Após superações, Wellington quer espaço no São Paulo: “Estou pronto”

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Marcelo Hazan – GloboEsporte.com

Wellington São Paulo (Foto: Erico Leonan - site oficial do São Paulo FC)De volta, Wellington diz que pode ser o volante que falta (Foto: Erico Leonan – site oficial do São Paulo FC)

No último sábado, Wellington rompeu a marca de 364 dias sem disputar uma partida oficial. Os poucos minutos jogados contra a Ponte Preta foram uma vitória para o volante do São Paulo, que passou por suspensão em decorrência de doping e lesão neste longo período longe dos gramados. Recuperado, física e mentalmente, Wellington quer seu espaço no Tricolor.

– Estou bem fisicamente, 100%. Não importa jogar 90, 5 ou 10 minutos. Quero ajudar. Estou preparado e pronto. Se optar por mim, vou dar o melhor – disse o jogador, em entrevista coletiva nesta terça.

Em dezembro do ano passado, Wellington foi suspenso por seis meses ao ser flagrado no doping por uso de diuréticos, substância que poderia maquiar o uso de outros remédios. Enquanto treinava, em abril, sofreu grave lesão no joelho, que o afastou dos gramados por outro semestre.

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A última partida do volante havia sido entre Internacional e Joinville, pelo Brasileirão de 2015. Criado na base do Tricolor, o volante foi emprestado ao clube gaúcho para conseguir jogar. No Inter, ficou por dois anos.

– Sou são-paulino, sempre quis subir de Cotia. Fui campeão aqui. Voltei porque amo muito esse clube. As pessoas que estão aqui sabem do meu carinho pelo clube. Por isso minha volta. Tenho contrato até 2018 com o São Paulo. O meu desejo é permanecer mais, cada dia escrever um capítulo novo da minha história. Não só nos jogos, nos treinos também vou procurar meu espaço nos treinamentos – afirma Wellington.

Reta final do São Paulo seis rodadas (Foto: GloboEsporte.com)

O tempo parado fez com que o volante revisse até a própria maneira de atuar. Antes volante de contenção, Wellington diz que pode fazer a função “box to box”, jogador da posição que sai para o jogo, mas que também marca forte.

– O futebol evoluiu muito. Não se fala mais em primeiro volante ou segundo. Hoje é meio-campista. Volante faz meia, lateral, acho que hoje é jogador de meio de campo. Estou 100% e à disposição, venho provando nos treinos. Agora pude entrar. Tenho de respeitar quem está jogando em primeiro lugar. Vou lutar com humildade para buscar meu espaço.

Veja outros pontos da coletiva de Wellington:

– PENSOU EM PARAR:

“Nunca pensei em falar que ia desistir o que não seria capaz de ultrapassar o obstáculo que vivi. Hoje, com muita fé, dedicação e empenho próprio, porque treinei cinco ou seis meses sozinho, pois não podia vincular minha imagem a clubes por conta do doping. Foi difícil, mas me deu força”.

– DOPING:

“Fiquei muito chateado, mas nem por isso parei de treinar e batalhar, porque depois da suspensão sabia que poderia voltar. Tive uma lesão e fiquei chateado no dia. No dia a dia era difícil tentar conseguir recuperar de uma quarta lesão de joelho, sabendo que o time estava na Libertadores. Antes de ir ao Morumbi, chorava muito em casa por vontade de ajudar de alguma forma. O desejo de um torcedor de ver o time bem e ser campeão, de escrever uma história bonita. A minha emoção de ter entrado quatro ou cinco minutos no último jogo foi uma vitória pessoal. Passei por muita coisa, demorou muito, e consegui voltar e realizar o sonho que pensei quando ainda estava no Internacional. Pensei em entrar naquele túnel, com Morumbi lotado. Aquilo foi bom demais”

– ATRAPALHA SER TORCEDOR DO SÃO PAULO:

“Não. Sou torcedor, mas sou profissional. No Internacional me dediquei ao máximo. Se precisar dar carrinho de cabeça, eu dou. É questão de respeito e honra. Acho que não fecha nenhuma porta. Gosto de ser verdadeiro. Não vou contar historinha para vocês. Sou torcedor e tenho metade da minha vida nesse clube. Estou feliz de ter voltado. Alguns jogadores não falam talvez por não ter uma identificação tão grande com o clube como eu tenho”.