R. Rocha pede calma a torcedores e diz que ‘muitas coisas vão mudar’ no SP

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Gerente de futebol do São Paulo, o ex-zagueiro Ricardo Rocha avisou que a chegada de Diego Aguirre e a promoção de André Jardine, técnico da equipe sub-20, ao profissional são as primeiras de muitas mudanças que o departamento, encabeçado pelo diretor executivo Raí, pretendem promover no clube em 2018.

Ele acredita que a torcida, mesmo pressionando os jogadores por resultados mais animadores nesta temporada, é consciente de que o trabalho de reestruturação está em andamento. Por isso, pediu paciência aos tricolores.

“Existe a pressão. A torcida, da última vez, fez enterros [simbólicos de dirigentes]. Eu parabenizei porque não houve problemas fora de campo, brigas. A torcida fez uma reclamação pacífica. A torcida do São Paulo tem acompanhado e bem no Campeonato Paulista, e não tem vaiado. Ela vaia quando acaba o jogo e vê que o time não jogou bem. É normal, e os jogadores sabem disso. O São Paulo não fez um grande Campeonato Paulista, não está fazendo uma grande Copa do Brasil, e precisa melhorar. A cobrança vem de nós, da diretoria, mas os jogadores sabem disso”, analisou Rocha em entrevista ao SporTV, nesta quarta-feira (14).

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“Só peço um pouco mais de paciência. A gente vai definir uma classificação [na Copa do Brasil], depois tem quartas de final [do Paulistão] para jogar. O que a gente pede mais uma vez é esse carinho do torcedor, é muito importante. O torcedor do São Paulo não está triste sem razão”, completou o gerente de futebol, que está em Maceió acompanhando a delegação para a partida de volta contra o CRB, pela Copa do Brasil.

Segundo Ricardo Rocha, uma nova atitude dentro e fora de campo é assunto constante entre a diretoria de futebol e o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.

“O São Paulo precisa mudar as suas atitudes, e muitas coisas vão mudar, a gente tem falado com o Leco que precisam ser mudadas, e espera que essa mudança venha também com o treinador”, disse Rocha, citando Aguirre, apresentado na última segunda-feira (12) como substituto de Dorival Júnior. “Tem muitas mudanças que vão acontecer”, reiterou na entrevista.

A partida de volta entre CRB e São Paulo, pela terceira fase da Copa do Brasil, será nesta quarta, às 19h30, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Na ida, o Tricolor bateu os alagoanos por 2 a 0.

Veja outros assuntos comentados por Ricardo Rocha na entrevista.

A confiança em Aguirre

A gente fala de futebol e fala com o presidente também. Em uma dessas conversas, saiu o nome, o Lugano falando do Aguirre, e esse foi o consenso. Gostamos do nome do Aguirre. O Aguirre é bom treinador para a gente, tem tudo para fazer grande campanha com o São Paulo, é um treinador conhecedor do futebol mundial, mesmo quando ele ainda estava no Brasil ele fazia várias viagens, falei com ele uma vez e ele estava na Espanha com o Simeone. É um treinador que conhece o futebol brasileiro. Às vezes, tenho as minhas dúvidas sobre técnico estrangeiro no Brasil, mas com o Aguirre, não. Eu fico tranquilo. Ele trabalhou no Atlético, no Inter, ele conhece Libertadores, jogou comigo e com o Raí no São Paulo… É uma pessoa que a gente conhece, então essa foi uma unanimidade na conversa que tivemos eu, Raí, Lugano e o presidente, que acatou e o Aguirre está aí. A gente tem total confiança.

Diretoria estudou outras opções?

Foram vários nomes, o Abel (Braga, técnico do Fluminense) foi muito bem citado, o Vanderlei (Luxemburgo) é um grande treinador, mas houve um consenso em relação ao Aguirre. O próprio Jorginho é um nome que eu gosto.

Elogios a Jardine

Tem muitas mudanças que vão acontecer. Eu e o Raí temos dois meses de casa, o Lugano tem um mês com a gente, e em uma nova função. O Jardine foi uma grande contratação para o São Paulo. É claro que ele já estava no clube, mas era muito cômodo deixá-lo na base, a gente não queria deixa-lo na base, a gente já vinha conversando com o presidente para trazer o Jardine. Essa mudança de jogador da base para o profissional é fundamental. Ele trabalha há três anos na base fazendo um grande trabalho, acho que chegou o grande momento dele também aqui com a gente.

É a favor do rodízio?

Conversei com o Aguirre sobre isso. É claro que as pessoas mudam com o tempo. Ele vai pensar, ele tem elenco. Na verdade, o São Paulo precisa de títulos, a gente sabe disso. Há uma cobrança enorme por títulos. Eu, particularmente, respeito a todos os treinadores, mas não gosto muito de rodízio geral, de todos os jogadores. Na própria Europa não se faz disso, se faz rodízio de alguns jogadores, esse eu gosto. A gente tem conversado, e ele sabe disso, é um grande treinador, confio no Aguirre. Ele é exigente, cobra, e com ele não tem essa de ídolo, isso não aconteceu nos clubes pelos quais passou, ele colocou quem está melhor. É isso o que a gente espera, dar a ele essa confiança. Sobre o rodízio, a gente falou isso e ele vai pensar bem. A tendência é de que ele mantenha uma base.

Jogadores foram consultados

Acho que ele é um cara conciliador. Fomos buscar informações com jogadores que trabalharam com ele, o Valdivia, o Nenê, o Anderson Martins, que deram ótimas informações sobre o treinador. Em alguns clubes, acontecem coisas e acham que ele não é pacificador. Conheço o Aguirre, joguei com ele no São Paulo, era uma pessoa maravilhosa, de caráter, um cara sensacional, e isso pesou. Você não traz inimigo para o seu clube. E se é um amigo com capacidade como é o caso do Aguirre, a gente aposta na condição dele como treinador.

Dicas para Rodrigo Caio

Ele merece (a convocação para a seleção brasileira para os amistosos contra Rússia e Alemanha). Tem feito um bom Campeonato Paulista. Ele, como toda a equipe, não jogou bem contra o Palmeiras, mas no geral ele tem mantido média boa. Gosto do Rodrigo Caio, tecnicamente é um grande jogador e foi merecida a convocação. Converso com ele, tenho orientado da melhor maneira possível, claro que o Lugano, que jogou com ele, se aproxima mais, mas ele tem me escutado. É um garoto sensacional, merece esse oportunidade, e ele tem diferencial, joga de beque central, lado direito, lado esquerdo, faz o volante. Ele lhe dá muitas opções dentro do jogo, e o Tite gosta bastante, acho que vai ser uma disputa muito boa. Para mim, três zagueiros estão definidos e sobra uma vaga, para ele, o Geromel e outros jogadores que o Tite já testou. Ele chega em bom momento, acho que ele está em um bom momento.

Diego Souza como centroavante

O treinador Aguirre vai conversar com ele. Algumas vezes eu converso com ele, e ele pensa em voltar a ser jogador de meio-campo. A decisão maior vai ser dele. Ele não tem de ficar pensando apenas em seleção brasileira, ele já tem uma idade, não é garoto, jogador experiente, que foi contratado por sua experiência e por tudo o que a gente sabe que ele pode jogar ainda, é um belo jogador e da nossa confiança. Independentemente de seleção brasileira, ele vai pouco a pouco adquirindo a sua forma e mostrar futebol, a gente confia no Diego. É claro que ele queria ir a uma Copa do Mundo, é claro que fica mais difícil, ele é um jogador experiente, mas a cabeça dele está boa.

Elenco é bom?

Eles sabem que podem melhorar. A gente tem alguns jogadores importantes: Petros, Jucilei, o próprio Rodrigo Caio, a chegada do Diego Souza, que tem de se soltar mais, ele é um líder, a gente espera muito dele, o Nenê é um líder, o Sidão. A gente espera mais desses jogadores como liderança. Houve algumas mudanças, a gente não quer culpar só o treinador, todos nós somos culpados, acho que o Dorival fez um belo trabalho, principalmente no ano passado, salvando o São Paulo de uma situação difícil, mas os resultados não se deram no campo. A gente não via uma reação do time, por isso resolvemos mudar.