Com royalties, sem comissão: o que sabemos sobre o acordo entre São Paulo e Adidas

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Tricolor e empresa alemã chegam a acordo para contrato de fornecimento de material esportivo; falta aprovação do Conselho do clube.

O São Paulo anunciou um acordo com a Adidas para fornecimento de material esportivo. O clube espera o aval do Conselho de Administração e do Conselho Deliberativo para sacramentar a nova parceria com a empresa alemã.

O GloboEsporte.com apurou alguns detalhes da nova parceria do São Paulo, mantido sob sigilo pela empresa e pelo clube. Veja abaixo o que sabemos até agora sobre o assunto.

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Raí foi campeão paulista em 1998 vestindo Adidas. Hoje, ele é diretor executivo do clube (Foto: Estadão Conteúdo)

Raí foi campeão paulista em 1998 vestindo Adidas. Hoje, ele é diretor executivo do clube (Foto: Estadão Conteúdo)

Valores

Os valores do contrato são mantidos em sigilo, mas a reportagem apurou que a Adidas bateu as outras empresas com um contrato que prevê um percentual maior em royalties ao São Paulo por peça vendida.

São 26% de royalties por produto logo de cara, mas, se as vendas chegarem a um determinado valor no ano, ativa-se um gatilho que eleva essa porcentagem para até 30%. Ou seja: quanto mais produtos vendidos, mais o São Paulo ganha.

E é aí que a diretoria tricolor aposta alto, com uma mobilização entre os torcedores em torno dos produtos da empresa. Nesta terça, data do anúncio do acordo, o nome “Adidas” foi o mais comentado (“trending topic”) no Twitter durante a tarde.

Na prática, clube e empresa querem que essa relação seja de parceria, não de patrocínio. Quanto mais trabalharem em sintonia, mais faturam. Já há um esboço de algumas ações conjuntas para a promoção de lançamento do novo uniforme.

Além disso, há bônus por conquistas (títulos).

Comissão

Não haverá comissão para terceiros no acordo entre São Paulo e Adidas, pois não houve qualquer intermediação. A conversa foi direta entre clube e empresa, resultado da profissionalização do departamento de marketing do clube, hoje comandado pelo diretor executivo Luiz Fiorese.

No acerto com a Under Armour, atual parceira e responsável por fornecer material esportivo até junho, uma comissão de R$ 18,3 milhões causou polêmica no clube. O valor seria destinado para a empresa Far East Global, intermediária com sede em Hong Kong, do norte-americano Jack Banafsheha.

Na época, o então presidente do Conselho Deliberativo e hoje presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, barrou a comissão. O clube era presidido por Carlos Miguel Aidar. Em outubro de 2015, ele renunciou sob denúncias de corrupção.

Uniforme do São Paulo é produzido atualmente pela Under Armour (Foto: Divulgação)

Uniforme do São Paulo é produzido atualmente pela Under Armour (Foto: Divulgação)

Concorrência

A Adidas entrou de última no páreo e bateu as concorrentes Topper e Under Armour. De saída do rival Palmeiras, a empresa, agora no São Paulo, vai se manter ativa no mercado paulista, o maior do Brasil.

O São Paulo decidiu fechar com a Adidas pelo valor total do contrato, pelo poder e alcance da marca como parceira e por uma premiação acertada por performance do time nas competições em que disputar.

Por obrigação em contrato, a Under Armour tem de continuar fornecendo o material de jogo até junho. Mas se a Adidas se mostrar disposta a assumir toda a operação antes disso, a Under Armour sai de cena.

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