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Marcelo Hazan
Nos bastidores do clube, a contratação de um profissional experiente para o futebol gera opiniões divergentes entre conselheiros, diretores e membros do Conselho de Administração.
O São Paulo é o 19º colocado do Brasileirão, com 23 pontos, dois abaixo do primeiro time fora da zona de rebaixamento. A péssima situação na temporada e a luta contra a queda para a Série B levantam no clube a discussão sobre a contratação de um novo dirigente para o futebol.
Um movimento de conselheiros pede um profissional experiente para ser a interface entre elenco, comissão técnica e direção. Ou seja, uma figura a mais no departamento de futebol. Nomes como Muricy Ramalho, Paulo Autuori, Marco Aurélio Cunha e Raí são alguns dos citados nos bastidores.
Nesse contexto, há quem considere o duelo com a Ponte Preta, no dia 9 de setembro, no Morumbi, como chave. Em caso de uma nova derrota, a pressão aumentaria ainda mais por uma mudança imediata no dia a dia.
No próprio Conselho de Administração também há apoiadores dessa ideia, mas eles não participam de uma decisão desse tipo no futebol. Diretores, por outro lado, divergem sobre o assunto: há prós e contra.
Hoje a estrutura é a seguinte: Vinicius Pinotti, diretor executivo dedicado ao futebol, Alexandre Pássaro, advogado que também participa de negociações, e Fernando Ambrogi, o Chapecó, diretor associado (ou adjunto).
Durante a negociação para acertar com o São Paulo, Dorival foi informado sobre como funcionava essa estrutura e questionado sobre um possível coodenador técnico. O treinador aprovou o modelo atual e o considerou suficiente. Por outro lado, não foi contra a possível chegada de um novo membro para o departamento.
Há dois meses, a ideia era que Autuori exercesse a mesma função que ele faz no Atlético-PR hoje: chefiar a comissão técnica. Seria um gestor com várias atribuições, entre elas a integração das categorias de base com o futebol profissional.
Veja o status dos profissionais comentados nos basditores:
- Muricy Ramalho: ídolo da torcida e comentarista do SporTV, conta com grande apoio de conselheiros e torcedores. Há inclusive um abaixo-assinado endereçado a Leco e Pinotti circulando na internet com mais de 2 mil apoiadores pedindo o retorno do ex-treinador no novo cargo, mas ele não cogita a hipótese. Hoje é uma opção improvável.
- Marco Aurélio Cunha: ex-diretor executivo não fecha as portas para um eventual retorno, dependendo das condições propostas, mas não teve mais contato com Leco desde a eleição, em abril. Conselheiros da situação e oposição procuraram o ex-dirigente para falar sobre o assunto, mas não houve qualquer convite formal ou movimento da diretoria nesse sentido. Em setembro de 2016, ele voltou ao Tricolor em situação parecida, mas para substituir Gustavo Vieira.
- Raí: ídolo e membro do Conselho de Administração, o ex-camisa 10 é outro citado nos bastidores. O nome foi considerado mais forte há aproximadamente um mês.
- Paulo Autuori: foi cogitado em julho e exerce a função de gestão técnica do futebol no Atlético-PR. Leco gosta do nome.
PRÓS E CONTRAS
Quem defende a ideia de um novo profissional considera a contratação necessária para ter alguém experiente na área e ao mesmo tempo dividir o peso da responsabilidade de tocar o futebol com Vinicius Pinotti, desde maio na nova função. Isso também amenizaria a pressão de torcedores e conselheiros. No entanto, há dúvida sobre como seria a divisão de tarefas com Vinicius e se o dirigente aceitaria dividir o poder de decisão no futebol do clube.
Por outro lado, os contrários à contratação argumentam que os problemas do São Paulo são falta de confiança, de equilíbrio psicológico e não seriam resolvidos com a chegada de um novo dirigente. Os próprios jogadores, inclusive, admitem que o fator emocional tem pesado em alguns momentos.
O profissional mais indicado é o Marco Aurélio, que tem expertise e fala a linguagem dos boleiros.