Atacante, que encantou na pré-temporada, sofreu com contusão e ainda não fez gols, agora tenta se adaptar à função do peruano, que só deve voltar ao time na próxima semana
Na pré-temporada, Wellington Nem encantou a comissão técnica do São Paulo, que comemorava o acerto de sua contratação, um empréstimo pelo Shakhtar Donetsk até o fim deste ano.
Mas o atacante, provável titular na noite desta quinta-feira, contra o Cruzeiro, no Morumbi, pela Copa do Brasil, ainda não decolou. Não fez um gol sequer pela equipe. Tem sido alvo de críticas nas redes sociais e apupos no estádio do Morumbi. Por que?
O primeiro obstáculo para que Nem confirmasse nas competições o ótimo desempenho dos treinos foi a lesão muscular sofrida logo na primeira rodada do Paulistão, e que o deixou fora da equipe por quase um mês. Nesse período, o São Paulo firmou um sistema de jogo com Cueva sendo um dos “pontas”, mais adiantado do que Rogério Ceni imaginava no início do ano, e Luiz Araújo, do outro lado, teve atuações que o asseguraram uma vaga de titular.
Nem voltou entrando aos poucos, inicialmente só no segundo tempo, para depois ser inserido de vez no rodízio do técnico, que gosta de poupar sempre um jogador com as suas características ou as de Luiz Araújo: rápido, que jogue pelos lados e precise ter compromisso sério com a recomposição e a marcação do lateral adversário.
Só que aí Wellington Nem sofreu outro duro golpe: a lesão de Cueva.
Em tese, a ausência do peruano permitiu que o atacante disputasse mais jogos do que seria o normal. Mas, por outro lado, exigiu que ele desempenhasse uma função em campo com diferenças sutis, mas que interferem em seu rendimento.
Naquilo que está mais próximo de ser um “time ideal” para Ceni, a escalação tem Luiz Araújo pela esquerda e Cueva na direita, mas ambos executam funções diferentes. Enquanto o primeiro tem mais explosão, chegada à linha de fundo, velocidade no um contra um, o meia peruano recebe mais liberdade para flutuar pelo meio-campo, criar, tabelar e triangular com os outros jogadores por todo o gramado.
Wellington Nem é mais Luiz Araújo, mas tem sido obrigado a ser mais Cueva para suprir a carência no elenco do São Paulo. Rogério Ceni testou Thiago Mendes na função na derrota por 3 a 0 para o Palmeiras. Não deu certo. Agora, quem surge como alternativa é Thomaz, meia que veio do Jorge Wilstermann e mostrou bom futebol nos 5×0 sobre o Linense, no último sábado. Nem foi poupado desse jogo porque deve começar contra o Cruzeiro.
Uma demonstração do problema tático foram 10 ou 15 minutos no primeiro jogo diante do Linense. Quando Ceni tirou Luiz Araújo e ficou com Thomaz por um lado e Wellington Nem por outro, os dois jogaram no “estilo Cueva”, e o São Paulo viu seu meio-campo embolar, sem profundidade, sem a busca de um jogador pela linha de fundo.
Outro exemplo foi quando Wellington Nem atuou como um típico meia no empate sem gols com o Defensa y Justicia, na Argentina. Centralizado. Mesmo assim, teve duas ótimas chances de marcar e acabar com seu jejum, mas finalizou mal e permitiu defesas do goleiro Arias.
Mas se a torcida não está feliz com as atuações do reforço, a comissão técnica, com o perdão do trocadilho, não está “Nem” aí. Wellington continua com prestígio. E há esperança de que ele desencante agora, na hora das decisões.
Veja mais informações sobre o jogo do São Paulo contra o Cruzeiro:
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Data e horário: quinta-feira, 21h30 (horário de Brasília)
Escalação provável: Renan Ribeiro, Buffarini, Maicon, Rodrigo Caio (Lucão) e Junior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Wellington Nem, Luiz Araújo e Pratto
Desfalques: Sidão (lombalgia), Bruno (entorse no tornozelo esquerdo), Cueva, Lucas Fernandes e Edimar (estiramento na coxa esquerda)
Ingressos: clique aqui para saber valores e como comprar
Arbitragem: Anderson Daronco (Fifa-RS), auxiliado por Rafael da Silva Alves e Leirson Peng Martins (ambos do RS)
Transmissão: Fox Sports
Tempo Real: no GloboEsporte.com, a partir das 20h30
Até agora Wellington Nem e Neílton, tem sido dois fiascos de contratações.