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Marcelo Hazan
Os jogadores do São Paulo tiveram uma reunião com os dirigentes Raí e Ricardo Rocha, na qual todos conversaram para tentar entender a instabilidade do time nos jogos.
A informação foi dada pelo goleiro Sidão durante entrevista coletiva nesta terça-feira, no CT da Barra Funda. No domingo, depois do empate com a Ferroviária, alguns atletas também pediram aos dirigentes para que a culpa pela má fase não fosse colocada só no técnico Dorival Júnior e assumiram sua parcela de responsabilidade. Isso ocorreu durante o jantar do elenco no Morumbi.
– A reunião houve com Raí e Ricardo (Rocha) para pedir nossa opinião sobre o que acontece dentro de campo. Como ex-atletas, enxergaram instabilidade em jogo. A reunião foi sobre isso. Não para questionar a comissão técnica – disse Sidão.
– Isso é jogar no São Paulo, o tempo todo precisa de vitórias sempre. Temos consciência disso. O resultado negativo influencia no trabalho de muita gente. Precisamos fazer um grande jogo, um grande resultado, para aliviar a pressão em cima de todos nós, não só da comissão. Temos de assumir a responsabilidade, não é tudo da comissão. É fazer um grande jogo para aliviar um pouco essa pressão – afirmou o goleiro.
Sidão destacou a evolução defensiva do time com Dorival e disse que o São Paulo tem uma maneira clara de jogar. O Tricolor sofreu sete gols em 10 jogos no ano.
– Precisamos dar o respaldo em campo, com bons jogos e cumprindo a tática, para o julgamento ficar mais leve na comissão. Todos entendem um pouco de futebol. Quem entende vê que o São Paulo tem uma maneira de jogar. É corresponder e dar o resultado esperado para essa pressão diminuir – disse Sidão.
O próximo jogo do São Paulo é contra o CRB, às 19h30 (de Brasília) de quarta-feira, no Morumbi, pela ida da terceira fase da Copa do Brasil.
Veja o que mais Sidão falou:
Reunião
– Eu enxergo o jogo lá de trás, mas não fiz curso de treinador. Não estudo tática como eles fazem. Eles têm uma autoridade maior sobre isso. Nem posso entrar no mérito de escalação. Dorival tem as convicções dele. Todos dão o melhor para ajudar o São Paulo. Tem de contar com todos do grupo e quem entra corresponde à altura. Eles têm conhecimento para falar de escalação.
Pressão
– Há uma cobrança muito grande, normal para a camisa do São Paulo. Estamos há alguns anos sem títulos e precisamos corresponder. Muita coisa identificamos do ano passado, pelo momento que vivemos. Tinha muita instabilidade, de confiança, de buscar o resultado a qualquer jeito. Fazia o gol e se preocupava em não sofrer. Nesse ano estamos mais confiantes. Há uma evolução, a defesa tem sofrido menos. Tem uma questão emocional. No jogo contra o Santos, por exemplo, Mirassol, fomos firmes do começo ao fim. Essa estabilidade é o que queremos em todos os jogos.
Na má fase acompanha notícias e redes sociais?
– Fico isento nos momentos bons e ruins. Precisamos focar aqui dentro, tenho dito internamente que o externo não pode influenciar, porque se age com emoção aí fora. Temos de trabalhar com a razão. Não deixo isso atrapalhar e trazer coisas ruins.
Jogo de quarta contra o CRB?
– Precisamos acima de tudo vencer. Se possível apresentar um bom futebol, que é o que todos estão esperando, com resultado. No Brasil não adianta apresentar bom futebol e não vencer. Se apresenta futebol mais ou menos e com resultado as coisas vão passando. É um título inédito, temos noção disso. Estamos nos preparando para fazer um grande jogo e um bom resultado.
Pressão no Dorival é justa?
– Todos sofrem pressão no São Paulo. Temos de manter a estratégia do Dorival nos 90 minutos. Essa pressão é a mesma para todos: jogadores, comissão e diretoria.
No dia a dia como mostram união ao Dorival?
– Precisamos ser obedientes, a entrega dentro de campo, é algo que não podem contestar. Pessoal está trabalhando duro e para ajudar o Dorival no que ele acredita. A resposta tem de ser no jogo, não adianta ficar com palavras e falar que apoia o cara, ficar só em palavras. Temos a preocupação de fazer o que ele pede, para mostrar que o trabalho dele é bem feito.
O que falta para o São Paulo engrenar e sair da crise?
– Parece que não, mas é o resultado. É o que tem atrapalhado muito esse embalo. Tivemos quatro vitórias seguidas, depois perdemos um clássico que tem muito peso. Isso atrapalhou. É conseguir os resultados e provar que estamos unidos, que esse discurso não ficará só em palavras, mas também se faz presente no campo.
Como fica o psicológico, fora de campo, para manter a obediência e sair da crise?
– É continuar acreditando no trabalho. Os últimos três jogos os goleiros foram os melhores. Isso prova que não estamos mal. Contra o Santos, por exemplo, não trabalhei muito. Ferroviária também não. É uma evolução defensiva e ofensiva, mas temos de concluir no gol. Tem um grupo de líderes do time que conversa sobre isso, principalmente para conduzir os mais novos.