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Marcelo Prado
Tornar o time sólido defensivamente, melhorar a qualidade na armação das jogadas ofensivas, aparar as arestas entre Rodrigo Caio e Cueva… treinador terá muito trabalho pela frente.
Passado o empate em 2 a 2 com a Ponte Preta, o São Paulo terá uma semana para juntar os cacos e se preparar para a partida do próximo domingo, contra o Vitória, em Salvador.
Presente na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro por 11 rodadas, o time acumula sérios problemas dentro e fora de campo. Além disso, vai enfrentar uma equipe que está em ascensão na competição desde a chegada do técnico Vágner Mancini.
Trabalho, não faltará a Dorival Júnior nos próximos dias. Veja abaixo tudo o que ele precisa arrumar até o duelo na capital baiana:
1) Resolver a crise de relacionamento entre Cueva e Rodrigo Caio
A dupla trocou farpas pela imprensa. Na quinta-feira, o defensor disse que o peruano, em mau momento técnico, só cresceria de rendimento quando quisesse realmente se ajudar. O gringo, reserva contra a Ponte, mostrou-se irritado ao passar pela zona mista após a partida, não quis conversa com os jornalistas e disse que as perguntas deveriam ser feitas a Rodrigo Caio para explicar mais um fiasco.
O elenco estará em campo para treinar a partir das 15h30 desta segunda-feira. Antes disso, certamente haverá uma conversa entre Dorival e os dois jogadores. A principal tarefa do treinador é não deixar o problema ganhar uma proporção ainda maior, principalmente no momento em que nada dá certo para a equipe dentro de campo.
2) Dar estabilidade ao sistema defensivo
Dorival precisa encontrar uma maneira de fazer a defesa não tomar gols. Desde que assumiu a equipe, o Tricolor foi vazado 21 vezes, o pior desempenho entre os 20 participantes do Brasileiro no período. No total, são 35 gols sofridos no campeonato, o que transformou a equipe na segunda pior defesa da competição, atrás apenas do Atlético-GO (36). Com o atual treinador, o time passou apenas uma partida ileso, contra o Vasco (vitória por 1 a 0).
Questionado na entrevista coletiva se poderia mudar o esquema tático e passar a atuar com três beques para ter mais segurança, o treinador descartou a possibilidade. Vale lembrar que ele não poderá contar com Edimar e Jucilei, suspensos. A tendência é que Júnior Tavares e Jonatan Gómez sejam os substitutos.
3) Melhorar a qualidade do setor criativo
O treinador também precisa melhorar a qualidade ofensiva da equipe. No primeiro tempo da partida contra a Macaca, o time marcou um gol de bola parada. No mais, só incomodou em um chute rasteiro de Lucas Fernandes e teve muita dificuldade para fugir da marcação. Na segunda etapa, o segundo gol surgiu por falha de Aranha, não por mérito da equipe tricolor.
4) Fazer a bola chegar a Lucas Pratto
Esse item tem muito a ver com o tópico anterior, mas se justifica para mostrar o quanto é difícil a situação do camisa 9, que divide a artilharia da equipe na temporada com Gilberto, ambos com 12 gols. Quem conhece bem o atacante argentino sabe que o seu forte é atuar dentro da área, para receber o passe e concluir a o gol.
Mas isso não vem acontecendo. A bola não chega. Pratto não recebe uma assistência dos meias, um cruzamento dos laterais. Nada. Isso o obriga a sair da área para buscar o jogo. E, como não tem tanta técnica nem velocidade, torna-se presa fácil para os adversários. Para que o time volte a vencer, é fundamental que seu principal atacante seja municiado.
5) Ter mais controle emocional
Mais uma vez, a equipe deu provas da sua fragilidade. Enquanto vencia por 2 a 0, estava tudo bem em campo. A partir do momento do primeiro gol da Ponte e da expulsão de Jucilei, tudo mudou rapidamente. O time se perdeu. Nervoso, começou a rifar a bola de qualquer jeito.
Somente Pratto e Hernanes tentavam algo diferente. A Macaca chegou ao empate e, se não fosse Sidão, que praticou três boas defesas, o time campineiro teria saído do Morumbi com a vitória. Ter equilíbrio será fundamental para o São Paulo pensar em se salvar no Brasileiro.