Após gol, jornalista valoriza jovem atacante ao compará-lo com outras opções ofensivas do Tricolor e vê marra ao espantar “zica” em comemoração como normal
O São Paulo conseguiu superar a derrota para o Cruzeiro na estreia do Brasileiro com o triunfo diante do Avaí, por 2 a 0. Se o jogo pareceu complicado em alguns momentos, coube a Luiz Araújo sair do banco e descomplicar, com um belo gol após jogada individual no último minuto da partida. Na comemoração, o atacante fez gestos para “espantar a zica”, mas foi elogiado pelo jornalista Carlos Cereto durante o “Redação SporTV”. Após ser questionado sobre uma possível “marra” do atacante, o analista relevou o gesto e disse que, com exceção de Pratto, que atua em uma função diferente, não há ninguém melhor do que o jovem para atuar no ataque do Tricolor Paulista.
– Com 20 anos todo mundo é chato, todo mundo é marrento. Eu também seria absolutamente marrento se jogasse no São Paulo com 20 anos e fosse titular do time. A gente tem que entender um pouco essa questão. Tem gente que é marrento com 44, 50, 60, que amadureceu mas não perdeu a marra. (…) Não tem ninguém melhor do que o Luiz Araújo no ataque do São Paulo. Com exceção do Pratto, que é centroavante, se você pegar ali, o Wellington Nem tentou, está machucado, mas não jogou mais do que o Luiz Araújo. O Marcinho, que veio do São Bernardo e jogou ontem, não joga mais que ele O Neílton, que vai ser negociado, também não jogou mais do que ele – avaliou.
Um dos motivos para a permanência de Luiz Araújo no banco seria a quantidade de decisões erradas tomadas em partidas anteriores. Cereto lembra dos discursos de Rogério Ceni sobre o atleta e ressalta que são sempre direcionados às atuações em campo. No entanto, mesmo com o individualismo, o comentarista crê que não há outro jogador no clube capaz de fazer as funções do atacante.
Luiz Araújo decidiu para o São Paulo após sair do banco (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)– O Rogério Ceni costuma falar o seguinte: “O Luiz Araújo não tomava decisões acertadas dentro de campo”. Sempre falando dentro de campo, ele nunca falou do jogador fora. Na hora de passar para a esquerda, por exemplo, ele passava para a direita. Na hora de correr para a direita, corria para a esquerda. (…) Não tem ninguém no elenco que faça a função que ele faz, ele é muito rápido, veloz e habilidoso. Não tem ninguém melhor do que ele para jogar no São Paulo – concluiu.
Sobre a comemoração do jovem, o jornalista inglês Tim Vickery avaliou a situação como normal para a idade do jogador e acredita que ninguém está preparado para um salto tão grande na carreira em um tempo tão curto. Para ele, o futebol é a única profissão onde os jovens sofrem com a exposição pública repentina.
– Não tem nenhuma profissão no mundo que tenha esse salto. Oito meses atrás, ele era um estranho dentro da própria casa dele. Aí você vira titular ou até banco entrando em um grande clube e, de repente, seu trabalho está sendo julgado por muita gente no estádio e por milhões assistindo na televisão. É um salto enorme para virar uma pessoa pública. Eu acho que, na verdade, ninguém está preparado para isso – analisou.
Com o gol que sacramentou a vitória do Tricolor Paulista, o São Paulo chega aos três pontos na tabela e encerra a rodada na décima primeira posição. O próximo compromisso da equipe é o clássico contra o Palmeiras, às 19h do próximo sábado (27), no Morumbi.
