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- Dorival Júnior concedeu a primeira entrevista coletiva nesta temporada
Pela primeira vez na temporada, o técnico Dorival Júnior concedeu entrevista coletiva no CT da Barra Funda. O comandante do São Paulo avisou que duas formações serão utilizadas de maneira alternada no início do Campeonato Paulista, mas que o goleiro Sidão será mantido em qualquer uma das escalações: “Ele é nosso titular. Os outros estão trabalhando”.
Além disso, o treinador falou sobre a ideia de testar novos esquemas e formas de jogar. Essa foi uma necessidade detectada após a saída de Hernanes. Na cabeça de Dorival, nem no elenco, nem no mercado seria possível encontrar um substituto que cumprisse todas as lacunas deixadas pelo Profeta. Uma ideia seria contratar Gustavo Scarpa, que acabou fechando com o Palmeiras após rescindir na Justiça com o Fluminense e ficar próximo do Tricolor.
“O momento do Hernanes foi exemplar e ele vinha produzindo numa condição que você dificilmente encontraria alguém à altura. Precisamos de uma nova concepção da equipe. O meio de campo era mais de trabalho de bola, mas faltando infiltrações finais. Foi tudo o que procuramos trabalhar na pré-temporada, com movimentação, troca de posição e infiltração. Substituto vai ter, mas com outra característica. Temos que ter calma, ver a reação da equipe em campo. Com Hernanes a gente tinha uma segurança, passando confiança para os outros e trazendo um equilíbrio. Isso foi importante pela função dele e pelo contexto geral da presença de um jogador como ele. A equipe ficava confortável e confiante. Foi fundamental. O Hernanes saiu. A partir temos que readequar a equipe e buscamos alternativas”, explicou, antes de prosseguir:
“Não cheguei a falar com o Gustavo Scarpa. Não só Palmeiras, mas muitas equipes estavam atrás; Palmeiras foi feliz e que o Scarpa tenha muito sucesso na nova equipe. Vamos fazer as coisas com o pé no chão e da forma que for conveniente. Queríamos um grande jogador, fomos até nosso limite, não tenho dúvida dos esforços da diretoria. Não temos que ficar lamentando. Que ele seja feliz do outro lado e o São Paulo siga seu caminho pautado por sua realidade”.
Até o momento, Dorival Júnior recebeu três reforços: Jean, Diego Souza e Anderson Martins. A chegada dos dois últimos, principalmente, ajudam o técnico nessa busca por um novo estilo de jogo para o São Paulo. O zagueiro, por exemplo, pode causar uma mudança ainda mais brusca no time, mas tratada de forma mais embrionária na cabeça de Dorival.
“Não descarto a possibilidade de usar três zagueiros. Tenho laterais de apoio, que podem chegar com mais facilidade e serem jogadores de transição, atacando pela lateral e por dentro. Pode vir a acontecer. Vamos aguardar a recuperação do Arboleda, que não fez nenhuma sessão de trabalho ainda (devido à lesão)”, disse o treinador, que formaria o trio com o equatoriano, Anderson e Rodrigo Caio.
Sobre Diego Souza, a tendência é que o ex-jogador do Sport seja realmente o substituto de Lucas Pratto, vendido ao River Plate. “Tem uma diferença entre colocar um meia de origem em uma função de referência e já ter um atacante de referência e querer que ele faça o movimento contrário, de saída e flutuação. Diego tem uma capacidade técnica muito grande e tem condições de executar várias funções, como ser o pivô quando afunilamos a jogada para acelerar as ações. Ele pode contribuir muito, preenchendo aquela função”, exaltou Dorival.
Enquanto a ideia de usar três zagueiros ainda está no papel e Diego Souza e Anderson Martins ainda não podem estrear, o técnico armou os dois times tendo o 4-3-3 como base. O mais próximo do titular trabalha com Militão, Bruno Alves, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros e Shaylon; Marcos Guilherme, Lucas Fernandes e Brenner. O outro tem Bruno, Rony, Aderllan e Reinaldo; Pedro, Paulo Henrique e Araruna; Júnior Tavares, Maicosuel e Bissoli.
“Até um determinado momento vamos intercalar. Serão cinco jogos em 13 dias, tendo clássico com o Corinthians e jogo de Copa do Brasil (contra o Madureira). Foram apenas 12 dias de trabalho e não tenho dúvida que só uma equipe atuando traria um problema. Vamos evitar isso, com os dados da fisiologia.Temos duas possibilidades treinadas. Estamos tentando proporcionar a melhor condição possível para um campeonato equilibrado fisicamente falando. Todos vão encontrar dificuldades no começo da competição. Mas não vamos lamentar isso”, concluiu.
Aproveitamento da base
Alguns outros ainda estão na Copa São Paulo e podem estar aqui daqui alguns dias. Gosto desse trabalho de formação, de mescla de jovens com jogadores mais experientes. Talvez não tenhamos os nomes que gostaríamos, mas a obrigação do treinador é trabalhar com os elementos que aqui estão, valorizando e melhorando o trabalho deles. Eles já jogam em um grande clube, que também tem uma certa pressão na base. Se chegaram é porque estão preparados. A preparação em todo período dentro do clube já lhes deu uma outra condição. A partir de agora não são mais garotos, serão tratados como profissionais, com a mesma exigência, as mesmas cobranças e responsabilidades de um jogador mais consolidado. É preciso que eles tenham liberdade para produzir, mas com responsabilidades e funções a serem cumpridas.
Busca por reforços para o ataque
Estamos buscando um ou dois elementos pelo lado. Se o garoto começa bem o campeonato, você vai diminuindo a solicitação; Se vier, ótimo. Se não vier, busco solução aqui dentro. Essa é minha obrigação. Temos que ter calma com os garotos. Todos terão oportunidades de atuar, prometem muito. É questão de tempo e consequência. Um jogador só confirma sua condição com uma boa estreia, mas com manutenção. Assim como uma estreia não tão boa não pode ser o fim. Espero que a equipe consiga jogar bem rapidamente para que a adaptação deles seja mais natural. Eles já vinham sendo observados, vamos trocando informações quase diariamente com a comissão técnica do sub-20 e do sub-17 há meses, para ter uma base maior de definição. Quem está aqui trabalha forte e busca espaço. E daqui a pouco, a torcida é essa, não precisaremos contratar pelo rendimento deles.