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Bruno Grossi
- Érico Leonan/saopaulofc.net
Militão tem contrato com o Tricolor somente até 11 de janeiro de 2019
“Está difícil, mas ainda é bem possível”. Assim o diretor-executivo de futebol do São Paulo, Raí, define a negociação para renovar com Militão. Mas não pense que essa esperança passa por ver o defensor jogando por mais anos pelo Tricolor. O clube paulista entende que a manobra possível para o momento é estender o vínculo do garoto para vendê-lo em sequência.
Isso tem uma explicação. Sair do São Paulo para a Europa é um objetivo claro para o atleta e, acima de tudo, seus representantes. Ulisses Jorge é seu empresário principal, com Giuliano Bertolucci ativo no trato da carreira do jogador de 20 anos. Houve um momento em que se acreditou em uma ruptura entre os agentes, mas o Tricolor já não crê nesse cenário.
E se não há perspectivas de contar com Militão esportivamente, a diretoria tenta uma cartada final para poder vê-lo render financeiramente. É possível oferecer um alto salário para negociá-lo rapidamente e ainda aumentar o repasse para o estafe do atleta. A ideia é não ficar de mãos vazias depois de tanto investir e apostar em um talento que passou por todas as categorias da seleção brasileira.
Curiosamente, Ulisses Jorge também é empresário de Helinho e, ao contrário do que acontece no “caso Militão”, houve um desfecho rápido para o meia-atacante renovar até 2022. Mas as conversas, apesar de velozes, também tiveram seus percalços. Isso marcou renovações anteriores do próprio Militão durante os tempos de Cotia.
Até o momento, o São Paulo não recebeu nenhuma proposta pelo zagueiro, volante e lateral-direito. O Porto, de Portugal, tratou direto com os representantes do jogador, ainda em janeiro, para cogitar levá-lo no próximo ano. O Manchester City é outro que tem a promessa tricolor no radar, mas com a intenção de contratá-lo imediatamente, o que poderia implicar em algum ressarcimento para o time brasileiro.
Outros podem sair
Sobre Militão, Raí se limitou a falar a frase que abre esta reportagem. O dirigente, entretanto, tentou explicar as situações de Marcos Guilherme e Rodrigo Caio. O primeiro tinha acordo verbal para ficar até dezembro no São Paulo, mas o Atlético-PR recuou e quer o pagamento de multa para que ele fique no Morumbi. O valor seria de 3 milhões de euros, por 50% dos direitos econômicos. A indefinição tem tirado o jogador do sério.
“O Marcos Guilherme, a gente compreende a situação, que tinha ido emprestado para fora, voltou emprestado aqui, tinha um acordo até o final do ano, mas contratualmente já disse para ele há algumas semanas atrás que o que tem de contrato é realmente final de junho, mas que a gente está fazendo todos os esforços para tentar estender, ver alguma maneira, ter um valor para aquisição, que foi definido bastante alto, então, a gente vai tentar negociar e ver uma maneira de definir a situação dele”, ponderou Raí.
Já Rodrigo Caio afirmou à ESPN Brasil que a hora de sair do Tricolor está próxima. Raí entende o momento do zagueiro, que concorre a uma vaga na Copa do Mundo: “O Rodrigo Caio é um jogador que tem uma história aqui que tem de ser respeitada, a gente sabe do amor que ele tem pelo São Paulo. Se tiver alguma proposta e houver o desejo, é claro que a gente vai estudar, ele está se manifestando, mas se isso também não acontecer, ele sabe que a importância que o São Paulo tem e o que ele se dedica ao São Paulo, não vai ter nenhum problema, caso ele continue. Mas, é um jogador de nível de Seleção, está há muitas temporadas como titular do São Paulo, natural que surjam oportunidades e a gente vai estudar junto”.