Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, fazia o discurso de posse depois de ter sido reeleito presidente do São Paulo quando seu telefone celular tocou. Sorridente, o dirigente declarou:
– Estou recebendo um telefonema que não vou atender agora, mas para vocês saberem, é do Rogério Ceni – disse.
Durante o discurso, o presidente fez questão de elogiar o zagueiro Rodrigo Caio, que no último domingo protagonizou um lance raro no futebol. Ele se acusou em um lance com Jô, do Corinthians, e ajudou o árbitro Luiz Flávio de Oliveira a cancelar um amarelo equivocado para o atacante adversário. Apesar dos elogios de Leco, o defensor recebeu bronca do técnico Rogério Ceni, durante o intervalo do clássico.
– Como nos distingue aquela maravilha de atitude que o Rodrigo Caio teve. Isso é coisa de gente diferente, o São Paulo é diferente. A retidão, a dignidade, o fazer o bem, isso deve estar dentro de cada um de nós. Deve ser aplaudido – disse Leco.
Na longa lista de agradecimentos após ter sido eleito, Leco fez uma menção especial a Rodrigo Gaspar, seu assessor pessoal, cujo trabalho chamou de “fundamental”.
Gaspar envolveu-se em polêmica com o próprio Rodrigo Caio há pouco mais de um ano. Em mensagens publicadas no twitter, Gaspar chamou o zagueiro de “jogador de condomínio” e “bonzinho, mas fraco de futebol e personalidade”. Cinco meses depois, ele pediu desculpas ao jogador.
Carlos Augusto de Barros e Silva, que cumpriu no último ano e meio uma espécie de “mandato tampão” após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, agora foi eleito para comandar o clube até dezembro de 2020.
– A grande missão começa agora. Vamos fazer uma gestão limpa, como foi esta do último ano e meio. E vamos fazer uma gestão aberta ao diálogo – discursou.
Veja as principais declarações de Leco após a vitória:
Vitória na eleição
– Estou imensamente feliz e orgulhoso de ter vencido essa eleição, que tem cara de reeleição, mas que na verdade é meu primeiro mandato. Vocês sabem que eu cumpri o complemento de um mandato que foi terminado de forma incomum (Carlos Miguel Aidar renunciou). Encarei e consegui superar muitos dos problemas que vinham com toda aquela situação. Hoje tenho a consciência de estar mais seguro, experiente e conhecedor do São Paulo. Ganhar da forma como ganhei e de todas as pessoas que eu ganhei me dá um sabor excepcionalmente bom.
Disputa com a oposição
– Alguns métodos me espantaram, algumas formas de fazer a campanha política tão agressivamente, tão determinada a ganhar a qualquer preço e a qualquer custo. Todos os pacotes de bondades, empregos, cargos, dinheiro, tudo foi oferecido e nós não conseguimos entender direito os motivos dessa obstinação da luta pelo poder. Isso foi novo. Mas o que há de maior e fundamental em tudo isso é que a comunidade são-paulina teve nos seus conselheiros condutas maiúsculas, irrepreensívels, de repúdio a algumas atrações que lhe foram apresentadas. Isso é muito triste. Eu me sinto orgulhoso de ter conquistado esse mandato.
Diálogo com a oposição
– Se a oposição tem a fórmula mágica do fundo de investimento, basta me trazer. Tudo o que for bom para o São Paulo será bem recepcionado. Só que eu não acredito em milagres. Não consigo vislumbrar a possibilidade de ter o tal fundo de investimentos da forma como isso foi apregoado. A sensação que me dá é que foram expedientes políticos tendentes de uma certa forma de seduzir pessoas bem intencionadas que querem o melhor para o São Paulo. Estou aberto a qualquer contribuição ou ideia que possa se bom para a instituição.
Novos diretores
– Eu terei uns dias para definir várias coisas e entre elas cargos de diretores executivos. Em menos de 15 dias não poderei completar tudo isso. Claro que não é o caso de um diretor executivo de futebol. Tenho a ideia bem formada. Eu não poderia antes de ganhar a eleição fazer qualquer tipo de processo. Ideias eu tenho, concepções eu tenho. Vou ter um ex-jogador no Conselho de Administração, que é o Raí.
Fonte: GloboEsporte.com