Futebol ou homenagens: qual a prioridade do São Paulo?

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ESPNFC.com

Pedro Cuenca

Qual a prioridade do São Paulo Futebol Clube? Em campo, vexame atrás de vexame, com apenas uma vitória nas últimas 9 partidas. O time ocupa uma posição intermediária no Brasileirão, mas cada vez mais se aproxima da zona de rebaixamento. Ao mesmo tempo, vê o sonho do título inédito da Copa do Brasil ficar mais distante após uma derrota para um time da Série C.

Dentro de campo, o São Paulo claramente não rende. Jogadores com pouca disposição fazem as coisas ficarem mais difíceis. Motivo de preocupação para a diretoria? Parece que não, que está tudo bem para eles, dentro dos conformes. Enquanto o time tropeça nos gramados, nossos dirigentes parecem pensar apenas em homenagens, uma pior que a outra.

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Primeiro foi a pavorosa camisa amarela, homenagem a Adhemar Ferreira da Silva, medalhista olímpico e tricolor notório. Como se não bastasse lançar aquela coisa feia, o time ainda foi a campo com ela. Resultado: derrota, em casa, para o Botafogo, por 1 a 0. Não que o time carioca seja melhor que o nosso, mas claramente jogou com mais vontade e venceu. O que valeu para os dirigentes, porém, foi a homenagem.

 

Mauro Horita/Agif/Gazeta Press

Mauro Horita/Agif/Gazeta Press
Faz careta, Maicon, essa camisa é feia de dar dó

 

Aí veio o vídeo engraçadinho com Maicon e outros jogadores. O time quer a mudança do nome de uma das avenidas que cerca o estádio para Avenida Telê Santana. A homenagem é mais do que válida, principalmente porque o treinador foi um dos grandes nomes na história do clube. Mas essa é mesmo a hora de se preocupar com isso, enquanto o Tricolor não vence um time da Série C? Sério mesmo, queridos e amáveis dirigentes?

A última piada saiu antes do jogo contra o Juventude. Jornalistas informavam que um conselheiro do clube, provavelmente sem ter o que fazer, sugeriu a mudança do escudo do clube, colocando uma estrela nova. O motivo: homenagem a Rodrigo Caio, campeão olímpico pelo Brasil na última edição dos Jogos Olímpicos.

Por mais que o jogador tenha feito uma ótima competição e entrado na história pelo primeiro ouro do futebol brasileiro, o São Paulo não tem nada a ver com isso. E Rodrigo Caio não pode ser maior do que clube a ponto de mudar o escudo, a camisa ou qualquer outra modificação em algo que ficará para a história. Seu feito foi marcante, mas o mesmo aconteceu com jogadores de outros clubes, e ninguém mais teve essa ideia ridícula, só mesmo o dirigente são-paulino.

E mais: Rodrigo Caio pode deixar o clube a qualquer momento, o que tornaria a nova estrela ainda mais sem sentido. Diferente das duas que estampam a camisa como homenagem ao feito de Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo como atleta do Tricolor.

O ato só mostra o quanto algumas pessoas dentro do clube forçam a diminuição da história do São Paulo, se submetendo a ridículos papeis. A falta de títulos infelizmente deve ter afetado a cabeça de todos no time paulista.

Como castigo, derrota para o Juventude. Esse, talvez, seja o grande problema tricolor. Enquanto pensa em futilidades, o futebol vai tropeçando, caindo e indo para o buraco. No mundo mágico das homenagens em que vivem os dirigentes, no entanto, está tudo ótimo.