“Ceviche Cuevita” e “Tacu tacu Guerrero”: conheça o restaurante que é a “casa” da dupla no Peru

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GloboEsporte.com

André Hernan e Fabricio Crepaldi, Lima

Estabelecimento em Lima recebe o flamenguista desde os 15 anos e tem o são-paulino como um dos clientes mais fiéis.

Existem duas coisas pelas quais os peruanos são apaixonados: culinária e futebol. É exatamente essa a mistura que faz do “Mi Barrunto” um dos restaurantes mais populares e famosos da capital Lima, conhecida mundialmente pela ótima gastronomia. E não é só por que ele fica alguns passos ao lado do estádio Alejandro Villanueva, onde o Palmeiras venceu o Alianza Lima por 3 a 1 nesta quinta-feira, pela Libertadores. A relação é muito mais íntima, inclusive envolvendo Paolo Guerrero, do Flamengo, e Christian Cueva, do São Paulo, os dois maiores craques do país.

O local é considerado como a “casa” da seleção peruana, classificada para a Copa do Mundo após 36 anos de ausência. Muitos jogadores são frequentadores assíduos do local, que fica no simples bairro de Victoria. Guerrero é cliente desde os 15 anos, quando atuava na base do Alianza Lima. Pelas paredes, fotos e camisetas dos principais atletas do país, como o próprio Cueva, Jefferson Farfan, o técnico Ricardo Gareca, entre vários outros. Não faltam recordações das inúmeras e comuns visitas dos ídolos nacionais ao local – eles, aliás, quando não podem ir pessoalmente, recebem a comida em suas casas. Entre os atletas do Alianza também é tradição comer por lá após os treinos.

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Jogadores são homenageados em restaurante em Lima, no Peru (Foto: Fabricio Crepaldi)

Jogadores são homenageados em restaurante em Lima, no Peru (Foto: Fabricio Crepaldi)

A relação é tão próxima que o dono, o chefe Augusto Sánchez, criou pratos que levam os nomes de alguns jogadores, com ajuda deles na elaboração. O “Ceviche Cuevita”, por exemplo, é o ceviche tradicional, de peixe com molho de limão, cebola roxa, milho, abóbora e alguns temperos. Já o “Tacu Tacu Paolo Guerrero” é ainda mais robusto: uma espécie de risoto envolto em uma massa frita, com filé de peixe e molho de mariscos, com camarão, polvo, lula, entre outros. São dois dos mais vendidos da casa. Cerca de 500 “Cuevitas” são pedidos a cada dia.

– Ceviche Cuevita é um prato das pessoas que sabem comer o ceviche tradicional. Peixe fresco, como molho e limão. O Prato do Guerrero é praticamente uma homenagem à Dona Peta, a mãe dele, que o trazia aqui desde os 15 anos. É um orgulho para nós tê-lo como cliente há tanto tempo – falou Sánchez.

"Tacu Tacu Paolo Guerrero" é servido como homenagem ao atacante do Flamengo (Foto: Fabricio Crepaldi)

“Tacu Tacu Paolo Guerrero” é servido como homenagem ao atacante do Flamengo (Foto: Fabricio Crepaldi)

Cueva, aliás, pode ser considerado como a maior estrela do restaurante. Além de dar nome ao prato mais tradicional, também batizou o segundo andar do estabalecimento. Na escada de acesso, uma foto enorme do são-paulino com sua iguaria. No dia seguinte à conquista da vaga no Mundial, foi lá que ele passou o dia festejando com os amigos. A amizade de Augusto com o meia vem de longa data. Durante a entrevista, Augusto fez até uma ligação de vídeo para os dois conversarem.

– Ele nos ensinou a valorizar a humilde origem. É um menino muito humilde, sensível. Creio que ele ganhou o carinho de o amor de todo o povo peruano por isso. Por sua sensibilidade. Ele tem a identidade do futebol peruano, com esse jogo rápido, a habilidade, os dribles… Ele é isso.

Cueva tem prato especial em restaurante em Lima, no Peru (Foto: Fabricio Crepaldi)

Cueva tem prato especial em restaurante em Lima, no Peru (Foto: Fabricio Crepaldi)

A classificação do Peru para a Copa do Mundo potencializou a relação do Mi Barrunto com os ídolos. O feito histórico deu ao chefe a ideia de fazer um cardápio especial dedicado a alguns jogadores que conseguiram a façanha, o “cardápio mundialista”. Christian Ramos, Renato Tapia, Luis Advincula, entre outros, foram homenageados. Cueva e Guerrero seguiram na lista, como não poderia deixar de ser.

– Este cardápio é uma homenagem em vida a esses homens, que depois de 36 anos nos colocaram em uma Copa do Mundo. E creio que temos que fazer as homenagens em vida. O especial é que eles desenharam e provaram os pratos. Para nós é muito importante isso. A característica especial é que cada jogador escolheu seu prato – explicou.

Augusto Sánchez tem ainda mais motivos para comemorar a classificação ao Mundial. Ele foi um dos chefes escolhidos para cozinhar para os jogadores na Rússia durante a competição. Além disso, também fará parte da “Casa Peru”, um evento que seguirá a seleção nas cidades dos jogos, com a intenção de divulgar ainda mais a comida e os costumes do país para o restante do mundo. Enquanto isso, o restaurante em Lima promete ficar totalmente lotado durante as partidas. No dia da conquista da vaga, mais de três mil pessoas estiveram no local – outras duas mil não conseguiram entrar.

Mas o chefe de cozinha só se sentirá totalmente feliz quando tiver a confirmação que outra pessoa também estará na Rússia: Paolo Guerrero, que ainda espera a decisão final da Corte Arbitral do Esporte sobre seu caso de doping para saber se estará livre para jogar a Copa.

– Estamos todos com uma energia muito positiva que ele vai jogar. É nosso capitão, nosso atacante, nossa referência, nossa motivação. É o líder dessa nova geração, que nos leva ao Mundial após 36 anos. Ele é um ícone. Paolo é mais peruano que o ceviche, Paolo é mais peruano que o pisco, Paolo é o Peru! – completou.

Diversos adereços de Paolo Guerrero enfeitam restaurante no Peru (Foto: Fabricio Crepladi)

Diversos adereços de Paolo Guerrero enfeitam restaurante no Peru (Foto: Fabricio Crepladi)