Por Rubens Chiri / saopaulofc.net
O São Paulo enfrentou, hoje (29), o Botafogo no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pelo Brasileirão e obteve uma incrível vitória por 4 a 3, com gols de Cueva, Hernanes e Marcos Guilherme (duas vezes). O feito, obtido com três gols nos últimos dez minutos pôs fim a um jejum de viradas contra o Botafogo e resgatou a histórica “Blitz Tricolor”.
O Tricolor saiu na frente no placar, com gol do peruano Cueva, aos 17 minutos da etapa inicial. Contudo, o time carioca virou o jogo com dois gols de Marcos Vinicius, ainda no primeiro tempo.
Estando em desvantagem, só restava ao São Paulo lutar pela vitória a qualquer custo. O contexto histórico do confronto contra o Botafogo, nesta situação (ter sofrido uma virada para o adversário), não era nada favorável ao Tricolor: os são-paulinos só haviam revertido uma partida nessas condições uma única vez, até hoje. Foi em 2014, na cidade Brasília, quando venceram por 4 a 2, revirando o jogo.
A etapa inicial do certame desta tarde, no Engenhão, acabou 2 a 1 para o oponente carioca. Restando apenas 45 minutos para alcançar a vitória, o desempenho do clube contra o Botafogo, ao longo do tempo, também não ajudava: somente duas vezes o São Paulo virou o jogo o time alvinegro tendo perdido a primeira etapa. Mas, olha, foram dois jogos tão incríveis quanto o deste dia 29:
Em 1981, no Morumbi, o São Paulo venceu o Botafogo por 3 a 2, classificando-se para a final do Brasileirão daquele ano com o golaço de Everton, aos 32 minutos do segundo tempo. E, em 2001, o Tricolor sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo sobre os botafoguenses com dois gols da jovem estrela Kaká. Há 16 anos, então, o São Paulo não convertia uma derrota para o Botafogo no primeiro tempo em vitória, ao final da peleja.
Veio o segundo tempo. Os são-paulinos perderam a oportunidade de empatar a partida, com um pênalti perdido por Cueva. Na sequência, os cariocas ampliaram. 3 a 1 para eles. Os ponteiros do relógio não paravam e, faltando menos de dez minutos para o São Paulo reagir, os números jogavam mais ainda contra os tricolores:
A última vez que o São Paulo virou um placar contrário estando em desvantagem de dois gols foi contra o Ituano, em 2012 (Paulista, 4 a 2), mas em partida de importância nacional, foi contra o Cruzeiro, em 2005, pelo Campeonato Brasileiro (3 a 2), ambas também fora de casa. Contudo, faltando apenas dez minutos para produzir alguma coisa, a derradeira vez que algo assim ocorreu foi no jogo da famosa “Blitz”, em 2005, contra o São Caetano (4 a 3, com gols aos 40, 43 e 47 minutos do segundo tempo). Isto, há 12 anos.
38 minutos do segundo tempo, gol do São Paulo! Marcos Guilherme diminuiu, de cabeça, 3 a 2 adverso. Aos 40 minutos, Hernanes tentou uma vez, de pé direito, não deu, tentou de novo, com a perna esquerda, e golaço! 3 a 3! E a história e tradição do Tricolor se fez presente mais uma vez aos 46 minutos, quando o estreante Marcos Guilherme balançou as redes novamente, batendo com categoria e anotando o placar final: 4 a 3 para o São Paulo!
A vitória, de proporções tão épicas quanto ao sentimento da torcida e ao poder de reação dos jogadores tricolores, também se mostra gigante perante a história: foi somente a terceira vez que uma reviravolta no placar, a favor do Tricolor, tendo estado atrás por dois gols, acontece nos dez minutos finais. Além de hoje, e do jogo da Blitz, de 2005, somente em 1975: São Paulo 4 x 3 América de Natal, no Rio Grande do Norte. Os são-paulinos perdiam por 3 a 1 até os 35 minutos da etapa final, quando Serginho descontou. Ademir, aos 39, empatou. E Arlindo, faltando três minutos para o fim do tempo regulamentar, virou o jogo.