Sangue quente, salários e vontade própria: como Diego Souza trocou 13 vezes de time em 13 anos

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ESPN.com

No último domingo, o meia-atacante Diego Souza acertou sua ida do Sport para o São Paulo, que pagou R$ 10 milhões por seu futebol.

Com isso, completa-se mais uma transferência para o longo currículo do atleta da seleção brasileira, que trocou de time 13 vezes nos últimos 13 anos.

Essas negociações ocorreram por uma série de motivos, desde brigas do atleta com torcedores até atrasos salariais, passando também pela própria vontade do experiente jogador em estar em um clube ao invés do outro.

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Relembre as 13 transferências de Diego nos últimos 13 anos:

DO FLU PARA O BENFICA, DO BENFICA PARA O FLA

Revelado pelo Fluminense, pelo qual conquistou o Campeonato Carioca de 2005, Diego Souza foi vendido ainda garoto para o Benfica, no mesmo ano.

No entanto, o brasileiro jamais chegou a se firmar na equipe de Lisboa, que o emprestou ao Flamengo logo em seguida, sem que ele disputasse uma partida sequer pelo time português.

Na Gávea, porém, Diego mostrou seu valor. Vestindo a camisa 10 rubro-negra, teve boas atuações e ajudou o Fla a escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, após um terrível início de competição.

No ano seguinte, contudo, entrou em má fase e acabou virando reserva de Fellype Gabriel.

Ainda fez parte do grupo que conquistou a Copa do Brasil de 2006, mas, ao fim de seu contrato de empréstimo, na parada da Copa do Mundo da Alemanha, acabou sendo devolvido ao Benfica.

BENFICA PARA O GRÊMIO

Em 2007, novamente sem ser aproveitado no Estádio da Luz, Diego Souza foi emprestado ao Grêmio.

Com a camisa tricolor, viveu uma das melhores da carreira.

Um dos destaques do bom time montado por Mano Menezes, ganhou o Campeonato Gáucho e ajudou a levar o “Imortal” à final da Libertadores, com gols decisivos nas partidas de mata-mata.

Na final, porém, sucumbiu ao poderoso Boca Juniors de Juan Román Riquelme.

Valorizado, teve seu passe comprado pela empresa Traffic por 3,75 milhões de euros (R$ 14,5 milhões, na cotação atual), com a intenção de tirá-lo de vez do Benfica e recolocá-lo no futebol brasileiro em definitivo.

BENFICA PARA O PALMEIRAS

Na mesma época em que comprou seu passe, a Traffic firmou parceria com o Palmeiras e levou Diego Souza para o Palestra Itália, a pedido do técnico Vanderlei Luxemburgo, que havia acabado de retornar ao time alviverde.

Em São Paulo, o meia-atacante seguiu em grande fase, conquistando o Campeonato Paulista logo de cara e ajudando o Palmeiras a se classificar para a Copa Libertadores no Campeonato Brasileiro.

Com a venda de Valdivia, Diego acabou se tornando o principal atleta palestrino, e viveu seu melhor momento em 2009. Com atuações espetaculares e golaços, por pouco não levou o Palmeiras ao título do Campeonato Brasileiro. Na mesma época, foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira principal.

No ano seguinte, porém, entrou em má fase e passou a ser muito criticado pela torcida.

Em maio de 2010, após ser substituído em um jogo contra o Atlético-GO, pela Copa do Brasil, foi vaiado no Palestra Itália e respondeu mostrando o dedo do meio para as arquibancadas. Sem clima, Acabou afastado pela diretoria e negociado na sequência.

PALMEIRAS PARA O ATLÉTICO-MG

Alguns dias depois do episódio no Palestra Itália, Diego Souza foi negociado pela Traffic com o Atlético-MG, que, sob o comando de Alexandre Kalil, pagou 3 milhões de euros (R$ 11,6 milhões, na cotação atual) pelo atleta.

Em Belo Horizonte, porém, Diego foi uma grande decepção.

Sem jamais justificar o valor investido em sua contratação, chegou a esquentar o banco de reservas em muitos jogos.

Insatisfeita ao ver seu “produto” desvalorizando, a Traffic logo passou a buscar outro time para Diego, e logo achou um interessado.

ATLÉTICO-MG PARA O VASCO

Aproveitando a desvalorização de Diego Souza, o Vasco pagou 2 milhões de euros (R$ 7,75 milhões, na cotação atual), em março de 2011, e acertou a contratação do meia-atacante.

Na Colina, o atleta retomou o bom futebol de outros tempos e foi um dos grandes destaques da conquista da Copa do Brasil, no primeiro semestre, em cima do Coritiba.

Na sequência do ano, continuou tendo grandes atuações e ajudou o Vasco a fazer excelente campanha no Campeonato Brasileiro, terminando como vice-campeão.

Em 2012, vinha atuando bem também na Libertadores, e carregou o Vasco até as quartas de final. No entanto, acabou ficando marcado por perder chance cara a cara com Cássio, goleiro do Corinthians, no jogo que acabou marcando a eliminação dos cariocas.

Em seguida, acabou negociado com o futebol do Oriente Médio.

VASCO PARA O AL-ITTIHAD

Em julho de 2012, Diego Souza foi vendido por 8,2 milhões de euros (R$ 31,75 milhões) ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita.

Ao chegar ao novo time, teve recepção digna de rei, com a torcida aurinegra lotando o aeroporto e levando faixa e flores para o novo reforço.

No entanto, os árabes não pagaram os salários do atleta por três meses, o que deu direito ao brasileiro de entrar na Fifa exigindo a rescisão imediata do contrato.

E foi exatamente isso que aconteceu.

AL-ITTIHAD PARA O CRUZEIRO

Em novembro de 2012, já sem contrato com o Al-Ittihad, Diego Souza acertou com o Cruzeiro, chegando para ocupar a vaga deixada pela saída do ídolo Montillo, que havia sido negociado pela “Raposa” com o Santos.

Assim como em sua primeira passagem por Belo Horizonte, porém, Diego não conseguiu render, alternando bons e maus momentos com a camisa celeste, mas sem jamais conseguir brilhar.

Sua passagem pelo Cruzeiro durou pouquíssimo: oito meses para ser exato.

Em julho de 2013, chegou uma proposta irrecusável para os mineiros, que venderam Diego Souza num piscar de olhos.

CRUZEIRO PARA O METALIST

O comprador foi o Metalist, da Ucrânia, que desembolsou 6,5 milhões de euros (R$ 25,16 milhões, na cotação atual) para tirar o atleta da Toca da Raposa, além de emprestar o atacante Willian “Bigode” aos mineiros.

No Leste Europeu, Diego marcou um golaço de falta logo em sua estreia, dando a impressão de que retomaria o bom futebol dos tempos de Vasco e Palmeiras.

Contudo, o meia-atacante não emplacou e foi disponibilizado para um empréstimo pelo Metalist.

METALIST PARA O SPORT

Quem se interessou foi o Sport, que acertou sua contratação por empréstimo em agosto de 2014.

Com a camisa rubro-negra, Diego Souza sentiu-se em casa na Ilha do Retiro e fez um bom final de ano, garantindo sua renovação de empréstimo em janeiro de 2015. E a diretoria leonina acertou em cheio.

Jogando o fino da bola, o meia-atacante levou o Sport ao 6º lugar do Campeonato Brasileiro, em uma campanha espetacular.

Além disso, conquistou ainda mais a torcida depois de provocar o Flamengo, dizendo que o título do Brasileiro de 1987 pertence ao clube pernambucano.

METALIST PARA O FLUMINENSE

Sua excelente temporada em 2015 chamou a atenção do Fluminense, que negociou com o Metalist e acertou a contratação de Diego Souza por três anos, anunciando a chegada do reforço ainda em dezembro, ao custo de 600 mil euros (R$ 2,32 milhões, na cotação atual).

A contratação de Diego foi um pedido do técnico Eduardo Baptista, que havia comandado o meia-atacante no Sport, formando grande parceria no Recife. E eles começaram bem no Rio de Janeiro, mas foram caindo de produção aos poucos.

Ainda durante o Campeonato Carioca, porém, o Flu perdeu para os rivais Botafogo e Flamengo e Baptista acabou sendo demitido pela diretoria.

De maneira surpreendente, Diego Souza também pediu para deixar as Laranjeiras, dizendo que havia apenas um clube no qual seria feliz naquele momento.

FLUMINENSE PARA O SPORT

Este time era o Sport, que, em 23 de março de 2016, acertou o retorno de Diego Souza pelo valor que o Fluminense havia pago ao Metalist pelo jogador.

Ao retornar a Recife, o atleta fez juras de amor ao “Leão” e ganhou a camisa 87, sendo denominado o “Embaixador de 87”, em referência ao título do Campeonato Brasileiro conquistado pelos pernambucanos.

E, assim como em sua primeira passagem pela Ilha do Retiro, Diego Souza jogou muito em 2016. Ele fez um excelente Brasileirão, destacando-se com golaços e assistências, e voltou a ser convocado pela seleção brasileira.

Em 2017, conquistou seu primeiro título pelo Sport no Campeonato Pernambucano e foi vice da Copa do Nordeste. Seu bom futebol chamou a atenção do Palmeiras, que ofereceu R$ 30 milhões e tentou lhe contratar no meio do ano passado.

DO SPORT PARA O SÃO PAULO

Diego se preparava para mais uma temporada pelo Sport quando o mercado no Sudeste se agitou.

Primeiro, o meia Hernanes viu o Hebei Fortune, da China, ativar uma cláusula contratual e pedir o retorno do destaque do São Paulo. O clube tricolor ainda tentou negociar, mas os asiáticos foram irredutíveis, e o craque partiu de vez.

Depois, o River Plate veio com tudo ao Brasil e tirou mais um jogador da equipe do Morumbi: o atacante Lucas Pratto, que anunciou sua despedida oficial na última segunda-feira e parte já nesta terça para a Argentina.

Com isso, o São Paulo teve que agir rápido para dar uma resposta aos seus torcedores. Por R$ 10 milhões, entrou em acordo com o Sport e comprou Diego Souza, que, aos 32 anos, trocou de clube pela 13ª vez nos últimos 13 anos.