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Leandro Canônico
Próximo desafio do Tricolor será quinta-feira, contra o Palmeiras, fora de casa.
O São Paulo sofreu mais do que deveria a essa altura do Campeonato Paulista para vencer o pior time da competição. O triunfo por 2 a 1 sobre o Linense, no domingo, fora de casa, de virada, foi conquistado apenas nos acréscimos, com gol de Rodrigo Caio. Depois de dez jogos no estadual, o Tricolor ainda é um time que tenta se encontrar. Essa demora, aliás, pode custar caro.
Atenção para os motivos. Embora seja líder do Grupo B, com 14 pontos, o São Paulo não tem uma folga na ponta. Se não tivesse vencido o Linense, por exemplo, o Tricolor poderia ficar fora da zona de classificação se o São Caetano vencer o Palmeiras e a Ponte Preta bater o Bragantino. Ou seja, as duas equipes podem chegar aos 13 pontos e ficar na cola do time da capital.
Fora isso, os próximos dois jogos do São Paulo são fundamentais. Principalmente o de quinta-feira, contra o Palmeiras, na arena do rival, onde o Tricolor jamais venceu. Ou pior: nunca nem empatou. E no domingo, na última rodada da fase de classificação, o time recebe no Morumbi o RB Brasil, que pode chegar até lá com chances de avançar às quartas de final.
Posto isso…
Todo mundo sabe que o São Paulo teve pouco tempo de treinamento antes do início dos torneios. Assim como todo mundo sabe que alguns jogadores não fizeram a pré-temporada completa. Todo mundo sabe também que atletas foram contratados e logo colocados em campo. O fato é que os problemas regularmente apresentados por Dorival Júnior não são exclusividade do Tricolor.
Respeitando as diferenças de cada elenco, os rivais Corinthians, Palmeiras e Santos também tem (ou tiveram) problemas parecidos até agora. O que nenhum deles teve, e isso é fundamental ao analisar esse caso do Tricolor, foi um 2017 tão turbulento quanto o do São Paulo. A luta contra o rebaixamento ficou para trás, mas as cobranças ainda carregam resquícios do ano passado.
Para enfim esquecer 2017, o São Paulo precisa chegar fortalecido ao mata-mata, em caso de classificação. E o melhor remédio para deixar o Tricolor mais confiante para essa nova etapa tem nome: vitória em clássico. Depois de perder para os rivais Corinthians e Santos nos dois clássicos que fez nesta temporada, o Tricolor sofreu enorme pressão.
E todos no time, da diretoria ao elenco, passando pela comissão técnica, sabem que se perder do Palmeiras, por mais normal que possa ser diante do retrospecto, a pressão virá de novo com muita força. Além de ter perdido os cinco jogos que fez na nova arena do rival, o São Paulo tem péssimo desempenho em clássicos nos últimos dez anos: 49 derrotas, com 28 vitórias e 30 empates.
Para ter a chance de vencer o Palmeiras, o São Paulo precisa se atentar a alguns pontos:
- A entrega de Rodrigo Caio em campo, apesar das críticas, precisa ser copiada por todos
- Cueva é o ponto focal de habilidade e inteligência, mas precisa jogar com simplicidade
- Valdívia tem dado a velocidade desejada por Dorival, mas tem de finalizar melhor
- Diego Souza não pode mais entrar de centroavante. No meio ele vai ajudar mais
- Nenê pode (e deve) ser uma opção fixa para o segundo tempo, não como titular
- Se Jucilei estiver recuperado, o retorno deve ser no banco. Hudson e Petros foram bem
Por fim, se o São Paulo ganhar o clássico, o time todo terá a tranquilidade tão desejada para despertar o gigante, como disse Diego Souza. Mais do que isso: o Tricolor mostrará, enfim, que está pronto para surpreender, como alertou Dorival Júnior recentemente.