José Eduardo Mesquita Pimenta conta com o apoio de Abílio Diniz na disputa pela presidência do São Paulo. O megaempresário era alinhado a Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, antes de Aidar renunciar sob denúncias de corrupção, em outubro de 2015. Mas os dois romperam relações. Agora, Diniz é aliado importante de Pimenta. Ele compareceu ao evento de lançamento da chapa de oposição e discursou.
Em conversa com os jornalistas, Pimenta definiu Diniz como um colaborador, mas descartou aporte financeiro na gestão.
José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato da oposição para presidência do São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)
– Ele é um colaborador. Vai nos ajudar com o que é possível, um empresário do porte dele. Mas não temos nenhum compromisso de atuação interna ou participação. Nada disso. Um consultor independente, um são-paulino fanático. Acho que aporte financeiro não. O São Paulo não é uma sociedade. Mas de alguma forma pode nos ajudar na constituição do fundo. E pode nos ajudar junto aos bancos. Com a força e poderio que tem, talvez poderíamos conseguir contratos em melhores condições, em prazos mais alongados, com juros mais convenientes. Certamente nisso poderá ajudar – disse.
O fundo de investimento citado por Pimenta é um dos dez pilares da sua chapa. O candidato da oposição falou em arrecadar dinheiro de cotistas, que teriam contrapartidas em garantias dadas pelo São Paulo.
– Estamos estudando ainda, mas certamente teremos alguma coisa em termo de realização de receita. Na medida em que as receitas forem realizadas, nós vamos amortizando essas cotas. Qualquer um (pode entrar). Certamente terá alguma condição mínima, mas qualquer um sem discriminação. Por aí, R$ 150 milhões. Não sei. Não é fácil, mas vamos ver. Atingir esse valor é o que gostaríamos para aliviar o caixa do São Paulo. Hoje o nosso prejuízo… o prejuízo na verdade é menor, mas a dívida bancaria é dessa ordem, de R$ 170 milhões – afirmou.
Veja o que mais disse Pimenta:
A oposição cita falta de transparência da atual gestão, mas há um portal lançado no site justamente sobre isso?
– A transparência no resultado operacional… me refiro a outras coisas que acontecem e não ficamos sabendo. Os dados poderiam ser revelados com mais ênfase e precisão.
Tem ideia de quem será o vice-presidente? Há um prazo para definir?
– Nenhuma ideia. Até a eleição. Nenhum compromisso. Politicamente vamos estudar. Todos em aberto (candidato a presidente do Conselho também).
Blum não quis ser candidato, e o senhor também não queria pelo que disse. Como foi a decisão?
– Nosso ideal hoje é recuperar o São Paulo. Achamos que podíamos fazer. Passei por isso em 1990. Com apoio do Abílio e outros apoiadores, achamos que é possível, sobretudo com profissionalização da administração e a implementação do novo estatuto, aprovado e que não entrou em vigor ainda (nota da redação: o novo estatuto entrou em vigor em janeiro, mas os princípios de gestão profissional, por exemplo, passarão a valer depois da eleição de abril). Essa descentralização e maior transparência na administração vão resultar em benefícios para o São Paulo, com patrocinadores e fornecedores. Acho que teremos um ambiente mais saudável.
Como pretende modernizar o Morumbi?
– A garagem, o estacionamento, é essencial. E quem sabe a cobertura do estádio. Mas ainda vamos desenvolver esse projeto. Mas a intenção é essa.
Tem ideia de qual é o número da base aliada de conselheiros?
– Temos um número razoável, um número razoável. Estamos avançando.
Quantos são necessários para vencer a eleição?
– De 120 a 125 conselheiros.
Abílio Diniz disse que para situação é mais fácil vencer. O que a oposição vai fazer para virar o jogo?
– Tudo o que é possível fazer. Honestamente e decentemente. Tudo o que é possível fazer. Se der, deu. Mas é sempre muito difícil lutar contra o poder.
Pimenta e Abílio Diniz, empresário apoiador do candidato da oposição (Foto: Marcelo Hazan)
Como o senhor viu a gestão de Carlos Miguel Aidar, que renunciou sob denúncia de corrupção?
– Infelizmente, isso manchou a nossa história. Gostaria que nunca tivesse acontecido, mas infelizmente aconteceu.
Ele (Aidar) tem de ter continuidade no clube de alguma forma ou permanecer afastado por tudo o que fez?
– Não existe pena permanente. Na nossa legislação, não temos nenhuma pena perpétua. Acho que algum dia podemos rever isso. Ele prestou grandes serviços ao São Paulo.