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Salve, devotos do maior Ronaldo,
Para falarmos do agridoce 1×1 de domingo, antes de mais nada cabe uma breve análise do nosso adversário para então tratarmos da morna atuação Tricolor e fechar com um pitaco sobre o assunto Renan Ribeiro. Em tópicos, de bate-pronto, vamos lá:
1) O Avaí, o feijão e o arroz
Tradicionalmente, jogar contra o Avaí na Ressacada nunca foi sinônimo de moleza. Este atual Avaí, porém, merece uma análise à parte: com um dos elencos mais rústicos da Série A e um orçamento baixíssimo, o time de Claudinei Oliveira mantém sua toada de um jogo sempre reativo, dependente de algumas poucas estocadas ofensivas, principalmente com o lateral-esquerdo Capa e o atacante Júnior Dutra. O lado direito inteiro basicamente se dedica à marcação. Trata-se de uma equipe perfeitamente consciente de suas limitações e que, assim, tem conseguido resultados até bastante surpreendentes – sobretudo fora de Florianópolis.
Com atuações nada menos que magistrais, o goleiro Douglas tem sido responsável por garantir alguns preciosos pontos ao Leão da Ilha em sua cruzada anti-rebaixamento. No confronto direto contra o Tricolor, os donos da casa precisavam ainda mais da vitória do que os favoritos visitantes, e mesmo assim não abriram mão em momento algum de sua sólida organização defensiva em 2 linhas de 4 com linhas próximas. O Avaí, portanto, é um time que joga com as armas que tem: o feijão, o arroz e absolutamente nenhum tempero. E quem pode culpá-lo?
2) O São Paulo se sentiu tão confortável que nem pressionou
Com metade da Ressacada vazia e uma atmosfera amena proporcionada pelos pouco mais de 9 mil torcedores que testemunharam o prélio, o São Paulo obteve absoluto domínio territorial durante o primeiro tempo inteiro. Petros, recuado para jogar entre as linhas no 4-1-4-1 de Dorival, fez bom jogo distribuindo a saída de bola tricolor, enquanto Jucilei e Hernanes buscavam espaços mais adiante – e até os encontravam, mas somente quando conseguiam alguma trama entre si, como no lance em que Gilberto disputa no alto, Jucilei costura um marcador dentro da área e o Profeta chuta, travado pelo lateral avaiano.
O problema é que, desde meados de março, o São Paulo tem se resumido apenas e tão somente a isso: um time que toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca, toca (102x ad aeternum) até que, num lampejo de algum de seus inegavelmente talentosos meio-campistas, com muita sorte, consegue entrar na área. Não há infiltrações (como aquela excepcional de Marcos Guilherme nos acréscimos contra o Botafogo), que parecem ter sido proibidas por algum decreto governamental. Não há deslocamentos fora do script, tabelas de primeira e o 1 contra 1 é previsível, sempre. Há pouquíssimo trabalho com os limitados laterais e jogadas como a do gol de empate contra o Grêmio (com Edimar fazendo o que o finado Claudio Coutinho chamaria de overlapping [ou ultrapassagem] na linha de fundo) são tão raras quanto encontrar um McDonald’s na Coreia do Norte. Cueva, em especial, apenas esteve em campo neste domingo: jogar seria uma palavra muito forte para descrever sua atuação apática e imperceptível.
O deserto criativo, então, só é brevemente interrompido por lances fortuitos de bola parada, como a falta que o desaparecido e talentoso camisa 10 peruano cobrou na cabeça de Rodrigo Caio ou o escanteio de Hernanes que originou o pênalti. É pouquíssimo, principalmente para um time que tem recursos individuais mais do que suficientes para ter um meio-campo de respeito? Sem dúvidas, mas é coerente com um clube dirigido por quem rasgou seu planejamento com o ano correndo, riu na cara do perigo e hoje vê um assustado grupo de jogadores (re)formado às pressas ser acolhido pela torcida, que já se deu conta do pesadelo que vive. O extra-campo influi e muito num time visivelmente sem confiança nem a mínima convicção para arriscar, errar, errar e errar até acertar – como normalmente se constróem as boas equipes.
É fato: não há mais margem de erro. O futebol são paulino hoje é sem sal, exceto quando é temperado por doses de narrativa épica, como contra o Botafogo e o Cruzeiro, em que o espírito de “é tudo ou nada” permeou os 11 jogadores, após sofrermos duas viradas perto do fim do jogo. Não estou certo se gosto disso. Estamos falando de um esporte deliciosamente regido pelos picos de emoções, mas não há nada de errado ou anti-ético em jogar bem pelos 90 minutos, sem sobressaltos, e se impor sobre um adversário tecnicamente inferior. Contra o Avaí, com todos os méritos que o time da casa possa ter, os quase 2/3 de posse de bola são-paulina não se traduziram em nada além de um jogo chocho, insípido e que apenas ganhou contornos menos modorrentos quando Edimar cometeu pênalti tolo e os mandantes abriram o placar.
Um favor que foi prontamente devolvido pelos gentis donos da casa, com outro penal infantil de Pedro Castro enfiando a mão na bola e convertido por Hernanes, o melhor tricolor em campo. Ficamos assim, num acordo de cavalheiros: 1×1 e perdemos a chance de vencer um dos jogos mais ganháveis entre as duras 18 batalhas que nos restavam. Não podemos mais nos dar a esse luxo, que cobra seu preço lá na frente. O problema é que confiança e convicção não se compram no supermercado, e ninguém é capaz de garantir que daqui a 6 meses estaremos com o mesmo treinador, a mesma base e o mesmo modelo de jogo (naturalmente evoluído pela repetição e o tempo). Estamos, portanto, remando apenas para fugir do olho do redemoinho.
3) Caso Renan Ribeiro: decisão temerária de Dorival
Num time assombrado por uma nuvem de instabilidade e habituado a ver trocas não-planejadas na equipe titular pelos mais variados motivos – de caça às bruxas à liquidações “deu a louca no gerente” da diretoria – uma das poucas boas surpresas na temporada foi Renan Ribeiro. Traumatizada pelas persistentes falhas de Dênis e do recém-chegado Sidão, a torcida acolheu o novo goleiro titular com afeto, reconhecendo a justiça desta escolha. Erros eventualmente acontecem, claro. O pênalti afoito contra o Cruzeiro, o peru contra o Santos na Vila, o (bastante difícil) chute de Rodriguinho na semifinal do Paulista… A verdade nua e crua é que todos os arqueiros de grandes e pequenos times – sobretudo daqueles que jogam mais expostos e têm sistemas defensivos frágeis – estão sujeitos a isso e, se passarem por um pente fino rigoroso, encontraremos seus erros, mesmo alguns que não resultam em gols.
É cruel individualizar análises num esporte coletivo dessa maneira, mas a posição de goleiro é bastante sui generis e geralmente decisiva entre o sucesso e o fracasso de uma equipe. O Avaí, por exemplo, deve muito de sua recente retomada de pontos à entrada de Douglas no time titular. O Vasco de 2013 (que teve Dorival como um de seus comandantes) viveu um infernal rodízio entre Michel Alves, Diogo Silva e Alessandro até ser inapelavelmente rebaixado. Como julgar um camisa 1, então? Como definir se ele merece ou não a titularidade? Fatores como regularidade, a segurança e o custo-benefício (em que o “custo” sejam suas falhas individuais ou bolas defensáveis que deixou entrar e o “benefício” sejam seus milagres e intervenções importantes) não podem constar de fora da balança. Ainda assim, há um quê de subjetividade aí: há grandes goleiros da história que não são lembrados pelos milagres, e sim pelo excelente posicionamento – e isso não quer dizer que não tragam benefício a seus times, pelo contrário.
Um fator que me parece crucial para o atual caso são-paulino, contudo, é o seguinte: Renan pode não ser nenhum Zetti ou Rogério Ceni, mas é um goleiro que no mínimo está tecnicamente na média da Série A. Cometeu pouquíssimas falhas comprometedoras e em alguns jogos, como contra Grêmio e Vasco, saiu como um dos melhores em campo, responsável direto pelos pontos conquistados. No banco, não é como se Dorival tivesse à disposição Lev Yashin e Edwin Van der Sar. Ele tinha Dênis e Sidão, que em 9 atuações como titular no começo do ano, se destacou negativamente pelos erros primários de saída do gol, espalmadas para frente e pelo inseguro jogo com os pés – curiosamente, o principal motivo alegado para sua contratação. Frente ao Avaí, domingo, ao entregar um passe em frente à área e quase tomar um gol olímpico absolutamente incrível, voltou a dar calafrios no torcedor.
Neste momento, pouco importa se Renan permanecerá no São Paulo após o fim de seu contrato ou não. Acho, inclusive, que o arqueiro tem boas chances de cometer um erro gravíssimo para sua carreira se decidir sair do clube, embora obviamente tenha todo o direito de negociar uma valorização salarial. A questão é que o São Paulo tem meio campeonato por jogar, vive uma briga ferrenha contra o rebaixamento e Dorival não deveria jamais se dar ao luxo de fazer testes sacando um dos jogadores mais regulares da equipe para dar vez a um que até aqui tem sido exatamente o oposto disso e que, em campo, se mostrou inferior ao antigo titular em todos os fundamentos. Desejo toda a sorte e êxito a Sidão, mas é preciso dizer: essa decisão foi absolutamente injustificável.
Não existe jogo ganhavel com esse elenco, todo jogo é clássico, e outros contra Golias.
Somos do nível do Avaí, Vasco, Atlético GO, Bahia, Chapecoense.
Inferiores a Cruzeiro, Fluminense, Atlético MG, Galinhas, Pepas, Flamerda e etc.
Será que os velhos inúteis convenceram os conselheiros? a multa do Cuca técnico de 1ª linha é de R$ 1.500,000
https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2017/08/21/negacao-de-crise-e-critica-a-ceni-como-foi-a-reuniao-da-cupula-do-sp.htm
Time medíocre, formado por cabeça de bagres, chinelinhos e pé de rato sem comprometimento, bando de vermes idêntica a atual comissão técnica e Diretoria.
Aberta a contagem regressiva, agora esperar pelo pior: Rebaixamento na certa.
E esta Diretoria fica nesta de conversinha fiada, deveria bater forte e exigir resultados.
Esperar o que destes incompetentes…
Nada…