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Bruno Grossi
- Daniel Vorley/AGIF
Aguirre já conquistou um título no Brasil: Campeonato Gaúcho de 2015
Diego Aguirre poderia ter sido campeão com apenas sete partidas no comando do São Paulo. O técnico estreou já nas quartas de final do Campeonato Paulista e conseguiu mudar o estilo da equipe, mas acabou eliminado na fase seguinte pelo Corinthians, com gol nos acréscimos e derrota nos pênaltis. A aposta, no entanto, segue nesse perfil “copeiro” que surgiu nos momentos decisivos do Estadual. A chance de título inédito com a Copa do Brasil, competição em que o clube dá mais um passo nesta quarta, contra o Atlético-PR, às 21h45, pode ser um atalho para o treinador uruguaio quebrar uma sina de 43 anos no Tricolor.
José Poy, técnico do São Paulo por 422 partidas
Esse é o tempo sem que nenhum treinador estrangeiro tenha conseguido ser campeão com o São Paulo. O último a atingir o feito foi o lendário José Poy, no Paulistão de 1975. O argentino já havia sido ídolo como goleiro, com 524 jogos – recorde entre jogadores de outras nacionalidades no clube – e três taças do Estadual entre 1949 e 1962, e também triunfou como técnico. Foram três passagens, com 422 partidas, atrás apenas de Vicente Feola e Muricy Ramalho.
Desde então, outros cinco técnicos estrangeiros dirigiram o Tricolor: os uruguaios Pablo Forlán (1990) e Darío Pereyra (1997 a 1998), o chileno Roberto Rojas (2003), o colombiano Juan Carlos Osorio (2015) e o argentino Edgardo Bauza (2016). Nenhum deles conseguiu títulos oficiais. Apenas Forlán, em 1990, levantou taças de competições amistosas e de pouca expressão – Torneio Quadrangular de León, no México, e Torneio da Amizade, no Chile.
Se levado em conta somente o desempenho dos treinadores uruguaios da história são-paulina, Aguirre pode derrubar marca ainda maior. O atual comandante é o quinto representante do país platino no clube e seria apenas o segundo a ser campeão em caso de triunfo no Paulistão. O primeiro e único técnico uruguaio e com título no Tricolor é Conrado Ross, que treinou a equipe entre 1942 e 1943 e, no segundo ano, fez parte da campanha histórica do título do Paulistão lembrado pela “moeda que caiu em pé”. Além de Darío, Forlán e Ross, o Uruguai cedeu ainda Ramón Platero como técnico, em 1940.
Nesta quarta-feira, Aguirre fará sua estreia pelo São Paulo na Copa do Brasil, taça que nunca foi erguida pelo clube – o feito mais próximo de uma conquista foi o vice em 2000, diante do Cruzeiro. Nas quatro primeiras partidas do torneio nacional deste ano, o Tricolor foi treinado por Dorival Júnior (três vezes) e André Jardine. O aproveitamento é de 100%, com oito gols marcados e nenhum sofrido. O rival da quarta fase, que começa às 21h45 na Arena da Baixada, é o Atlético-PR. O jogo de volta está marcado para 19 de abril, no Morumbi.
Recorde
O estrangeiro mais vitorioso à frente do São Paulo, dos 15 treinadores já registrados no clube, é o português Joreca. Foram três títulos conquistados entre 1943 e 1947, todos do Paulistão: 1943 (dividiu a campanha com Conrado Ross), 1945 e 1946. O time comandado por Joreca é considerado um dos maiores da história tricolor, com o apelido de Rolo Compressor. Sem o português, a equipe ainda levou as taças de 1948 e 1949, gerando também o apelido de Rei da Década.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-PR X SÃO PAULO
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Data/hora: 4 de abril de 2018, às 21h45
Árbitro: Claudio Francisco Lima e Silva (SE)
Assistentes: Cleriston Clay e Ailton Farias (ambos do SE)
ATLÉTICO-PR: Santos, Thiago Heleno, Paulo André (Pavez) e Wanderson; Jonathan, Raphael Veiga, Guilherme, Matheus Rosseto e Carleto; Bergson e Nikão. Técnico: Fernando Diniz.
SÃO PAULO: Sidão, Arboleda, Rodrigo Caio e Bruno Alves; Militão, Jucilei, Liziero, Cueva e Reinaldo; Nenê e Tréllez. Técnico: Diego Aguirre.