A venda de David Neres pode aliviar as finanças do São Paulo, mas cria um problema técnico para Rogério Ceni. O setor ofensivo já era a maior preocupação, e agora isso se acentua. O Tricolor tem menos atacantes em seu elenco do que os principais adversários no Campeonato Paulista: Corinthians, Palmeiras e Santos.
Sem o jovem de 19 anos, vendido ao Ajax (HOL) por R$ 50,7 milhões, sobraram os atacantes de lado Wellington Nem, Luiz Araújo e Neilton, além dos centroavantes Chavez e Gilberto. Apenas cinco jogadores. Por isso, o São Paulo tenta antecipar o retorno de Rogério, o atacante, emprestado até maio ao Sport. Há otimismo no Morumbi. O volante Wellington seria envolvido no negócio para atuar na equipe pernambucana.
Comparado aos outros grandes do estado, o Tricolor é, disparado, quem tem menos opções ofensivas. O Palmeiras, atual campeão brasileiro, tem oito atacantes no grupo. O Santos, vice da Série A do ano passado, possui nove, contando os reforços Vladimir Hernández, Kayke e Bruno Henrique. E o Corinthians, se contar Marlone e Marquinhos Gabriel, que jogam abertos na linha de quatro atrás do camisa 9, chega a 10 atacantes no grupo. O dobro do São Paulo.
Neres não fez a pré-temporada, já que desde dezembro está concentrado com a seleção brasileira sub-20 que disputa o Sul-Americano da categoria. Mas seu fim de Campeonato Brasileiro foi tão empolgante a ponto de a comissão técnica lamentar sua saída.
(Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)
No sistema de jogo que Ceni esboça no São Paulo, três atacantes serão titulares: dois de lado e um mais centralizado. Se ele quiser reforçar o meio-campo, pode abrir Cueva do lado esquerdo, no lugar de Luiz Araújo, e escalar Cícero no meio-campo.
Ciente da dificuldade no ataque, a diretoria avalia usar parte do dinheiro da venda de David Neres para tentar um bom negócio que reforce o elenco. A prioridade é melhorar a situação financeira. A dívida total do São Paulo gira em torno de R$ 140 milhões, mas dar mais opções a Rogério Ceni também faz parte dos planos.
Contratado em 2015 e destaque no time do colombiano Juan Carlos Osorio, Rogério não tinha o apreço do argentino Edgardo Bauza, que o considerava jogador de meio, e não de lado de campo. Por isso foi emprestado ao Sport. A principal razão de Rogério Ceni querer sua volta é a afinidade com o gol. Os demais atacantes têm dificuldade de finalização.
Com ideia de montar um time ofensivo, enquanto não ganha reforços, Ceni tenta se virar com seu grupo. Além de Cueva, os meias Wesley e Shaylon podem ser improvisados dos lados do campo. Não é o ideal, mas é o que tem por enquanto.