GazetaEsportiva.net
De técnico de futsal feminino em Osasco a treinador do sub-20 do São Paulo. Essa foi a trajetória de Orlando Ribeiro nos últimos oito anos. Sucessor de André Jardine à frente de uma das categorias de base mais vitoriosas do País, o comandante conduziu em seu ano de estreia a equipe júnior à grande final da Copa do Brasil, que terá seu primeiro jogo disputado neste sábado, contra o Corinthians, em Itaquera, às 10h45 (de Brasília).
Aos 51 anos, Ribeiro soma passagens pelo time sub-17 da Portuguesa e do Osasco. Porém, seu último trabalho antes de integrar o quadro de funcionários do CFA Laudo Natel, em Cotia, foi mesmo com as meninas. Agora, ele lida com a grande expectativa de conquistar seu primeiro título à frente do sub-20 do São Paulo com a ajuda de seu antecessor.
“Nós tivemos o primeiro jogo do Campeonato Paulista contra a Portuguesa, no Canindé. O André [Jardine] esteve lá, conversamos mais ou menos por 20 minutos, ele passou algumas coisas para a gente, sobre a categoria sub-20, o estágio dos meninos, onde cada um se encontra”, revelou Orlando Ribeiro à Gazeta Esportiva.
“O André também está chegando ao profissional, é uma nova função para ele, assim como é para nós do sub-20. Mas o André tem ido aos jogos, ido no vestiário cumprimentar os jogadores, conversar com os meninos. No período dos jogos, a gente está conversando sobre os meninos e sobre os jogos também”, completou.
Somente nos últimos três anos o time sub-20 do São Paulo ergueu nada mais, nada menos que dez troféus: Copa Libertadores (2016), Campeonato Paulista (2016), Copa do Brasil (2015 e 2016), Copa RS (2015, 2016 e 2017) e Copa Ouro da APF (2015, 2016 e 2017). Neste sábado, o Tricolor terá a oportunidade de garantir seu 11º título, agora contando com um novo comandante, mas que possui o mesmo hábito.
Depois de ter iniciado no São Paulo no setor de avaliação, Orlando Ribeiro foi promovido a técnico do sub-15 e, posteriormente, do sub-17. Nesta última categoria ele também conquistou torneios importantes, oito ao todo: Campeonato Paulista (2015 e 2016), Taça BH (2016 e 2017), Copa Ouro da APF (2016 e 2017), Aspire Tri-Series (2017) e FAM Cup (2018).
Além de disputar a Copa do Brasil sub-20, o São Paulo também compete simultaneamente no Campeonato Paulista da categoria neste ano. E o Corinthians, adversário na grande decisão do torneio mata-mata, caiu justamente no mesmo grupo que o Tricolor na primeira fase do Estadual. No primeiro encontro entre eles, empate em 0 a 0.
“No jogo com o Corinthians, no Campeonato Paulista, pudemos perceber mais ou menos o sistema de jogo que eles adotam, mesmo nós entrando em campo com uma equipe alternativa, que não vinha jogando, e o Corinthians também fez a mesma coisa. Mas já percebemos que em um clássico tem que ter muita determinação, sabedoria, cabeça fria e intensidade”, alertou Orlando Ribeiro.
“Não podemos em nenhum momento perder a intensidade, o foco. Tratando-se de um clássico, em um pequeno vacilo podemos pôr tudo a perder. Temos que estar 100% concentrados na partida, porque do outro lado haverá uma equipe que não irá perdoar um erro nosso”, prosseguiu.
Ainda que seja importante reforçar alguns detalhes aos atletas antes da decisão deste sábado, o novo técnico do time sub-20 do São Paulo se apoia na rotina vitoriosa desses jovens talentos para que o clássico com o Corinthians seja encarado com mais naturalidade. Na visão de Orlando Ribeiro, o hábito de disputar finais é fundamental para o Tricolor se manter no topo.
“Isso não os assusta. Eles não mudam totalmente o comportamento deles quando chegam à final, isso é primordial. Desde o sub-15 estamos trabalhando psicologicamente, o emocional deles, porque em todas as competições que eles entrarem eles serão considerados favoritos. Agora, eles têm que atuar como tais. Não só nos jogos, mas também nos treinos e no dia a dia. Temos garotos que vão participar dessa final que estão no São Paulo há mais de quatro anos e sempre disputando finais, títulos. Isso já vem desde a mais tenra idade. A gente procura no sub-20 dar aquela lapidada final para que eles estejam prontos para o profissional”, concluiu.