Havaí, Fiorella e nova posição ajudam a entender 2015 de Pato; veja motivos

GloboEsporte.com

Tossiro Neto

Atacante do São Paulo vive o ápice da carreira, com 24 gols marcados. Melhor marca até então havia sido de 18 gols com a camisa do Milan, na temporada 2008/2009

s números de Alexandre Pato em 2015 justificam por que ele entende que esta seja a melhor temporada de sua carreira. Ao balançar a rede duas vezes na vitória por 3 a 0 sobre o Vasco, na quarta-feira, ele chegou a 24 gols – a melhor marca até então havia sido em 2008/2009, com 18 gols pelo Milan. Por trás das estatísticas, há outras motivações, desde uma pré-temporada antecipada no Havaí até a companhia namorada e o apoio de Juan Carlos Osorio.

– Estou em um momento bom, graças aos jogadores, ao professor Osorio. O Milton (Cruz, auxiliar técnico) e o Muricy (Ramalho, ex-treinador) também foram fundamentais. Venho trabalhando muito sério, sempre muito focado. Em casa, tento me cuidar ao máximo, me recuperar com trabalhos à parte, para demonstrar meu melhor em campo – avalia Pato.

Para o clássico de domingo contra o Palmeiras, principalmente após o desfalque de Luis Fabiano, é Pato novamente a principal esperança de gol do São Paulo, no Morumbi.

O atacante passou as férias de dezembro no Havaí. Lá, contou com ajuda do irmão, o personal trainer Alexsandro Rodrigues, para aprimorar o condicionamento físico. Os treinamentos – alguns com participação da namorada – tiveram trilhas de aproximadamente 15 quilômetros, além de trabalhos de explosão, resistência e reforço muscular, de manhã e à tarde.

Atacante foi convocado pela última vez para defender a seleção brasileira em setembro de 2013 (Foto: Mowa Press)

Um dia, no Havaí, os irmãos se sentaram na areia para conversar por um longo tempo. O atacante fez um desabafo a respeito dos problemas recentes na carreira, principalmente no Corinthians, e firmou um trato com Alexsandro. O irmão impulsionaria sua academia, localizada em Pato Branco (PR), e ele faria uma grande temporada, focado em retornar à seleção brasileira, o que continua como objetivo. Sua última convocação foi em setembro de 2013.

Fiorella Mattheis, namorada de Alexandre Pato, assiste aos jogos do São Paulo no Morumbi (Foto: Marcelo Hazan)

A atriz e modelo Fiorella Mattheis, namorada de Pato desde novembro, foi apontada como pé-quente pela torcida do São Paulo depois que o jogador iniciou a temporada de forma arrasadora. O argumento é de que ele sempre fazia gols quando ela assistia aos jogos da equipe no Morumbi. Mesmo flamenguista, ela gostou do carinho nas redes sociais. Ele, porém, chegou a ficar preocupado com a responsabilidade passada à namorada. Independentemente disso, o bom momento fora de campo lhe fez bem.

Ao trocar o Corinthians pelo São Paulo, ele voltou a utilizar a camisa 11 (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Tanto no Corinthians quanto no Milan, Pato usava a camisa 7. No São Paulo, ele ganhou a 11, numeração que chegou a utilizar no Internacional (clube que o revelou) e na Seleção. Já no primeiro ano no novo clube, fez mais gols do que havia feito pela equipe alvinegra.

Quando rivais, Pato e Rogério Ceni tiveram desentendimentos em campo (Foto: Rubens Chiri/Site oficial do SPFC)

Sabe-se que, contratado por 15 milhões de euros em janeiro de 2013, Pato não foi bem recebido pelo elenco do Corinthians ao ser anunciado como estrela vinda do Milan. Sofreu também após perder pênalti decisivo contra o Grêmio, que resultou na eliminação da equipe nas quartas de final da Copa do Brasil. No ano seguinte, surgiu possibilidade de troca com o meia Jadson, e ele foi muito bem acolhido pelo grupo são-paulino, inclusive pelo goleiro Rogério Ceni, com quem tinha tido problemas enquanto rival.

Os cinco anos do atacante brasileiro vestindo a camisa do Milan foram traumáticas, com 15 lesões (Foto: Agência AFP)

Desde que voltou para o Brasil, Pato tem sofrido poucas lesões. Em cinco anos no Milan, foram 15. A sequência de problemas físicos o atrapalharam muito no time italiano. A recuperação física começou no Corinthians. No São Paulo, o atacante não sofreu nenhuma lesão grave e tem ficado quase sempre à disposição para jogar.

Não são apenas os colegas que ajudam o jogador no dia a dia no São Paulo (Foto: Rubens Chiri/Site oficial do SPFC)

A pressão sofrida na época do Corinthians após o pênalti perdido diante do goleiro Dida, com cavadinha, afetou psicologicamente o jogador, segundo seus familiares. No São Paulo, além do apoio de novos colegas, ele passou a dispor de acompanhamento de uma psicóloga que integra a comissão técnica.

Atacante pediu ara passar a atuar aberto pela ponta esquerda, não mais centralizado ou como segundo atacante

A pedido seu, o técnico Juan Carlos Osorio concordou em mudar seu posicionamento. Desde junho, em vez de ser escalado como centroavante ou segundo atacante, o camisa 11 tem atuado aberto na ponta esquerda, região que lhe permite fugir da marcação direta dos zagueiros, invadir a área com tabelas ou arriscar arremates de longa distância, como no primeiro gol marcado contra o Vasco, na quarta-feira.

Técnico colombiano, que já trabalhou na Europa, dá muita confiança ao jogador (Foto: Rubens Chiri/Site oficial do SPFC)

Concordar em mudar seu posicionamento não foi a única ajuda de Osorio ao jogador. O técnico colombiano, que tem filosofia de trabalho semelhante à de outros profissionais que trabalham na Europa, o tem encantado. O atacante é apontado pelo comandante como um dos melhores da posição no mundo e já saiu diversas vezes em sua defesa.

Já é a segunda temporada com mais jogos. São 24 gols, todos de finalizações, já que ele não cobra faltas nem pênaltis na equipe. No Campeonato Brasileiro, ele participou em 38% dos gols (incluindo os nove marcados por ele e quatro assistências). Não à toa: é o jogador que mais tem finalizações certas do time, o sétimo entre todos os jogadores da competição nacional.