UOL
Bruno Grossi e Luis Augusto Simon
Maurício Rummens/Estadão Conteúdo
Leco foi acusado de agredir conselheiro depois do clássico com o Corinthians
No último domingo, o conselheiro Pedro Miguel Mauad acusou o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, de agredi-lo após o empate do Tricolor em 1 a 1 com o Corinthians, no Morumbi. Um depoimento de Mauad foi disparado para a imprensa e, procurado pelo UOL Esporte, ele alegou ter sido “esganado” por Leco e que pretende registrar boletim de ocorrência sobre o caso. Os problemas do conselheiro com o mandatário do clube, porém, são mais antigos e podem fazer até com que Mauad fique um ano afastado do conselho deliberativo.
Leco entregou uma representação ao presidente do órgão, Marcelo Pupo, em 21 de julho. O documento é uma denúncia de calúnia, injúria e difamação, infrações cometidas por Mauad e pelo também conselheiro Douglas Schwartzmann, vice-presidente de comunicação e marketing na gestão de Carlos Miguel Aidar e envolvido nas denúncias sobre comissão irregular no contrato com a Under Armour.
Os dois participaram de conversa pública no Facebook, no dia 14 de julho, sobre uma foto em que Leco tomava café com o Ataíde Gil Guerreiro, antigo diretor de relações institucionais e vice-presidente de futebol do São Paulo. Veja o diálogo abaixo, incluído na representação feita pelo presidente do Tricolor, que faz ilações sobre o teor da conversa entre Leco e Ataíde.
Pedro Mauad: “Qual seria a questão. Esclarecimento. Acto. De conta. Qual seria a questão. Os são-paulinos gostariam de saber”
Douglas Schwartzmann: “Acho que estão rachando lucros e gravando conversas (menção a gravação feita por Ataíde em conversa com Aidar em 2015)”.
Pedro Mauad: “Será que sobraria um pouquinho (?). Estou precisando”.
Douglas Schwartzmann: “Fala com o Ataíde, mas não pega cheque dele… (ilegível)”.
A representação enviada por Leco pede a instauração de um procedimento disciplinar contra Mauad e Schwartzmann. Se aprovada por Marcelo Pupo no conselho deliberativo, será encaminhada ou à comissão disciplinar ou ao comitê de ética do São Paulo. Segundo o artigo 10 do regimento interno do clube, “veicular expressões ofensivas ou desonrosas diretamente contra o SPFC ou contra membros de seus Poderes em razão de suas funções e atividades, por qualquer meio de comunicação, inclusive redes sociais e internet” pode ser considerado “como injúria, calunia, difamação ou denunciação caluniosa no Código Penal.
A penalidade prevista para casos do tipo é de até 270 dias, “conforme a gravidade e abrangência do meio de divulgação, devendo a pena ser acrescida em 1/3 se o autor tiver praticado a conduta enquanto integrar algum dos Poderes do SPFC, exceto a Assembleia Geral”. Como Leco faz parte de um dos “Poderes” do São Paulo, como presidente da diretoria, a pena para Mauad e Douglas pode ser de até 360 dias.
Há ainda a intenção de Leco em processar criminalmente a dupla, também por injúria, calúnia e difamação. O presidente ainda não entrou com nenhuma ação na Justiça, mas a postura de Mauad com a acusação da suposta agressão pode acelerar os procedimentos.