O técnico Juan Carlos Osorio não poupou críticas aos bastidores do São Paulo e à torcida após o empate em 0 a 0 com a Chapecoense, na noite desta quinta-feira, no Morumbi, pela 26ª rodada do Brasileiro. Como de costume, ele foi sincero na entrevista coletiva, principalmente para responder se existem coisas externas influenciando no rendimento dentro de campo.
– Uma coisa não, muitas. Os atletas são seres humanos como todos. Quando recebem as informações de tudo que vem sendo dito, são influenciados. Muitas pessoas estão falando demais. São muitas coisas ao redor de um time.
– Não há estabilidade acima (direção) e nem abaixo (time) – completa o treinador.
O treinador colombiano também criticou a torcida são-paulina, que vaiou bastante a equipe no fim do primeiro e do segundo tempo e durante as substituições. Para ele, ocorre na América do Sul o inverso da Europa.
– Há times no mundo, principalmente na Europa, que a torcida contagia o time. Acontece no Bayern, no Borussia. Na América do Sul temos o contrário. O time que tem que contagiar as pessoas. Isso joga contra o rendimento do time. A torcida fora, em todas as partidas, empurra até o fim, e depois critica.
O São Paulo, que assumiu a quarta colocação com a derrota do Flamengo por 2 a 0 para o Coritiba, em Brasília, volta a campo no próximo domingo, às 16h (horário de Brasília), diante do Avaí, na Ressacada.
Confira outros trechos da coletiva do técnico Juan Carlos Osorio:
Atuação dos atletas
– Hoje eu acho que todos os atletas fizeram um jogo discreto, muito irregular. Mas não penso que é uma decisão consciente do jogador. É inconsciente. A parte emocional é muito diferente quando enfrentamos times grandes, do que outros times, com todo respeito, com menos história.
Retranca da Chapecoense
– Eu assisto a muitos jogos internacionais. A Chapecoense defendeu com quase todos os jogadores. Temos quatro jeitos de vencer um time assim: Um: tentar mudar o time. Fizemos isso com Rogério no lugar do Pato e Centurión por Carlinhos. Dois: chutes de meia distância, faltou isso. Três: jogadas em diagonal, tentamos isso. Quatro: jogadas individuais com jogadores como Messi e Neymar, isso não temos. Essas são as únicas alternativas. Qualquer time, não só o São Paulo, vai sofrer quando jogar com um time assim.
Os atacantes não tinham que sair mais da marcação?
– Indiscutivelmente. Qualquer time em qualquer nível é igual. Tentamos tudo que se pode fazer em um jogo. O time que defende é aplaudido, mas quando o time tenta atacar como o nosso, eu aplaudo isso. Nós não temos um driblador e hoje o Alexandre não estava bem. É a mesma coisa que acontece quando Barcelona não tem o Messi ou o Neymar.
Qual a grande dificuldade após três meses de trabalho?
– A única dificuldade que tenho são os jogadores que não estão mais. Se todos estivessem aqui seria tudo muito diferente.