Referendado por ex-clubes, Aguirre usa conversa antes de primeiro treino no São Paulo

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Clube buscou informações com Inter, Galo e San Lorenzo para escolher uruguaio.

Diego Aguirre vai comandar seu primeiro treino como técnico do São Paulo nesta sexta-feira, véspera da partida de ida pelas quartas de final do Paulistão, contra o São Caetano. Embora seja o início da trajetória com o uruguaio em campo, no CT da Barra Funda, o trabalho começou antes.

Sem poder dirigir o time à beira do gramado, Aguirre estudou os últimos jogos do São Paulo com o antecessor Dorival Júnior e esteve no Morumbi (3 a 1 sobre o RB Brasil) e no estádio Rei Pelé (3 a 0 sobre o CRB, em Maceió) para ver a equipe. Nas duas partidas ele teve influência direta na escalação e estratégia elaborada com o interino e agora auxiliar fixo André Jardine.

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Diego Aguirre acompanhou a vitória do São Paulo por 3 a 1 sobre o RB Brasil no Morumbi (Foto: Marcelo Hazan)

Diego Aguirre acompanhou a vitória do São Paulo por 3 a 1 sobre o RB Brasil no Morumbi (Foto: Marcelo Hazan)

Para iniciar a ambientação ao novo clube e transmitir conceitos, Aguirre tem conversado individualmente com alguns jogadores e com o próprio Jardine. Todo tempo é importante para o treinador.

Aguirre teve, por exemplo, um papo particular com Jucilei na sala de embarque do Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Maceió, pouco antes de a delegação retornar para a capital paulista na quinta-feira.

Apesar de ter desembarcado na capital alagoana só na tarde de quarta-feira, dia do jogo, ele esteve no vestiário do estádio Rei Pelé e voltou para São Paulo no mesmo voo do Tricolor.

Diego Aguirre e André Jardine em Maceió (Foto: Jordi Bordalba)

Diego Aguirre e André Jardine em Maceió (Foto: Jordi Bordalba)

Ainda que houvesse uma desconfiança inicial por parte de torcedores do São Paulo e até diretores e conselheiros com a escolha de Aguirre, o departamento de futebol definiu seu nome e tomou a decisão com convicção.

Os dirigentes buscaram informações com jogadores, integrantes de comissões técnicas e funcionários dos ex-clubes de Aguirre (Internacional, Atlético-MG e San Lorenzo). Além disso, ouviram boas referências dos próprios atletas do São Paulo, como Valdívia e Nenê (trabalharam anteriormente com o técnico).

Vendidos recentemente para Boca Juniors e River Plate, respectivamente, Buffarini e Lucas Pratto também deram avaliações positivas sobre o uruguaio.

Valdívia trabalhou com o técnico no Internacional (Foto: Alexandre Lops/Internacional)

Valdívia trabalhou com o técnico no Internacional (Foto: Alexandre Lops/Internacional)

A metodologia de trabalho, o perfil agregador, o espírito competitivo e o dia a dia de Aguirre são elogiados nos bastidores.

Diego Aguirre acertou com o São Paulo até dezembro de 2018 e sem multa rescisória. Ele se comprometeu a cumprir o vínculo e permanecer no cargo até o fim do ano, mesmo se houver um possível convite da seleção uruguaia para suceder Óscar Tabárez depois da Copa do Mundo da Rússia.

Logo de cara ele assumirá a responsabilidade de estrear com o time em um mata-mata do estadual, cujo jejum de títulos dura desde 2005.