Treinador diz entender desabafo feito por Eduardo Baptista após vitória sobre o Peñarol, mas ressalta que não vê ganho em brigar com a imprensa por polêmicas
Rogério Ceni começou sua carreira de técnico neste início de ano. Já Eduardo Baptista possui um pouco mais de rodagem, apesar de ter no Palmeiras o segundo clube considerado grande no currículo. Apesar de ter o aproveitamento de 67%, o técnico alviverde foi demitido pela diretoria após a derrota sobre o Jorge Wilstermann. E o treinador são-paulino foi questionado sobre o assunto na coletiva desta sexta-feira, no CT da Barra Funda.
Desde o início do ano, existia uma clara diferença entre as situações dos dois treinadores. Ceni, no São Paulo, tem carta branca para fazer o que quiser e é 100% respaldado pela diretoria, o que não acontecia do lado de Eduardo Baptista, que era muito questionado a cada derrota. O comandante são-paulino lamentou a saída do colega, mas deixou claro que não se sente pressionado no comando da equipe do Morumbi.
– Leio muito pouco e não me sinto pressionado. Vejo muita gente que não entende de futebol dando opiniões. A tendência da imprensa é sempre apimentar. Lamento a saída do Eduardo porque acho que vinha fazendo um ótimo trabalho. Tinha 67% de aproveitamento. Caiu de maneira inesperada na semifinal para a Ponte Preta, mas tinha totais condições de levar o Palmeiras longe nas próximas competições. Honestamente não perderia meu tempo brigando com vocês, não ganharia nada com isso. Mas veja o jogo com o Peñarol. Você vira perdendo de 2 a 0, vai para 3 a 2, acontece tudo que aconteceu. Você tem uma vitória épica e é normal que tenha um desabafo. Aqui, antes de um treino, a reação seria completamente diferente – afirmou o treinador.
No São Paulo, Ceni tem desempenho inferior ao de Eduardo Baptista no ex-clube. Em 25 partidas disputadas, ele conquistou 11 vitórias, dez empates e sofreu quatro derrotas, o que resulta no aproveitamento de 57,3% dos pontos.
Na próxima quinta-feira, o Tricolor tem mais uma decisão pela frente, contra o Defensa y Justicia, no Morumbi, pela Copa Sul-Americana. Por ter empatado na ida por 0 a 0, a equipe precisa vencer por qualquer placar para avançar na competição.
Veja os demais trechos da coletiva do técnico Rogério Ceni
Semana de treinos:
“Esses 15 dias de treino já estão se acabando, é o último final de semana sem jogos. Tentamos fazer alguns testes, dar equilíbrio a alguns atletas que estavam abaixo fisicamente. Taticamente, desenvolvemos situações de jogo que treinamos todos os dias por 15, 20 minutos para melhorar nosso nível de jogo, principalmente de criação. Criação para enfrentar equipes que jogam de maneira fechada no Morumbi. Na segunda, terça e quarta, vamos trabalhar especificamente para o jogo de quinta, contra o Defensa y Justicia, time que não perde há cinco jogos no campeonato argentino e que atua no 3-5-2.
O que é mais desafiador desde que começou como técnico?
“Todo trabalho que você tem um grande número de pessoas é desafiador. Você tem de escolher 11. O desafio é manter os outros 23 motivados ou a grande maioria deles. Ontem (quinta-feira) fez quatro meses que iniciei meu trabalho e consegui rodar todo o grupo porque tinha o Paulista. Agora, especificamente no mês de maio, temos poucos jogos. O que é ingrato. Ficamos tanto tempo sem jogar e agora jogaremos pouco em maio. No mês de junho, serão partidas mais consecutivas. O desafio é manter todo mundo motivado. Por isso que sempre cito que é importante trabalhar com um elenco mais enxuto. Todos estão participando dos treinos com a mesma intensidade, mas é impossível dar a mesma atenção para 34 jogadores.
Ceni fala sobre a redução do elenco:
“O Léo Natel voltou para Cotia para continuar os treinamentos. Às vezes aparece o interesse de algum clube e acaba saindo o negócio. Vamos continuar trabalhando com o elenco do jeito que está. Temos o João com saída consumada e pra isso vem o Militão. Futebol é como um bolo. Ou você compra pronto ou compra ingredientes e faz em casa. Fica mais barato. O João é um jogador pronto. O Jucilei é um jogador pronto, custa 6, 7 milhões de euros. Ou você forma um Militão, que vai demorar um tempo para formar. A saída do João será reposta com a vinda do Militão. Não vamos forçar ninguém para sair. Alguns jogam mais, outros jogam menos. Infelizmente, não consigo dar as mesmas chances para todo mundo.
Você se considera um técnico de vanguarda:
“Faço meu trabalho todos os dias, tento acompanhar os treinamentos mais modernos que existem na Europa, com velocidade de jogo e parte tática. Tento fazer trabalhos diferentes no dia a dia, mas sempre com muita intensidade. Futebol será sempre ofensivo, para frente. Nunca meus treinos vão durar mais do que 1h10min. Antes de estudar lá fora, trabalhei por 25 anos no futebol. Pude observar o futebol, ver jogos, ver treinadores que eu gosto. Não sou um treinador que monta equipes para atuar buscando o contra-ataque. Gosto de tomar iniciativa. O Chelsea tomou 11, 12 jogos tomando gols e é o líder do campeonato. O problema é que se apega a números que são importantes. Mas são importante para nós. Quem vê o jogo, só se importa com o placar. Eu não. Eu analiso o trabalho, vejo os números do campeonato para ver se cheguei onde queria. É claro que eu quero títulos. O objetivo era estar na final do Campeonato Paulista. Mas os números são importantes para a coleta de dados.
Ceni fala sobre a relação com a imprensa e queda de Eduardo Baptista no Palmeiras:
“É muito relativo. Eu entendo perfeitamente como ele se comportou. Não é só a pressão da imprensa. Leio muito pouco e não me sinto pressionado. Vejo muita gente que não entende de futebol dando opiniões. A tendência da imprensa é sempre apimentar. Lamento a saída do Eduardo porque acho que vinha fazendo um ótimo trabalho. Tinha 67% de aproveitamento. Caiu de maneira inesperada na semifinal para a Ponte Preta, mas tinha totais condições de levar o Palmeiras longe nas próximas competições. Honestamente não perderia meu tempo brigando com vocês, não ganharia nada com isso. Mas veja o jogo com o Peñarol. Você vira perdendo de 2 a 0, vai para 3 a 2, acontece tudo que aconteceu. Você tem uma vitória épica.
Ceni fala sobre o meia Nenê, do Vasco:
“É um excelente jogador, tem muita qualidade. Mas para você armar o time com Nenê e Cueva para o esquema tático que atuamos é complicado. É um jogador de qualidade, mas não necessariamente que poderíamos contratar.”
Técnico fala sobre Militão:
“Acompanho desde quando trouxe o Araruna. Falei com ele na época. Ele ainda é mais jovem que os outros que vieram. Vi jogos do sub-20 e ele tem muito potencial. A evolução vai depender dele. Quero que o João passe experiência a ele, que o Jucilei passe experiência a ele. Numa necessidade, pode atuar como zagueiro. Também precisa ganhar a parte muscular, é franzino. Bem trabalhado, dentro de um ano, um ano e meio, o Militão poderá ter o mesmo desempenho do Jucilei, que é um jogador pronto.
O Que esperar de uma Diretoria de Velhos idiotas e incompetentes, que contratam um técnico pagando um alto salário não importando ou cobrando um resultado que é comum numa grande empresa, contrataram uma merda para dirigir o time profissional sem cobranças, não existe um objetivo ou uma diretriz. É participar como os times pequenos participam do Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, sem pensar na Torcida Tricolor que dão a vida e amor por uma Libertadores.
Fora carniça