Fã de futebol americano, volante do São Paulo pode ver amigo chegar à NFL

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  • Reprodução/Instagram

    Araruna, do "soccer", e Rafael Gaglianone, do "football", são amigos de infância

A febre do futebol americano no Brasil ganha força a cada temporada da NFL. No elenco do São Paulo, o esporte caiu no gosto do volante Araruna, que aproveitou as férias nos Estados Unidos para acompanhar o jogo entre Miami Dolphins e New England Patriots na semana passada. Mas o jogador do Tricolor está ainda mais próximo do esporte americano. Um de seus amigos de infância sonha em conquistar uma vaga na NFL para 2019.

Divulgação/Wisconsin Badgers

Rafael Gaglianone é abraçado pela torcida do Wisconsin Badgers

O amigo de Araruna é Rafael Gaglianone, que atua como kicker – o “chutador” – do Wisconsin Badgers, time da liga universitária de futebol americano. Os dois se conheceram porque seus irmãos já eram parceiros. Ligados pela coincidência da torcida pelo São Paulo, estudaram juntos em um colégio na Zona Sul da capital paulista e aproveitavam o tempo livre para jogar futebol e nadar.

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“Fizemos a mesma escola e assim nossa amizade foi construída. Jogávamos bola em todos lugares e já dava para perceber que o Rafa tinha um chute muito forte. Não foi à toa que virou um kicker”, lembra Araruna, em entrevista ao UOL Esporte.

Gaglianone também assegura que o talento do parceiro já era perceptível desde os tempos de colégio: “Ele sempre teve talento, mas sofria por ser menor que os outros. Foi para o Pequeninos do Jóquei, jogava com os melhores, mas ainda sofria. Ele teve de batalhar muito para chegar onde chegou no São Paulo e isso me motiva. Vi um amigo conseguir alcançar os sonhos dele, um amigo que nunca desistiu e agora é uma estrela do futebol”.

As coincidências seguiram acompanhando os dois na adolescência. Ambos queriam jogar futebol profissionalmente, mas não podiam largar os estudos. Era uma cobrança dos familiares. Araruna chegou ao São Paulo em 2009, aos 13 anos. Nessa época o amigo Rafael ainda investia na carreira esportiva, mas os caminhos começavam a se separar.

NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Araruna disputou 25 partidas no primeiro ano como profissional do São Paulo

“Resolvi fazer o colegial nos Estados Unidos, justamente para poder continuar praticando um esporte enquanto estudava. Fiz intercâmbio com uma empresa chamada 2SV, passei por um colégio no Tennessee, quando conheci o futebol americano, e hoje estou numa faculdade de ponta, que é a Universidade de Wisconsin. O curso é bom e eles têm história no esporte. Na minha família sempre foi muito forte a questão da educação. A carreira de atleta é temporária, mas a escola é para sempre”, conta Gaglianone, que tem mais um ano para se formar na área de comunicação e marketing.

Apesar de nunca ter pensado em viajar para intercâmbios estudantis, Araruna também não abandonou a vida acadêmica. Tanto é que em 2017 cursou o último ano de administração na Faap, em São Paulo. “Essa ligação com o estudo tem uma boa parcela do incentivo da família, mas parte muito de nós mesmos, de ter vontade e determinação, de fazer um sacrifício para se formar”, valoriza o volante são-paulino.

O ano de 2017 foi o primeiro de Araruna como profissional do São Paulo. O volante foi promovido por Rogério Ceni em janeiro e disputou 25 partidas, muitas delas como lateral-direito. Já Gaglianone está a um ano de se formar e pode ser escolhido pelos times da NFL. O brasileiro Cairo Santos, kicker do Chicago Bears, já indicou o compatriota como promessa para a liga nacional e aumentou as expectativas do jovem tricolor. Assim, destacar-se no “college”, como é chamada a liga universitária, nesta temporada passou a ter ainda mais importância.