Carille critica Aguirre, lamenta desfalques e vê resultado reversível em Itaquera

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O técnico do Corinthians, Fábio Carille, reclamou muito da postura do treinador do São Paulo, o uruguaio Diego Aguirre. Segundo o corintiano, seu colega são-paulino não o cumprimentou antes do clássico, válido pelas semifinais do Campeonato Paulista. O São Paulo venceu por 1 a 0. O jogo da volta será quarta-feira, em Itaquera. O Timão precisará ganhar por dois de diferença para se classificar. Uma vitória por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.

Carille deu recado forte a Aguirre, dizendo que o técnico do São Paulo não o reconheceu e sequer o cumprimentou. Disse também que na volta, em Itaquera, vai até o vestiário do rival dar um presente ao colega de profissão.

– Eu dei uma dura nele (Aguirre) sim, porque ele passou no início do jogo na minha frente, não me deu a mão e nem me cumprimentou – disse Carille.

– Sempre sou questionado sobre técnicos estrangeiros, e falo que as portas estão abertas para todos. Ele teve a cara de pau de falar que não me conhecia, que não me reconheceu. No intervalo cobrei isso dele quando o árbitro nos chamou. Fiquei muito chateado. Ele falar que não conhecia o técnico do Corinthians, 100 jogos (pelo clube)… ele que já trabalhou no Atlético-MG e no Inter… foi um desrespeito muito grande e fui cobrá-lo. Não tem nada de panos quentes para o próximo jogo. Ele vai ver o tratamento que vai receber lá na Arena. Vou até o vestiário levar um presente para ele – completou o treinador do Corinthians.

Minutos depois, Aguirre minimizou o fato e até estranhou que o assunto tenha sido colocado em pauta em sua entrevista coletiva:

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– Fico surpreso que a primeira pergunta da coletiva seja uma coisa que aconteceu dentro de campo. Uma coisa normal, eu estava focado no jogo, estava pensando nas coisas do jogo. Eu não reconheci ele, é verdade, eu não estava pensando nisso.

– Os jogadores se cumprimentam, em jogos internacionais você vê isso após a partida. Quando acabou o jogo eu fui falar com ele e pedi desculpas. Mas são coisas que ficam aqui. Eu nunca tive diferenças com nenhum treinador. Isso para mim acabou, fica aqui – completou o treinador do São Paulo.

...Carille, na verdade, foi cobrar o técnico do São Paulo por não tê-lo cumprimentado antes... (Foto: reprodução)

Além de Aguirre, o técnico Carille também se envolveu em polêmica com Nenê, primeiro por não concordar com uma reposição de bola do são-paulino; depois, pela comemoração do gol do rival na frente do banco de reservas do Corinthians. No intervalo, tudo ficou bem.

Árbitro reúne Nenê e Carille para falar sobre a confusão na comemoração do gol são-paulino

Árbitro reúne Nenê e Carille para falar sobre a confusão na comemoração do gol são-paulino

Sobre o jogo, Carille lamentou os desfalques (Fagner, Balbuena, Romero, Clayson, Jadson e Rodriguinho, sendo este último cortado no aquecimento, por lesão), mas deixou claro que confia na classificação à final do Paulistão. O técnico escalou um meio-campo mais defensivo (Ralf, Gabriel e Maycon), com Júnior Dutra, Sheik e Mateus Vital mais adiantados.

– A gente tem de buscar soluções, trabalhar, e amanhã cedinho estaremos reunidos lá. Os três volantes era uma ideia desde o início, uma linha defensiva muito nova, Mantuan, Pedro, Henrique e Sidcley, poucos jogos juntos. Nós trabalhamos muito a questão da organização, não conseguiram criar para cima de nós. Foi para dar mais proteção, que a gente ficasse mais com a bola, e preenchesse mais o campo do adversário.

O Corinthians tentou esboçar uma reação no segundo tempo, após levar gol de Nenê, num contra-ataque, nos acréscimos da etapa inicial.

– Única coisa que cobrei mais no meu time foi entrar mais no campo do adversário. Mas eles não criaram chances, o Cássio não trabalhou, não teve pressão. Era para controlar o jogo hoje mesmo, desfalques, dois dias a menos de recuperação, mas o que eu também queria era começar a marcação no campo do adversário, e isso não aconteceu – disse Carille.

Fábio Carille usou uma camisa com o número 100 para celebrar sua marca no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

Fábio Carille usou uma camisa com o número 100 para celebrar sua marca no Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)

– Agrediu pouco pelas características dos jogadores. Estamos buscando o time ainda, isso está muito claro. Não gosto de ficar mudando muito, mas é a necessidade, a circunstância. A gente sabe das nossas dificuldades, mas não tenho de ficar “ah, se eu tivesse um jogador assim”. Tenho de deixar o time organizado, e os jogadores saberem o que fazer – completou o treinador.

Sobre os desfalques, Carille disse:

– Rodriguinho ainda vai passar por exames, ele foi para o aquecimento e começar o jogo. Além de agravar uma situação, eu teria de fazer uma substituição no início, ele entendeu. O Clayson, o joelho dele está inchado, sensível ainda, fez tratamento até hoje de manhã. Hoje os médicos passaram que tinha melhorado bastante, mas ainda estava sensível e inchado. Achamos melhor segurar não só pelo jogo de quarta, mas pela sequência que nós teremos.

Sobre o resultado, Carille respondeu:

– A gente passa, pensa, discute, conversa. Eu e Fabinho hoje no banco, pensei se tirava um volante para mandar o time à frente, ou se levo assim e tento o empate, ou se abro e corro o risco de tomar o 2 a 0. Você não para ali no banco. A gente leva um resultado mínimo para casa, a diferença mínima leva para os pênaltis. Pensamos nos dois jogos nesse momento, sim.

FONTE: GLOBOESPORTE.com

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