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Com pouco mais de um ano e meio de clube, o meia Christian Cueva já acumula alguns episódios de descaso em relação ao São Paulo. O mais recente deles ocorreu na última terça-feira, véspera do duelo com o Mirassol, pela terceira rodada do Campeonato Paulista.
Incomodado com a condição de reserva, o peruano pediu para não viajar com a delegação ao interior paulista para “analisar as propostas que chegaram”. Em seguida, se dispôs a “ajudar esse grande clube”, desde que “jogando”. Foi o que escreveu em uma mensagem em sua conta no Instagram, que mais tarde seria apagada de sua página.
A proposta a que Cueva se refere partiu do Al Hilal, da Arábia Saudita, que se comprometeu a pagar 1 milhão de dólares (R$ 3,23 milhões) por empréstimo de uma temporada, com preço fixado de compra ao final do vínculo de mais 4 milhões de dólares (R$ 12,8 milhões).
O São Paulo garante ter recusado a oferta, já que espera contar com o peruano ao menos até a Copa do Mundo. Na semana passada, o estafe do jogador também havia recebido sondagem do russo Krasnodar. Em junho de 2016, o clube do Morumbi pagou R$ 8,8 milhões ao mexicano Toluca para se reforçar com Cueva, cujo contrato vai até o fim de 2021.
Situação parecida aconteceu em julho do ano passado. Às vésperas do clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, Cueva se recusou a descer para o litoral sul já desejoso em ser negociado. Na época, ele estava seduzido por um suposto interesse do futebol turco.
Ciente da vontade do peruano, o ex-auxiliar Pintado, assumindo interinamente o cargo de técnico no lugar do demitido Rogério Ceni, preparou a equipe titular sem Cueva, que não quis integrar a delegação tricolor sabendo que seria reserva em Santos.
Depois, em meio à luta contra o rebaixamento no Brasileirão, o camisa 10 voltou a colocar o São Paulo em segundo plano. Após liderar o Peru rumo à classificação à Copa do Mundo, em meados de novembro, Cueva estendeu sua permanência no país e só se juntou ao plantel tricolor na manhã do dia do jogo contra o Botafogo, pela 36ª rodada do Nacional.
O técnico Dorival Júnior, ciente da importância do jogador na equipe, optou por levá-lo ao duelo com os cariocas e acabou o utilizando durante o segundo tempo no empate sem gols. No entanto, isso lhe custou uma multa no salário.
Em circunstâncias diferentes, Cueva repetiu o mesmo ato de indisciplina em janeiro ao se reapresentar ao Tricolor com seis dias de atraso para poder participar de campanhas publicitárias no Peru. Desta vez, contudo, ele avisou a diretoria, mas não “com a antecedência ideal”, segundo o diretor-executivo de futebol Raí.
O dirigente, aliás, convocou o peruano para uma conversa e o repreendeu com novos descontos em seus vencimentos. Na última terça-feira, por meio de comunicado oficial, Raí disse que “ele não está plenamente comprometido com a agenda do clube neste momento”.
Atrito com colega
Em setembro, após empate por 2 a 2 com a Ponte Preta, em pleno Morumbi, Cueva pediu aos jornalistas que questionassem Rodrigo Caio acerca do tropeço diante do time de Campinas. Embora o episódio não tenha envolvido descaso com o Tricolor, a situação deixou o ambiente abalado no vestiário são-paulino.
A irritação do peruano com o colega de clube teve origem dois dias antes, quando o zagueiro cobrou publicamente o meia, que na época vinha jogando abaixo das expectativas. Posteriormente, Cueva concedeu coletiva de imprensa na qual pediu desculpas a Rodrigo Caio.