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Alexandre Lozetti
Passagem pelo Tricolor deve consolidar mudança tática iniciada por Tite para o jogador
iego Souza vem passando por uma metamorfose em sua carreira. Começou como meia defensivo, quase um segundo volante, mas sua técnica e a facilidade para fazer gols o levaram cada vez mais para frente. No Grêmio e no Palmeiras, onde foi protagonista de 2007 a 2009, ele já era meia.
A passagem pelo São Paulo, que anunciou sua contratação no último domingo, deve consolidar uma mudança iniciada no ano passado por Tite, na seleção brasileira: virar centroavante.
Na cabeça de Dorival Júnior, Diego Souza é mais substituto de Pratto do que de Hernanes. O atacante argentino deverá ser vendido para o River Plate nos próximos dias, enquanto o meia voltou ao Hebei Fortune, da China, que fez valer a cláusula que lhe permitia solicitar seu retorno em janeiro.
Em status, Diego Souza preenche essas lacunas de atleta tarimbado, currículo recheado e repercussão midiática.
Dentro de campo, trocar Hernanes por Diego Souza no meio-campo feriria a ideia de Dorival Júnior de tornar o São Paulo uma equipe mais rápida. Por outro lado, na vaga de Pratto ele amplia o leque de possibilidades ofensivas, é mais técnico e versátil, justamente por sua origem tática mais recuada.
Em resumo: Diego Souza no meio pode oferecer menos do que Hernanes dava ao São Paulo, mas, no ataque, pode entregar mais do que Pratto fazia.
- O que o “próximo Hernanes” terá de fazer: ser o outro vértice do triângulo formado com Jucilei e Petros, com mais qualidade do que Petros para armar o jogo, capacidade de finalização e aproximação à grande área do adversário, mas também uma condição física que lhe permita compor a segunda linha de marcação sem quebrá-la até recuperar a bola.
- O que o “próximo Pratto” terá de fazer: além de mais gols do que o argentino (apenas 14 em 2017), Dorival gosta de um centroavante que consiga fazer o jogo fluir mais. Pratto tinha enorme dificuldade em tabelar, triangular, de fazer parte de uma jogada ofensiva. Seus gols foram quase todos dando apenas um toque na bola.
Em janeiro de 2017, Tite convocou uma Seleção apenas com jogadores de times do país, e usou Diego Souza como centroavante. Ele havia sido artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2016, com 14 gols, e seu porte físico atraiu o técnico do Brasil para a função.
Tite considera que o reforço tricolor oferece boas possibilidades de jogo combinado. Ou seja, participa das articulações ofensivas como uma referência, ajuda o desenvolvimento em torno dele. E para isso acontecer, Dorival Júnior sonha com um time leve ao lado de Diego Souza.
Um desses jogadores é Brenner, jovem de 17 anos que encanta a comissão técnica. Talvez ele não comece o ano como titular, mas a aposta geral é que ele atinja essa condição rapidamente. É uma opção para acelerar o ataque, e a presença de Diego Souza não o inibe.
De qualquer forma, sem Hernanes e Pratto, e com Diego Souza, Dorival Júnior terá de encontrar uma nova maneira para o São Paulo atuar. Talvez no mesmo sistema tático, só que mais intenso, rápido e objetivo que o de 2017.
Concordo.