ESPNFC.com
Pedro Cuenca
A torcida do São Paulo é uma das mais chatas possíveis. Quando Rodrigo Caio subiu ao time principal, a maior implicância foi, acreditem se quiser, com o nome dele. Não pode nome composto, diziam os torcedores, ainda mais para um volante/zagueiro. A maior ignorância possível. Sua estreia foi numa fogueira: em 2011, na goleada por 5 a 1 sofrida para o Corinthians. Pronto, ficou marcado.
A cara de bom moço ainda lhe rendeu uma ingrata e injusta alcunha: jogador de condomínio. Teve até assessor da presidência falando essa besteira. Como se a criação da pessoa interferisse no futebol de alguém. E mesmo se isso acontecesse, com certeza não era o caso de Rodrigo Caio.
Para os esquecidos, Rodrigo Caio foi um dos grandes jogadores do São Paulo em 2013, quando o time tropeçou em parte do Brasileirão e chegou a habitar a zona de rebaixamento por algumas rodadas. Ao lado de Ganso e Aloisio, foi peça fundamental para a recuperação daquele time ruim de dar dó. Uma lesão, no ano seguinte, acabou atrapalhando sua carreira.
Torcedor de verdade do São Paulo, nunca fugiu das batalhas com o time. Infelizmente, ainda é criticado pela torcida. Muito porque os torcedores ainda mantêm o idiota preconceito com seu nome, sua cara, por não ser alto ou forte. Manias que o futebol nos ensinou, mas não são as únicas possíveis.
Na seleção olímpica, Rodrigo Caio vai mostrando sua verdadeira face. Seguro, tranquilo e bom com a bola nos pés. Ajudou, e muito, o Brasil a chegar na final da Olimpíada sem levar um único gol. Vem fazendo partidas incríveis, sem erro algum, provando que é mesmo uma das melhores revelações do Tricolor nos últimos anos. Era sua grande chance de calar os cornetas, e fez isso muito bem até o momento.
E quando Rodrigo Caio sair – e não deve demorar muito -, a torcida do São Paulo vai sentir muito a sua falta, principalmente aqueles que tanto o criticam e reclamam de tudo em relação ao zagueiro. Mas tudo bem, acredito que ainda o veremos muitas vezes na seleção brasileira para matarmos a saudade.
É, o mundo dá voltas, e o são-paulino ainda vai se arrepender de perseguir Rodrigo Caio.
