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“A situação do Cueva está com a diretoria, não com a comissão técnica”. A frase dita por Dorival Júnior na entrevista coletiva após o clássico do último sábado (27), contra o Corinthians, deixa claro que a novela envolvendo clube tricolor e jogador ainda está, ao menos por enquanto, longe de seu capítulo final – seja ele feliz ou triste. De postura firme, o técnico, que deixou o peruano fora da lista de relacionados no dérbi, indica que não vai ceder às vontades de Cueva.
Desde a última terça-feira (23), quando pediu para não jogar contra o Mirassol por, segundo ele, ‘não se sentir importante para o time’, Cueva acumulou uma série de episódios que só fizeram piorar a sua situação com a diretoria e especialmente com Dorival Júnior.
O início dos atritos começou quando Cueva chegou atrasado (em seis dias) para a pré-temporada por conta de uma campanha publicitária no Peru, relativa à Copa do Mundo. Recebeu multa, aceitou e tudo parecia caminhar bem, uma vez que ele foi aproveitado por Dorival (no segundo tempo) no jogo contra o Novorizontino.
Porém, o pedido para não jogar contra o Mirassol na última terça-feira deixou o clima que já não era dos mais agradáveis ainda pior. O peruano ficou insatisfeito ao saber que seria reserva, dias depois de ver a diretoria barrar proposta do Al Hilal, da Arábia Saudita, para mantê-lo. Ele chegou a fazer um desabafo nas redes sociais, mas apagou a publicação e pediu desculpas à torcida do São Paulo, que chegou até a vaiá-lo contra o Novorizontino, no Morumbi.
Em seguida, Cueva alegou que precisava saber se realmente estava nos planos do São Paulo para não perder espaço na seleção peruana às vésperas da Copa do Mundo. Agora, ao que parece, o meia precisa resolver seus problemas com a diretoria para depois se entender com Dorival Júnior, que não deve aliviar para o jogador.
Ainda que Cueva se acerte com a diretoria e volte a ficar à disposição, ainda deve sofrer um pouco para retomar a titularidade. Sem o peruano, Dorival deixou a criação são-paulina nos pés dos volantes do time, Jucilei e Petros, que agradaram o treinador.
Com Shaylon mais tímido, apesar de uma bola na trave no primeiro tempo, a principal arma do São Paulo ao longo do jogo foi a triangulação constantes entre volantes, laterais e pontas. Invariavelmente, essa ocupação de espaços atraía o time do Corinthians. E era aí que Petros ou Jucilei, especialmente, arriscavam invertidas de jogo que pegavam um atacante livre do outro lado do campo, explorando as falhas de marcação de Fagner e Juninho Capixaba. Foi assim que o time teve sua principal chance, no segundo tempo, quando Balbuena desarmou Brenner quase em cima da linha:
Além dos dois volantes, Dorival ainda teria como opção imediata recuar Diego Souza, que já atuou como meia em boa parte da carreira. Porém, o técnico deixou claro na entrevista coletiva que o jogador da seleção brasileira continuará sendo utilizado no setor de ataque.
“Quero o Diego ali. Ele faz muito bem essa parede e foi o que mais trabalhamos nessa pré-temporada, e nossos jogadores sabem como fazê-lo, tudo é questão de tempo, de adaptação. Muito cedo ainda. As opiniões em relação a posicionamento de atleta só se confirmam depois de oito ou dez rodadas pela frente. O Diego sabe trabalhar ali, não vejo problema nenhum, e uma adaptação rápida dele vai acontecer”, disse Dorival.
Recém-contratado, Nenê, contratado do Vasco, é outra opção. Resta, porém, saber quando o jogador estreará com a camisa tricolor e como será aproveitado por Dorival. “Tréllez e Nenê. São dois grandes jogadores. Foram opções apresentadas pela diretoria, opções de mercado que acabaram acontecendo. Estávamos trabalhando outros nomes com outras funções, mas são nomes que vêm para qualificar. Espero que cheguem bem e façam uma boa competição”, disse Dorival.
Eu acho hoje o Jucilei nosso melhor jogador, agora encarregar ele e o Petros para armar o time o resultado será sempre o mesmo que vimos ontem: o Diego Souza isolado, mero expectador.
Perderam a oportunidade de vender o Cueva…