Análise: ataque do São Paulo funciona, mas defesa volta a cometer erros

Foram 31 minutos em que o São Paulo bateu com a cara na porta e assustou os mais de 50 mil torcedores presentes no Morumbi. O ofensivo time montado por Rogério Ceni esbarrou em uma muralhada construída pela Ponte Preta. Mas o Tricolor teve paciência. Teve também os passes precisos de Cueva, a tarde inspirada de Gilberto e uma grande atuação no segundo tempo para golear a Macaca por 5 a 2 na volta do Mito à casa tricolor. Só a defesa destoou.

A equipe de Campinas fez o que se esperava: recuou em seu campo, trancou o meio de campo com forte marcação e deixou Lucca e Pottker como responsáveis pelo contra-ataque. Sem espaço, o São Paulo avançou ainda mais suas linhas, mas foi obrigado a jogar pelas laterais. E não foi fácil.

Com a defesa avançada, o Tricolor voltou a ter problemas, em um filme idêntico ao que aconteceu na estreia no Paulistão, contra o Audax. Não bastasse o erro na marcação, Sidão não segurou o defensável chute de Matheus Jesus. O goleiro, aliás, contrastou com o bom desempenho da equipe.

Nessa altura da partida o São Paulo já tinha 75% de posse de bola. E o que isso quer dizer? Que o time encurralou a Ponte de forma organizada, acertou a maioria dos passes, mas sem criar grandes oportunidades para, no mínimo, igualar o placar.

O empate veio em uma das poucas vezes em que o São Paulo conseguiu passar pelas linhas de marcação da Ponte pelo meio. Depois de uma dividida na intermediária, a bola sobrou para Gilberto bater. Cueva, no rebote, empatou e abriu caminho para a virada pouco depois. Se alguém pode jogar em pequenos espaços de campo é o peruano. Foi assim com uma ótima enfiada de bola para Gilberto fazer 2 a 1. Veja abaixo:

Ótimo passe de Cueva para Gilberto marcar para o São Paulo

A desvantagem no placar fez a Ponte Preta se abrir um pouco no segundo tempo. Era o que o São Paulo queria para encontrar espaços e construir uma grande atuação. Luiz Araújo perdeu uma chance clara logo no início, mas o golaço de Thiago Mendes de fora da área deu a vantagem que a equipe precisava.

Gilberto e Luiz Araújo foram os jogadores que melhor aproveitaram a partir disso. Pode ser pela pressão da concorrência de Lucas Pratto, pode ser por aumentar sua confiança, mas o centroavante mostrou oportunismo para marcar mais duas vezes. O garoto vindo da base deu muito trabalho com a velocidade pelos lados e levantou a torcida. Uma vitória tranquila depois de um início complicado.

Em sua volta ao Morumbi, Rogério Ceni agradece grande presença dos torcedores (Foto: Marcos Ribolli)

Rogério Ceni terá trabalho para corrigir os erros defensivos, principalmente os espaços dados nas marcações individuais. É verdade que o Tricolor relaxou com a vantagem, mas a Ponte voltou a assustar no fim, também com a ajuda de Sidão. Desta vez, o ataque resolveu.