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Alexandre Lozetti
De volta ao clube que o revelou e onde ganhou dois títulos brasileiros, meia tem exemplos positivos (e outros nem tanto) de grandes nomes que retornaram depois de atuar no exterior.
Jogou muito pelo São Paulo. Ganhou títulos. Virou ídolo da torcida. Foi vendido. Voltou para o Tricolor anos depois.
É a história de Hernanes, que desembarcou na última sexta-feira no Brasil, mas está longe de ser inédita. O roteiro se repete com certa frequência desde o início dos anos 90, quando Muller retornou do Torino, da Itália, para se tornar um dos maiores vencedores da vida tricolor.
Veja abaixo como foram as segundas passagens de ídolos pelo Morumbi. Exemplos que Hernanes, bicampeão brasileiro em 2007-08, terá de tentar seguir. Já outros é melhor não repetir…
MULLER
Foi contratado no início de 1991, após longa negociação, e reestreou em abril. Fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Portuguesa, no Morumbi. Era só o começo de um período glorioso, que teria dois títulos paulistas, uma Supercopa, um Brasileiro, duas Libertadores, dois Mundiais… Antes, ele já acumulava conquistas, entre elas, o Brasileiro de 1986.
RAÍ
O camisa 10 já era um dos maiores da história tricolor quando foi vendido ao PSG, em 1993. Depois de cinco anos, a diretoria o trouxe de volta. E a estreia? Na final do Campeonato Paulista, contra o Corinthians. O São Paulo precisava vencer para ser campeão. Raí (usando a camisa 23) fez um gol, deu uma assistência e foi o herói dos 3 a 1 sobre o rival. Aposentou-se em 2000, depois de outro título estadual.
LUÍS FABIANO
O Fabuloso deixou o São Paulo em 2004 como um dos principais ídolos de um período de seca. Seu nome era gritado em volume ensurdecedor no Morumbi. Depois de sete anos, em 2011, a diretoria anunciou sua volta. A apresentação teve direito a estádio lotado, mas a única conquista foi a Sul-Americana de 2012, na qual o centroavante nem sequer conseguiu ser protagonista – foi expulso no primeiro jogo da final, contra o Tigre. Ele saiu no fim de 2015 como terceiro maior artilheiro da história do clube, com 212 gols.
KAKÁ
Teve uma relação de aplausos, euforia e vaias entre 2001 e 2003, mas adquiriu profundo respeito do torcedor pela sua trajetória de sucesso na Europa. Tanto que o Morumbi também recebeu bastante gente para festejar sua volta no meio de 2014, ainda que por um empréstimo de apenas seis meses. Suas presença naquela equipe não teve briilho técnico, mas potencializou comportamento e jogo dos companheiros, e ajudou a levar o São Paulo ao vice-campeonato brasileiro antes que o meia fosse para o Orlando City, dos EUA.
LUGANO
Ganhou tudo o que era possível, principalmente o amor dos são-paulinos, entre 2003 e 2006, quando foi para o Fenerbahçe, da Turquia. Rodou a Europa e fez sucesso pela seleção uruguaia até o fim de 2015, quando estava no Cerro Porteño e voltou para ser a referência de que o elenco precisava depois da aposentadoria de Rogério Ceni. Entretanto, foram raros os momentos em que ele se fixou como titular da equipe. Hoje, faz rodízio na lista de relacionados em razão do limite de estrangeiros, mas jamais perdeu o prestígio com os fãs.
Me desculpem os idiotas que vivem do passado, mas a volta do Pipoca e do Velhugano foram de uma incompetência e enganação da Diretoria com os torcedores.