UOL – Diego Salgado
Um volante na equipe, dois meias, dois jogadores abertos, um centroavante, posse de bola e “rodízio como princípio de vida”. O colombiano Juan Carlos Osorio chegou ao São Paulo e, na primeira entrevista, mostrou que o time passará por mudanças dentro e fora de campo. O treinador cogitou até escalar três zagueiros quando for necessário, de acordo com a formação ofensiva do time rival.
No dia em que desembarcou no CT do São Paulo, Osorio deu mostras que dará chance a todos, inclusive às promessas da base. “Um grande desafio para mim é que os jogadores entendam que o rodízio é um princípio da vida. Não se compara jogadores por dinheiro ou por história. Isso se respeita, mas o princípio é de que em um grupo de trabalho todos sejam importantes. Sem isso, não se pode promover jovens jogadores para o time”, disse o treinador colombiano.
Com Osorio no comando, a tendência é que o São Paulo tenha mais rotatividade entre os jogadores. O treinador, segundo ele mesmo, atua com um volante entre duas linhas de quatro jogadores, além de um centroavante. A linha mais ofensiva traria, além de dois jogadores abertos, outros dois meias que atuariam por dentro.
Um deles seria Paulo Henrique Ganso, que ganhou atenção especial na coletiva de apresentação. No esquema do treinador colombiano, o camisa 10 atuaria à frente do volante, ao lado de outro meio-campo. Osorio afirmou também que irá escalar dois jogadores abertos, com apenas um atacante na referência. “Jogamos com dois pontas e um centroavante”, disse o novo comandante são-paulino
O esquema, dessa forma, seria 4-1-4-1, diferente do 4-4-1-1 implantado por Milton Cruz. Na atual formação, Denilson e Souza jogam por dentro, com Wesley ou Thiago Mendes pelo lado direito e Michel Bastos pelo esquerdo. Ganso é escalado após essa linha de quatro. Na referência, Pato ou Luis Fabiano.
Com Osorio, o camisa 10 ganharia um companheiro para atuar ao seu lado, com um centroavante mais à frente. O time teria apenas um jogador de contenção e dois homens abertos. Com a ideia de implantar um rodízio, Centurión poderia ganhar mais chances, jogando aberto — nesse caso um dos volantes perderia espaço.
“Defender bem é defender pouco”
O treinador colombiano, porém, garantiu que todos os jogadores da equipe terão a missão de defender e buscar a posse de bola. Ele também frisou a necessidade de o time jogar longe da própria meta. “Defender bem é defender pouco. Acredito que o mais difícil é fazer gols. A segunda coisa mais difícil é não sofrer. É de competência da defesa e de todos os jogadores”, disse.
Na coletiva desta segunda-feira, o treinador colombiano citou quatro nomes: Ganso, Michel Bastos, Alexandre Pato e Wesley — ele não falou sobre Luis Fabiano. Já Centurión foi mencionado somente após a pergunta na coletiva.
Quando falou dos jogadores, Osorio lembrou novamente da necessidade de manter a bola longe do campo de defesa. “É de competência da defesa e de todos os jogadores, como Pato, Ganso, Bastos e Wesley. São os primeiros defensores quando perdemos a bola”.
O técnico disse também que os laterais terão liberdade para atacar e admitiu até usar o 3-5-2 quando o São Paulo atuar contra um adversário com dois atacantes. Dessa forma, a equipe do São Paulo iria “se adequar aios rivais”.
Além disso, garantiu a intensidade nos treinamentos. “Não há futebol fácil. Gosto de trabalhos em alta intensidade. Trabalhos menores, de 7 contra 7, mas sobretudo dando 100% em campo. Que a exigência seja essa para poder melhorar. Mostra que a equipe tem coração”, disse.
O Osório chegou com uma grande missão que é a de tornar o tricolor novamente grande o que ele é capaz, mas tem um porém numa cláusula do contrato diz : a escalação do Mun-ra e do Pipoca é obrigatório.