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As declarações de Rodrigo Caio sobre o elenco do São Paulo ainda repercutem no clube, principalmente depois de mais uma derrota no Campeonato Brasileiro. Na sexta, o zagueiro acusou alguns atletas de falta de comprometimento e aprovou uma “limpa geral” do grupo tricolor. Nesta terça foi a vez de Hudson falar sobre o assunto no CT da Barra Funda. E o volante, apesar de medir um pouco mais sua palavras, seguiu a mesma linha de raciocínio de seu companheiro.
“Comprometimento é uma palavra muito forte para se dizer assim. Acho que em determinadas partidas pode ter havido algum relaxamento de determinados atletas. A gente se cobra muito sobre isso, porque em nenhum momento esse ano a gente teve chance ou folga para jogar relaxado. Era uma postura que tinha que ser evitada. Nessa questão, a gente tem que melhorar muito com certeza”, reiterou Hudson, mas evitando individualizar a cobrança, principalmente diante da pressão que têm vivido o técnico Ricardo Gomes e o goleiro Denis.
“É um todo. Não adianta apontar o dedo para o Ricardo, para o Denis e achar que eles são culpados por todos os resultados ruins. É um exagero enorme. Ninguém ganha sozinho. Não adianta o Ricardo falar, treinar e a equipe não colocar em prática no fim de semana. Quantas vezes o Denis não salvou o time? É que quando a fase é ruim, qualquer erro tem uma intensidade muito maior e uma relevância muito maior, não tem jeito”, disse o provável titular no domingo, contra o Atlético-MG, em Minas, já que João Schimidt terá de cumprir suspensão.
E apesar de defender alguns dos personagens mais criticados do atual elenco do São Paulo, Hudson, assim como Rodrigo Caio, não negou que espera por uma reformulação em 2017 e deixou claro que, se o clube quiser voltar a disputar títulos, o caminho é contratar, e contratar reforços de peso, que cheguem para assumir a responsabilidade, principalmente na parte ofensiva, avaliou o meio campista que se destaca mais pela força na marcação.
“Tem que ter mudança. Acho que está todo mundo de acordo. Foi um ano que ficamos devendo. Tem que ter mudança, tem que chegar novos jogadores”, cravou Hudson, antes de comparar a situação de momento com o ano de 2014, ano de sua chegada ao São Paulo. “Nosso grupo é um grupo reduzido. Você tem dificuldade na reposição. Quando cheguei tinham seis (jogadores) na frente que eram jogadores de Seleção Brasileira. Hoje tem o Michel e ele nem está jogando mais”, completou, lembrando da temporada em que o Tricolor contava com Ganso, Kaká, Luis Fabiano, Pato, Alan Kardec, além do próprio Michel Bastos.
Está cada vez mais claro, tanto dentro do elenco quanto entre os dirigentes são-paulinos, que o grupo suplica por novos nomes para a parte ofensiva. Hudson ressaltou que a cobrança tem que ser igual para todos, reforçou a ideia de que o time ganha e perde junto, mas não conseguiu negar que o ataque é, sim, o setor que mais preocupa.
“Em muitos jogos, o adversário ia uma ou duas vezes ao ataque e conseguia concluir (em gol). A gente tentava dez, doze vezes e não fazia o gol. A gente poderia ter dado muito mais”, comentou, animado com a chegada de Wellington Nem, atacante de 24 anos que se destacou no Fluminense e hoje pertence aos ucranianos do Shakhtar Donetsk. “É uma contratação do tamanho do São Paulo. É o que o São Paulo tem que almejar. Jogador rodado, experiente, de excelente qualidade”, concluiu.