Ganso gosta de ideia, mas SP espera dezembro para negociar com Orlando.

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UOL

Guilherme Palenzuela

Paulo Henrique Ganso gostou da ideia de jogar ao lado de Kaká no Orlando City, dos Estados Unidos, e o São Paulo poderá negociá-lo com o clube norte-americano no fim do ano. Antes, no entanto, a diretoria são-paulina quer ver o que o futebol europeu pode oferecer pelo meia até o fim de agosto.

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A diretoria do São Paulo afirma publicamente que Paulo Henrique Ganso não está à venda. Internamente, porém, admite que o momento financeiro delicado do clube faz com que todos os jogadores do elenco sejam negociáveis em caso de boas propostas. Nesta semana a cúpula são-paulina se recusou a abrir conversas com o Orlando City, clube de Kaká nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de negociar o camisa 10. Não houve uma proposta, mas sim uma sondagem inicial. O São Paulo, porém, rechaçou porque espera o que o mercado europeu – aberto até 31 de agosto – tem a oferecer.

A cúpula são-paulina quer ouvir de Ganso quais são suas prioridades para o futuro próximo. Se o jogador posicionar que deseja sair do clube – tem contrato até 20 de setembro de 2017 – e caso o clube não consiga nenhuma oferta do mercado europeu, a ideia é voltar a conversar com o Orlando City em dezembro, após o Brasileirão. Segundo apurou a reportagem, o jogador de 25 anos gosta da ideia de jogar nos Estados Unidos e não veria problema em sair antes do fim de 2015.

O São Paulo avalia os 32% dos direitos econômicos que detém de Paulo Henrique Ganso em R$ 15 milhões. É esse o valor que a diretoria definiu como meta para uma negociação e é o que o clube espera receber ao disponibilizar o jogador para o mercado. Mas o assunto é tratado com cuidado porque, diferentemente do que acontece no Morumbi, Ganso é visto como fundamental para o clube dentro do CT da Barra Funda, espaço comandado pelo técnico Juan Carlos Osorio, que vê o meia como titular de seu time ideal.

Caso receba proposta de um clube europeu por Ganso, o São Paulo tentará negociar para liberar o atleta apenas em dezembro, após o término do Brasileirão – em modelo de transferência agendada como aconteceu na venda de Lucas ao Paris Saint-Germain, em 2012.

A decisão de colocar Paulo Henrique Ganso no mercado, segundo a diretoria, nada tem a ver com a atitude rebelde do meia ao sair de campo irritado no último domingo, na vitória sobre o Coritiba. Disponibilizar o meia para transferência é uma definição baseada no potencial de mercado do atleta e no rendimento que ele vem apresentando, ainda aquém do esperado pelo clube. Além disso, a venda de Rodrigo Caio ao Valencia, da Espanha, vista como grande oportunidade de aliviar os problemas financeiros, não aconteceu.

A diretoria do São Paulo recebeu uma oferta do Flamengo por Ganso há pouco mais de um mês. Em reunião realizada no estádio do Morumbi, em São Paulo, o clube carioca ofertou R$ 10 milhões pelos 32% dos direitos econômicos – a DIS, do Grupo Sonda, detém 68%. Antes disso, o Santos ainda tentou um empréstimo do meia de volta à Vila Belmiro, sem sucesso.

A avaliação de R$ 15 milhões pelos R$ 32% de Ganso representa queda no que o próprio São Paulo pensava sobre o camisa 10. Há um ano a diretoria dizia que o valor de mercado do meia era de 30 milhões de euros (mais de R$ 100 milhões), montante que avaliava os 32% em cerca de R$ 30 milhões – o dobro do valor pedido hoje. Em setembro de 2012, o São Paulo pagou R$ 16 milhões ao Santos por 32% dos direitos econômicos. A DIS, que já tinha 45% dos direitos, pagou R$ 7,9 milhões e ficou com 68%.