Gilberto não é o atacante mais afamado do elenco do São Paulo, mas está na ponta da artilharia da equipe na atual temporada, com 11 gols em 15 partidas oficiais das quais participou. Com contrato até dezembro deste ano, o centroavante não gosta de falar sobre renovação e tenta se manter alheio a ela.
“A diretoria não me procurou ainda porque não sou eu que trato desse lado, mas sim meu empresário. Pedi para eles não falarem comigo sobre esse assunto porque eu sabia que vocês (jornalistas) iriam me perguntar”, afirmou o camisa 17, em entrevista coletiva, na última quarta-feira.
Chateado com a dupla eliminação que o time sofreu na última semana (Copa do Brasil e Campeonato Paulista), o jogador não esconde o desejo de prorrogar o vínculo com o clube do Morumbi.
“Todas as entrevistas que eu dei até agora mostraram que estou disposto a ficar no São Paulo. Meu foco sempre foi e vai ser o São Paulo. Enquanto estiver aqui, vai ser sempre o São Paulo. A partir do momento que eu estiver em outro clube, aí sim focarei só nele”, ressaltou.
Com 27 anos, Gilberto assinou em julho do ano passado para preencher uma lacuna deixada no time, após as saídas de Calleri e Alan Kardec. Em 2016, porém, sofreu com lesões e não conseguiu desempenhar um bom futebol.
Nesta temporada, a reviravolta. Em plena forma física, o artilheiro cresceu com a chegada de Rogério Ceni e contou até com a ajuda da psicóloga do clube, Anahy Couto, para esquecer os velhos problemas e desencantar com a camisa tricolor.
“A minha evolução no São Paulo aconteceu num momento bom. Eu precisava disso. A chegada do Rogério foi essencial. Todos têm uma parcela nisso. Juntei tudo o que tinha feito de errado no ano passado e fiz tudo diferente. Trabalhei mais, procurei deixar minha cabeça só no futebol. Procurei estar bem fisicamente e falar com a psicóloga sempre. Só tenho a agradecer a esse pessoal por me mostrar um caminho e espero continuar”, explicou.
Apesar da ótima fase, Gilberto sabe que o status de titular da posição pertence a Lucas Pratto, noção adquirida durante conversa com Ceni que terminou com um trato entre eles realizado ainda na pré-temporada.
“Titularidade é uma coisa eventual”, disse Gilberto, que atuou nessa condição em dez das 23 partidas oficiais do time no ano. “O Rogério falou muitas vezes sobre isso. Quando ele falou que queria contar comigo, ele falou que iria trazer um jogador de renome para jogar. E eu queria ser treinado por ele, então aceitei esses termos, poderia ter saído”, revelou, explicando por que não cobra mais oportunidades.
“Aí você aceita isso há quatro meses e agora quer mudar porque está numa boa situação? Não, você tem de ser homem. O Rogério foi bastante homem comigo. E estou aqui para ajudar”, concluiu o artilheiro.
Gazeta Press