LANCE – Bruno Grossi
Em 2015, 13 assistências foram de autoria de volantes do Tricolor, que agora não dão um passe para gol há quase cinco meses e deixam Cueva isolado na criação de jogadas
Dizer que o São Paulo sofre com a ausência de Paulo Henrique Ganso na armação não é nenhuma novidade. Que Cueva é a única cabeça pensante do atual time, idem. Mas qual a causas para as chances de perigo serem tão raras? A falta de equilíbrio dos volantes, que despencaram de rendimento ofensivo em comparação ao ano passado, é um bom indício.
– A gente tem se cobrado muito para um sistema defensivo bom, mas que municie meias e atacantes. Não pode existir volante que só marca. É pesado deixar a criação apenas para o meia. Precisamos participar mais para não sobrecarregar o Cueva. Temos que criar e chutar a gol. O peso do armador é maior, mas precisa de ajuda. Não pode ficar em um jogador só – aceitou Hudson, durante entrevista coletiva na quarta-feira.
A falta de equilíbrio é um recorte do desempenho do time no Brasileirão. Com 28 gols sofridos, tem a sétima melhor defesa e é líder em desarmes, 511, sendo Hudson o melhor do torneio em média (4,5 por jogo). Mas, com 27 tentos feitos, só não marcou menos vezes do que o América-MG.
Até aqui, em 2016, os volantes são-paulinos marcaram sete gols, sendo apenas um no segundo semestre. No auxílio direto a Cueva, na armação, os números são piores: apenas duas assistências, com a última ainda em maio. Em 2015, por exemplo, a quantidade de tentos foi igual, sete, mas os volantes terminaram a temporada com 13 passes para gols – seis de Thiago Mendes, que agora só anotou uma, em março, para Ganso.
A única solução encontrada para a sobrecarga no meia peruano, por enquanto, tem sido jogar pelos lados. Nas pontas, Mena, Chavez, Bruno, Kelvin e Carlinhos conseguiram descolar assistências recentemente. A lacuna no meio de campo, entretanto, segue preocupante.
No primeiro semestre, Edgardo Bauza tentou amenizar o defeito promovendo revezamento entre os volantes que saíam ao ataque. Ricardo Gomes, inicialmente, optou por prender Hudson no esquema 4-1-4-1, mas agora ensaia o São Paulo para pegar o Flamengo retomando o 4-2-3-1. O primeiro teste é neste sábado, às 16h, no Morumbi. E precisa dar resultado.
OS ÚLTIMOS ATOS DOS VOLANTES
Hudson
O camisa 25 marcou pela única e última vez na temporada no dia 2 de abril, ainda pelo Campeonato Paulista. Recebeu cruzamento de Bruno, bateu de primeira e iniciou a virada por 2 a 1 sobre o Oeste no Morumbi. Não deu nenhuma assistência – em 2015, foram quatro.
Thiago Mendes
Em 28 de abril saiu o último dos três gols de Thiago em 2016. Com passe de PH Ganso, marcou o terceiro na goleada por 4 a 0 sobre o Toluca (MEX), no Morumbi, pela Libertadores. A última assistência foi em 16 de março, justamente para o Maestro, no 1 a 1 com o Trujillanos, na Venezuela.
Wesley
Foi o último volante a marcar um gol nesta temporada. No dia 15 de setembro, arriscou de fora da área para dar a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, pelo Brasileirão, no Morumbi. A última assistência foi em 11 de maio, para Michel Bastos fazer 1 a 0 sobre o Atlético-MG, na Libertadores, no Morumbi.
João Schmidt
Sem espaço com Ricardo Gomes, não marca desde de 29 de junho, quando abriu o placar do triunfo por 2 a 1 sobre o Fluminense no Morumbi,
pela Série A. Não conseguiu dar nenhuma assistência nesta temporada.