LANCE – De Prima
O gol de Jô contra o Vasco, marcado com o braço, desencadeou uma reação imediata na CBF a respeito do árbitro de vídeo. O presidente Marco Polo Del Nero já mandou dizer aos que trabalham na comissão de arbitragem para que haja mobilização com o intuito de que a tecnologia já seja usada na próxima rodada do Brasileirão
Eurico Miranda, presidente do Vasco, ouviu a intenção da CBF em reunião nesta segunda-feira na entidade. Coronel Marinho, presidente da comissão de arbitragem, agora trabalha a toque de caixa para viabilizar o sistema para os jogos do fim de semana.
Sérgio Corrêa, que vinha acompanhando em nome da CBF o desenvolvimento do árbitro de vídeo, está no Paraguai acompanhando o treinamento da Conmebol para usar o sistema na Libertadores. Mas já foi avisado: terá que voltar ao Brasil imediatamente para contribuir no processo.
Resta saber se o tiro não irá sair pela culatra, já que os árbitros não foram treinados ainda. Três dos árbitros considerados de elite do Brasil estão no Paraguai para o curso: Sandro Meira Ricci, Wilton Pereira Sampaio e Anderson Daronco.
A CBF, que resistia até agora sob o argumento de ser muito caro usar o árbitro de vídeo, sabe que talvez não dê tempo operacionalizar tudo para a próxima rodada. Mas aí o árbitro de vídeo estrearia na rodada seguinte.
Vale lembrar que testes já foram feitos pela CBF em partidas amistosas na Granja Comary.
A QUESTÃO DO DINHEIRO
Em entrevista recente ao LANCE!, o diretor executivo de gestão da CBF, Rogério Caboclo, explicou que o dinheiro era um obstáculo para a implantação imediata do árbitro de vídeo.
– Sob o aspecto técnico, a gestão é 100% da comissão de arbitragem. Mas sob o aspecto administrativo, isso envolve vários departamentos da CBF. É uma decisão conjunta que tem que ser tomada. É altamente dispendiosa. O aparato tecnológico para fazer a cobertura do Brasil é quase igual ao da Europa inteira, às custas da CBF. Estamos trabalhando para baratear e queremos implantar a curto prazo. Existem duas questões: primeira é a conclusão da formatação técnica, aprovação e depois a gestão de custos. Como disse, é caro. Hoje, está em torno de R$ 12 milhões para uma competição – disse Caboclo na ocasião.