábio Aurélio: titular nos 90 minutos com a camisa 6 – mas jogou de ponta.
A Seleção Brasileira não se classificou para a fase semifinal.
Medalhistas:
Ouro: Camarões
Prata: Espanha
Bronze: Chile
MALDONADO
Claudio Andrés del Tránsito Maldonado Rivera
Curicó (CHL), 3 de janeiro de 1980
O volante chileno Maldonado chamou a atenção do São Paulo quando defendia o Colo-Colo, clube que o revelou para o futebol, entre 1998 e 1999. No Tricolor do Morumbi desde o começo da temporada de 2000, o jogador, logo de cara, conquistou o Campeonato Paulista daquele ano e, meses depois, levou o Chile à medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney. Em 2001, novo título obtido: o Torneio Rio-São Paulo. Por fim, em 2002, ajudou o time a levantar o troféu do Supercampeonato Paulista.
Ao fim do primeiro trimestre de 2003, foi negociado com o Cruzeiro, deixando o Tricolor após 99 jogos disputados e 2 gols marcados.
No time mineiro, ficou até 2005, logo se transferindo para o Santos, onde permaneceu até 2007. Jogou uma temporada, a seguir, pelo Fernerbahçe, da Turquia, antes de retornar ao Brasil pra atuar por Flamengo (três anos e meio) e Corinthians (um ano).
Desde 2014, quando voltou ao Chile, defende o clube que o formou, o Colo Colo.
Participação de Maldonado nos Jogos Olímpicos
Futebol (16 equipes participantes)
14/09/2000 – Primeira rodada do Grupo B
Chile 4 x 1 Marrocos
Titular: jogou nos 90 minutos com a camisa 3
17/09/2000 – Segunda rodada do Grupo B
Chile 3 x 1 Espanha
Titular: jogou nos 90 minutos com a camisa 3, foi advertido com cartão amarelo
20/09/2000 – Terceira rodada do Grupo B
Chile 0 x 1 Coréia do Sul
Titular: jogou até os 13 minutos do segundo tempo com a camisa 3, substituído por Henriquez
Classificação do Grupo B
1º Chile: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 7 gols marcados, 3 sofridos. Classificado
2º Espanha: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 6 gols marcados, 3 sofridos. Classificado
3º Coréia do Sul: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 2 gols marcados, 3 sofridos
4º Marrocos: 0 pontos, 3 derrotas, 1 gol marcado, 7 sofridos
23/09/2000 – Quartas de Final.
Chile 4 x 1 Nigéria
Titular: jogou até os 35 minutos do 2º tempo com a camisa 3, substituído por Henriquez
26/09/2000 – Semifinal
Chile 1 x 2 Camarões
Titular: jogou nos 90 minutos com a camisa 3
29/09/2000 – Disputa de 3º e 4º Lugares
Chile 2 x 0 Estados Unidos
Titular: jogou nos 90 minutos com a camisa 3 e foi advertido com o cartão amarelo
A Seleção Chilena conquistou a medalha de bronze.
Medalhistas:
Ouro: Camarões
Prata: Espanha
Bronze: Chile
FORMIGA
Miraildes Maciel Mota
Salvador (BA), 3 de março de 1978
A única mulher a disputar seis Jogos Olímpicos, entre 1996 e 2016 e seis Copas do Mundo, entre 1995 e 2015 (ou seja, todas as edições em que se disputou o futebol feminino), Formiga começou a jogar com os amigos de infância nas ruas de Salvador, cidade onde nasceu. Defendeu o Euroexport, da Bahia, em 1995, e o Saad, de São Caetano do Sul, em 1996. Depois de participar da I Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 1995 e dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, Formiga assinou com o São Paulo em 1997.
Formiga, que tem esse apelido pela baixa estatura – e diria também pelo trabalho voluntarioso em campo, como volante que é – fez parte do famoso esquadrão são-paulino que aplicava grandes goleadas e que venceu o Brasileiro de 1997 e os estaduais de 1997 e 1999.
Pouco depois de defender o Brasil nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, o São Paulo encerrou o departamento feminino. Formiga, então, defendeu o Santa Isabel (MG). Jogou ainda por Santos, Independente, Malmö Dam, da Suécia, New Jersey Wildcats e Jersey Sky Blue, dos Estados Unidos. Em 2007 retornou ao Saad, e no ano seguinte jogou por Botucatu, até se mudar novamente para a América do Norte, onde atuou por Gold Pride e Chicago Red Stars.
Desde 2011, contudo, é atleta do São José, do Vale do Paraíba. Tem no currículo duas medalhas olímpicas de prata (2004 e 2008) e três douradas em pan-americanos (2003, 2007 e 2015), além de outra prateada (2011).
JULIANA CABRAL
Juliana Ribeiro Cabral
São Paulo (SP), 3 de outubro de 1981
Juliana Cabral também fez sucesso no Tricolor no final dos anos 90 no time de Sissi, Kátia Cilene, Formiga e companhia. Ela se tornou jogadora graças a ajuda dos irmãos, que lhe ajudavam nas tarefas de casa que a mãe deles passava para que Juliana não fosse jogar bola na rua. Pouco depois da mãe ser convencida em deixar a menina se divertir no futebol, ela veio a falecer. Juliana tinha 13 anos.
Com o fim do time do Saad, em 1996, a maior parte das jogadores migrou para o São Paulo, com Juliana entre elas. Foi campeã paulista de 1997 e 1999 e tambem campeã brasileira de 1997 pelo Tricolor. Disputou a Copa do Mundo de 1999 e os Jogos Olímpicos de 2000 pela Seleção Brasileira representando o Clube do Morumbi,
Após o fim do futebol feminino no Tricolor, Juliana Cabral passou dois anos jogando futsal pois não encontrava clubes de futebol interessados na modalidade. Depois, jogou na Suécia e nos Estados Unidos.
Entre os principais títulos de Juliana estão a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004.
KÁTIA CILENE
Kátia Cilene Teixeira da Silva
Rio de Janeiro (RJ), 18 de fevereiro de 1977
Carioca do bairro de Padre Miguel, Kátia comepou a jogar futebol por volta dos nove anos de idade, passando a treinar regularmente com 15 anos, depois que abandonou o atletismo, esporte o qual também se dedicava. Brevemente alcançou a seleção feminina de futebol (em 1993). Disputou quatro Copas do Mundo (1995, 1999, 2003 e 2007) e duas Olimpíadas pelo Brasil (1996 e 2000). Não foi à Atenas, em 2004, por causa de uma contusão no joelho. A maior conquista de Kátia Cilena com a camisa canarinho foi a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.
Kátia Cilene esteve no Tricolor de 1997 a 2000, período em que se caracterizou por ser uma explêndida goleadora, com um tremendo faro de gol. Foi a artilheira do Campeonato Paulista de 1997, com 35 gols, de 1998, com 42 gols e de 1999, com 48 gols, e também do Campeonato Brasileiro de 1997, com 18 gols, de 1998, com 36 gols e de 1999/2000, com 19 gols. Estima-se que ultrapassou a casa dos 230 gols pelo time do Morumbi.
Depois de sair do São Paulo, fez carreira vitoriosa pelos Estados Unidos e Europa, onde jogou no San Jose CyberRays, Estudiantes de Huelva, Levante, Lyon, Paris Saint-Germain, Zorky Krasnogorsk e Sundvalls.
MÔNICA
Mônica Angélica de Paula
São Carlos (SP), 2 de abril de 1978
Desde pequena era uma verdadeira poli-atleta. Jogou basquetebol e voleibol na cidade onde nasceu. No caso do último esporte, chegou a atuar por equipes da Capital e pela Seleção Paulista. Por influência de amigas, adentrou no mundo do futebol.
Em competições, defendeu Santos, Matonense, Ferroviária, entre outros clubes. No São Paulo, chegou somente em 2000, para a disputa do Campeonato Brasileiro, no começo do ano, não participando das conquistas anteriores do clube na modalidade. Foi aos Jogos de Sydney pela Seleção Brasileira representando o Tricolor.
Com a Seleção, é medalha de prata dos Jogos de Atenas, em 2004, e bicampeã pan-americana, em 2003 e 2007. Encerrou a carreira em 2010. Formou-se e pós-graduou-se em Educação Física. Tem uma escolinha de futebol em São Caros e também coordena um programa social e educacional da prefeitura local.
RAQUEL
Raquel de Souza Noronha
Porto Alegre (RS), 10 de maio de 1978
Entrou no mundo do futebol na cidade gaúcha de Canoas, embora lá, na época, jogasse mesmo era futsal. Em 1996, desafiou a família e se mudou para São Paulo, onde jogou no SAPES e no Santos. Depois passou a defender a camisa do Tricolor, em 1997.
Tomou parte na vitoriosa geração são-paulina que ganhou quase tudo que disputou. Bicampeã paulista e campeã brasileira. Desempenho que lhe abriu as portas também na Seleção. Pelo Brasil, obteve o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1999 e disputou os Jogos Olímpicos de 2000, em que terminou na quarta colocação.
A meio-campista, depois da participação na Olmpíada e o fim do esporte no São Paulo, se mudou para o Rio de Janeiro e atuou pelo Vasco da Gama até o fim da carreira.
ROSANA
Rosana dos Santos Augusto
São Paulo (SP), 7 de julho de 1982
É uma das raras jogadoras formadas pelo próprio Tricolor Paulista, após peneiras do clube em Guarapiranga, zona sul da Capital. Não havia nem completado 15 anos quando foi aprovada pelo São Paulo, em 1997. Até então, Rosana somente havia jogado futebol na rua, entre amigos, e futsal, na escola.
Esteve presente em todos os títulos do time do Morumbi no período em que o defendeu: 1997-2000. Foi aos Jogos Olímpicos com a Seleção Brasileira em 2000, 2004, 2008 e 2012, faturando a medalha de prata em 2004 e 2008. Também conquistou a prata no Pan-Americano de 2011, além do ouro na mesma competição em 2007, no Rio de Janeiro. Por fim, é vice-campeã da Copa do Mundo de 2007.
Depois de sair do Tricolor, jogou por Corinthians, Internacional, Neulengbach, da Áustria, Sky Blue, dos Estados Unidos e Centro Olímpico. Atualmente joga em outro clube tricolor: o PSG, da França.
SIMONE JATOBÁ
Simone Gomes Jatobá
Maringá (PR), 10 de fevereiro de 1981
Simone adquiriu a paixão pelo esporte do tio, Carlos Roberto Jatobá, que foi jogador de futebol no Atlético-PR. Aos 12 anos de idade, Simone já se alinhava no time do Paraná Clube. Depois, rodou por várias equipes, como Ponte Preta, Santos e Saad, até que chegou ao Tricolor em 1999. Pelo São Paulo foi campeã paulista no ano de estreia e foi aos Jogos Olímpicos, com a Seleção Brasileira, em 2000.
Em 2008, retornou aos Jogos e trouxe para casa a medalha de prata. Disputou ainda duas Copas do Mundo pelo Brasil, em 2003 e 2007 e o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, em que conquistou a medalha de ouro.
Após o Tricolor fechar o departamento feminino, ainda em 2000, Simone rodou o mundo: jogou no Rayo Vallecano, da Espanha; Lyon, da França; Novo Mundo, de Curitiba; Energiya, da Rússia; XV de Piracicaba e Metz, da França, onde se encontra atualmente.
TÂNIA MARANHÃO
Tânia Maria Pereira Ribeiro
São Luís (MA), 3 de outubro de 1974
Tânia começou, como tantas outras meninas, jogando futsal na cidade em que nasceu. Em 1993, mudou-se para a Bahia e passou a jogar competitivamente pela equipe do Euroexport. Três anos depois aceitou convite do Saad, de São Caetano do Sul, e defendeu o clube do ABC naquela temporada.
Quando o futebol feminino ganhou mais destaque, após os Jogos Olímpicos de 1996, o qual Tânia participou, passou a defender o time da Lusa Sant’Anna. Só chegou ao Tricolor em 2000 para a disputa do Campeonato Brasileiro, em que o São Paulo terminou na 3ª colocação. Foi aos Jogos de Sydney como atleta do time do Morumbi, mas retornou da Austrália sem clube.
Seguiu carreira no Grêmio, Santa Isabel (MG), Rayo Vallecano e Vasco da Gama. É bimedalhista de prata com a seleção brasileira nas Olimpíadas (2004 e 2008) e bimedalhista de ouro no Pan-Americano (2003 e 2007).
Participação de Formiga, Juliana Cabral, Kátia Cilene, Mônica, Raquel, Rosana, Simone Jatobá e Tânia Maranhão nos Jogos Olímpicos
Futebol (8 equipes participantes)
13/09/2000 – Primeira rodada do Grupo E *como continuação dos 4 grupos do masculino
Brasil 2 x 0 Suécia
Formiga: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 7;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 3;
Kátia Cilene: titular, jogou até os 37 do 2º tempo com a camisa 9 e marcou o 2º gol, substituída por Maycon;
Mônica: reserva, entrou aos 33 do 2º tempo com a camisa 4 no lugar de Tânia Maranhão;
Raquel: reserva, não jogou;
Rosana: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 16;
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos com a camisa 15;
Tânia Maranhão: titular, jogou até os 33 do 2º tempo com a camisa 6, substituída por Mônica.
16/09/2000 – Segunda rodada do Grupo E
Brasil 1 x 2 Alemanha
Formiga: titular, substituída no intervalo por Nenê;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos;
Kátia Cilene: titular, jogou nos 90 minutos;
Mônica: titular, jogou nos 90 minutos e foi advertida com cartão amarelo;
Raquel: reserva, entrou no lugar de Cidinha aos 24 do 2º tempo e marcou gol brasileiro, advertida com cartão amarelo;
Rosana: titular, jogou nos 90 minutos;
Simone Jatobá: titular, substituída no intervalo por Roseli;
Tânia Maranhão: reserva, não jogou.
19/09/2000 – Terceira rodada do Grupo E
Brasil 2 x 1 Austrália
Formiga: reserva, entrou aos 12 do 2º tempo no lugar de Raquel;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos;
Kátia Cilene: titular, jogou nos 90 minutos e marcou o gol da vitória, advertida com cartão amarelo;
Mônica: reserva, não jogou;
Raquel: titular, substituída aos 12 do 2º tempo por Formiga, marcou o 1º gol;
Rosana: titular, substituída no intervalo por Maycon;
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos;
Tânia Maranhão: titular, jogou nos 90 minutos.
Classificação do Grupo E
1º Alemanha: 9 pontos, 3 vitórias, 6 gols marcados, 1 sofrido. Classificada
2º Brasil: 6 pontos, 2 vitórias, 1 derrota, 5 gols marcados, 3 sofridos. Classificado
3º Suécia: 1 ponto, 1 empate, 2 derrotas, 1 gol marcado, 4 sofridos
4º Austrália: 1 ponto, 1 empate, 2 derrotas, 2 gols marcados, 6 sofridos
24/09/2000 – Semifinal
Brasil 0 x 1 Estados Unidos
Formiga: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Kátia Cilene: titular, substituída aos 13 do 2º tempo por Roseli, advertida com cartão amarelo;
Mônica: reserva, não jogou
Raquel: reserva, entrou no lugar de Sissi aos 38 do 2 tempo
Rosana: reserva, não jogou
Simone Jatobá: titular, jogou nos 90 minutos, advertida com cartão amarelo;
Tânia Maranhão: titular, jogou nos 90 minutos
28/09/2000 – Disputa de 3º e 4º Lugares
Brasil 0 x 2 Alemanha
Formiga: titular, substituída aos 23 do 2º tempo por Raquel
Juliana Cabral: titular, jogou nos 90 minutos
Kátia Cilene: reserva, não jogou
Mônica: reserva, não jogou
Raquel: reserva, entrou no lugar de Formiga aos 23 do 2º tempo
Rosana: reserva, entrou no lugar de Roseli aos 25 do 2º tempo
Simone Jatobá: titular, substituída por Suzana aos 30 do 2º tempo
Tânia Maranhão: titular, jogou nos 90 minutos
A Seleção Brasileira terminou a competição em 4º lugar.
Medalhistas:
Ouro: Noruega
Prata: Estados Unidos
Bronze: Alemanha
Ao fim desta matéria, cabe a nota de que a maior jogadora de futebol da história do São Paulo, Sisleide do Amor Lima, mais conhecida como Sissi, já não era atleta do Tricolor quando da convocação para os Jogos Olímpicos de 2000: havia deixado o clube poucos meses antes.