A maior goleada em final de Copa Libertadores de todos os tempos

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Há 24 anos, o Tricolor goleou a Universidad Católica no Morumbi por um placar até hoje não repetido e assegurou o bicampeonato sul-americano

Michael Serra / Arquivo Histórico do São Paulo FC – Site Oficial

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No dia 19 de maio de 1993, o Tricolor enfrentou a Universidad Católica, do Chile, na primeira partida da decisão da Copa Libertadores da América daquela temporada. Com uma estrondosa goleada – 5 a 1 (gols de López, contra, Vítor, Gilmar, Raí e Müller) – o São Paulo praticamente assegurou a conquista antecipada do torneio – o troféu somente foi erguido uma semana depois, após a partida de volta realizada no dia 26, fora de casa.

Não bastasse, o feito até hoje é marca imbatível na história da principal competição sul-americana: o placar é o resultado mais elástico já ocorrido em uma partida final da competição. Na ocasião, superou o 4 a 0 do Boca Juniors sobre o Deportivo Cali, da decisão de 1978. Assim, curiosamente, o Tricolor também detém a segunda maior goleada deste tipo: o mesmo 4 a 0, este sobre o Atlético Paranaense obtido na conquista da Libertadores de 2005.

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O time chileno chegara à finalíssima após eliminar o favorito América de Cali (base da seleção colombiana que goleou a Argentina por 5×0, em Buenos Aires, naquele mesmo ano). Contudo, as surpresas pararam por aí. Frente o Tricolor de Telê Santana, que avançara até aquele ponto depois de desclassificar Newell’s Old Boys, Flamengo e Cerro Porteño, os “cruzados” pouco puderam fazer.

5×1, fora o baile.

Tudo começou com o Tricolor partindo para cima: Palhinha carimbou a trave adversária logo de cara e Cafu forçou o goleiro a praticar excelente defesa pouco depois. Aos 30 minutos, a muralha cruzada caiu: o camisa nove são-paulino acertou novamente a trave, mas no rebote Lopez marcou contra: 1 a 0!

Dez minutos depois, linda jogada de Raí e Pintado, que encontrou Vitor adentrando a área e pronto para marcar um golaço! 2 a 0, placar do primeiro tempo. Mal reiniciada a partida (nove minutos), o zagueiro Gilmar foi a frente, tabelou pelo meio do campo, invadiu a área e bateu para o gol com categoria, no contrapé do goleiro: 3 a 0!

Sem dar tempo para os oponentes respirarem, aos 15 minutos Palhinha encontrou Cafu livre pela direita. Este cruzou para Raí, que com magistral categoria, completou de peito e anotou o quarto gol do Tricolor no jogo!

Um gol mais bonito do que o outro, mas ainda coube mais. Aos 25 minutos, a cereja no bolo: a zaga chilena tentou interceptar um lançamento para Müller, mas tudo o que conseguiram foi facilitar para o atacante, que, de fora da área, bateu de pronto e encobriu o arqueiro adversário – que golaço! 5 a 0!

Em algum ponto entre o último gol são-paulino e a comemoração do bicampeonato sul-americano, os chilenos descontaram, de pênalti, embora ninguém tenha dado muita atenção ao fato. Contudo, uma menção especial é válida ao goleiro Zetti, que realizou salvou plasticamente um gol contra ainda no primeiro tempo e realizou uma série memorável de quatro defesas seguidas, no segundo.

Com o fim de jogo, ao técnico chileno só restou aplaudir: “O São Paulo é um time de mestres, uma equipe iluminada”. Posto isto, pouco importava o jogo de volta, o são-paulino já se sentia bicampeão da América!