Logo após a vitória sobre a Ponte Preta no último domingo, Rogério Ceni avisou que o São Paulo não jogaria para se defender na Vila Belmiro, contra “melhor equipe do Campeonato Paulista”.
O técnico prometeu e cumpriu. No clássico desta quarta, o time tricolor chegou a ter mais posse de bola em determinado momento da partida e encerrou o jogo com 48% de domínio nesse aspecto.
Além disso, foram oito finalizações a gol, duas a menos que o rival, apenas, com o detalhe de as bolas dos visitantes terem acertado o alvo em sete oportunidades, diferente da equipe santista, que chutou sete vezes para fora. No fim, o placar de 3 a 1 de virada quase se transformou em goleada, não fosse Lucas Veríssimo, que salvou uma bola em cima da linha já nos minutos finais.
“A gente nunca conta com número de gols. A proposta que tenho no São Paulo, na minha cabeça, é um time para vencer. Você corre risco quando joga para ganhar. Você sofre gols. Mas o importante é o encorajamento dos atletas. Fomos campeões da Florida Cup sem fazer nenhum gol, mas foram 11 chances contra o River Plate, algumas claras contra o Corinthians. Se for para jogar para trás eu abro mão da profissão. Fiquei muito tempo atrás, agora quero jogar mais para frente”, comentou o bem-humorado comandante, que ainda viu o desempenho na goleada contra a Ponte Preta como superior ao do clássico.
“A nossa melhor partida foi contra a Ponte. 70% de posse de bola, pressionando em todo momento. Para esse jogo (contra o Santos), jogamos mais em contra-ataque. Contra a Ponte, jogamos alto, com pressão. Contra o Santos, tem que alternar. Eu tento ajustar a equipe, mas mesmo assim eles conseguiram escapar com o Ferraz e o Zeca. Quando esses dois escapam pelo meio, fica muito perigoso. Deu para ajustar melhor o posicionamento no intervalo, com silêncio. São coisas que a gente treina, que a gente prega. Os jogadores são os grandes vencedores desse jogo”, analisou.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Ceni:
Confusão na comemoração de Cueva
“Foi na hora do gol? Eu olhei para trás e só vi um tumulto. Não sei o que aconteceu pelo coração. Não vi o lance, não posso falar. Quando ver, posso comentar. É um desabafo do jogo, mas tem que tentar manter a cabeça focada. Grito, xingamento, não mude a cabeça durante o jogo. Ele tem liberdade para jogar no campo, onde for mais confortável. Não determino uma posição fixa para ele, gosto muito que ele rode”, afirmou o técnico.
Substituição de Cueva
“Tenho outros jogadores como Shaylon, Lucas Fernandes, Cícero, mas parecido com Cueva não tenho. Viemos de quatro jogos consecutivos de ida e volta ao Maranhão. O Santos não viajou. Tenho que rodar meus jogadores, tentar poupar durante o jogo, para evitar lesões”.
100% na Vila
“Depois a gente pode fazer uma média, no futuro. Acho que vai ser negativo. Você vê pelo histórico do Santos aqui. Mostra que o time luta, é competitivo”.
Opção por Bufarrini
“Além do Foguete, é um lateral direito. Pode jogar na direita ou na esquerda. É um dos jogadores do elenco com melhor preparo físico. Mesmo não sendo canhoto e não tendo a mesma habilidade do Junior, ajuda de todas maneiras. No sábado, quem sabe joga o Bruno, o Buffarini. Junior está muito bem. Tenho que dar minutos iguais aos três. Confio nos três”.
Gol de pênalti
“Eu vi pelo telão. Vi que estava em tempo real quando passou a frente da bola. Vi como se estivesse pela televisão. Ele (Cueva) pegou a bola com confiança. Confio nele. Não é porque ele perdeu um (na Florida Cup), que vai mudar alguma coisa. Se fosse assim, eu não teria batido tantos, porque também já perdi pênaltis”.