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Julia Chequer/Folhapress/Rubens Chiri/São Paulo FC
Rogério Ceni comandou o São Paulo 37 vezes, contra 36 de Dorival Júnior
No domingo, o São Paulo enfrenta a Ferroviária no Morumbi pela nona rodada do Campeonato Paulista. A partida fará com que o pressionado Dorival Júnior iguale a quantidade de jogos de Rogério Ceni, seu antecessor, no comando do Tricolor. E essa não é a única coincidência entre os dois técnicos, próximos em ideais, aproveitamento de pontos e até mesmo em discursos e justificativas.
Ceni foi demitido em julho do ano passado com 37 jogos: 14 vitórias, 13 empates e dez derrotas, totalizando aproveitamento de 49,5%. Dorival Júnior assumiu a equipe no mesmo mês e agora soma 36 partidas, sendo 15 vitórias, dez empates e dez derrotas. O aproveitamento do atual treinador é de 50,9%, número atingido após o revés por 2 a 1 para o Ituano na última quarta-feira.
A favor de Dorival, entra a possibilidade de ter contado com Hernanes no Campeonato Brasileiro do ano passado. O Profeta fez nove gols e deu três assistências em 19 partidas, sendo decisivo para que o São Paulo escapasse do rebaixamento. Já Ceni tem como vantagem ter feito a maior parte de seus jogos no Paulistão, com rivais teoricamente mais frágeis. Ao mesmo tempo, sofreu com desmanche no elenco no meio do Brasileirão e no Estadual perdeu somente duas vezes na primeira fase, enquanto Dorival já soma quatro derrotas na edição deste ano.
Os dois técnicos chegaram ao Tricolor prometendo jogo ofensivo, de posse de bola e imposição. Dorival, pela fase do time no Brasileirão, precisou adiar esse modelo de jogo, já conseguiu fazer com que o time seja o melhor em posse no Paulistão, mas não consegue transformar essa característica em volume ofensivo, em chances claras. Ceni conseguiu um time mais incisivo com mais velocidade, com o auxílio de uma pré-temporada mais longa, mas também passou a sofrer com falta de produtividade quando a equipe entrou em declínio no Brasileirão.
Além de tudo isso, há semelhanças nos discursos. Elogios dos atletas ao trabalho diário e apelo às estatísticas são pontos comuns nas entrevistas coletivas dos dois treinadores. Isso fez com que Rogério Ceni sofresse pesadas críticas a cada vez que falava com a imprensa, como se estivesse submetido a uma sessão de psicanálise. Cada palavra escolhida pelo agora treinador do Fortaleza era dissecada, algo que começa a afetar também a Dorival Júnior – basta lembrar das críticas internas pela coletiva pós-clássico com o Santos.
Em um São Paulo inerte, que patina no lugar enquanto os rivais brigam por títulos nos últimos anos, pedir paciência e apontar evolução se tornou um crime para treinadores. Antes de Dorival e Ceni, Ricardo Gomes passou pelo mesmo obstáculo. O crédito tricolor está esgotado.
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Rogerio caiu porque seu temperamento não foi bem aceito pelos jogadores, em especial Cueva, questão agravada com os episódios envolvendo Cícero e, depois, Rodrigo Caio.
Mostrou, entretanto, ideias modernas e o time jogou muito bem algumas partidas. Já o Dorival, com todo o respeito, é fraco mesmo. É claro que não é o único culpado mas, certamente, muito longe está de ser a solução, qualquer que seja ela. O duro é demitir o treinador e começar, mais uma vez, o trabalho do zero. Difícil, assim, chegar-se a algum lugar.