Lancenet – Marcio Porto
A última terça-feira foi um dia emblemático para a gestão do presidente Carlos Miguel Aidar. Exatamente um ano depois de demitir o seu antecessor Juvenal Juvêncio e implodir uma das maiores guerras políticas da história do clube, o dirigente recebeu golpes que atestam: a crise nos bastidores continua.
A demissão de Alexandre Bourgeois do cargo de CEO na semana passada agitou o clube e culminou em ataques a Aidar. Tanto Alex quanto Abilio Diniz, empresário são-paulino que indicou o profissional, abriram fogo contra a atual gestão.
Abilio redigiu uma carta ao presidente em que disse não acreditar nos argumentos para justificar a saída do CEO e cobrou transparência. Além disso, ofereceu pagar uma auditoria para diagnosticar com precisão a crise financeira do clube.
Nos bastidores, dizem que a postura de Abilio deixou Aidar numa sinuca de bico. Quem é crítico à diretoria afirma que o presidente ficará em situação muito delicada caso recuse a proposta do empresário, pois dará margem a desconfianças.
Em uma das críticas pela sua demissão, Bourgeois reclamou de não ter acesso aos contratos, o que seria uma de suas funções no cargo. A passagem dele durou três meses.
– Fiquei dentro de uma sala e não tive acesso aos contratos. Quem não deixava era a diretoria, presidente. Usavam todo o tipo de argumento, diziam que não era a hora, que iam ver, teve de tudo – afirmou Alex, em entrevista ao canal Sportv.
Por meio de uma nota, Aidar rebateu o executivo e alegou quebra de confiança, incompetência para criar soluções dos problemas e vazamento de informações para justificar a demissão. Não se pronunciou sobre a proposta de Abilio.
Em setembro passado, Aidar destituiu Juvenal do cargo de diretor de base uma semana após detonar a gestão do ex-presidente e dizer que herdou uma dívida de R$ 133 milhões. Com o ato, pretendia se livrar da sombra do antecessor e assim governar em paz. Engano.